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Banco Pan (BPAN4): inadimplência sobe, crédito desacelera e lucro fica estagnado no 4º tri

O Pan teve lucro líquido de R$ 191 milhões nos três últimos meses de 2022, praticamente estável em relação ao nível de um ano antes

Foto: Shutterstock/T. Schneider

O Banco Pan (BPAN4), instituição financeira focada em conceder crédito para as classes mais baixas, tem sentido na pele o aumento da inadimplência por parte dos seus clientes, como reflexo do aumento dos juros no país, e resolveu elevar mais uma vez as despesas para se proteger dos calotes – movimento que tem afetado o lucro líquido da companhia, que ficou praticamente estagnado no quarto trimestre do ano passado.

Segundo balanço publicado na manhã desta quarta-feira (8), o lucro líquido do Pan somou R$ 191 milhões nos três últimos meses de 2022, número levemente acima dos R$ 190 milhões anotados em igual período do ano anterior.

O resultado, além disso, ficou abaixo da projeção dos analistas do Santander, que esperavam lucro líquido de R$ 201 milhões.

O lucro do Pan foi prejudicado principalmente pelo aumento das chamadas provisões para devedores duvidosos (PDDs), como são chamados os recursos que os bancos guardam para cobrir eventuais perdas com empréstimos não pagos, que costumam crescer em tempos de maior risco de crédito.

No quarto trimestre do ano passado, as provisões do Pan alcançaram o patamar de R$ 558 milhões, aumento de 36,8% em relação a igual período do ano anterior.

Para se ter uma ideia da maior cautela do banco, a carteira de crédito, que representa o quanto o Pan tem de empréstimos concedidos na praça, cresceu em ritmo três vezes menor. Ao final do ano passado, o Pan tinha uma carteira de crédito de R$ 39 bilhões, 12% superior ao nível do quarto trimestre de 2021, que havia crescido 21% ante o fim de 2020.

O Pan, por ser uma instituição financeira focada em conceder crédito para as classes mais baixas, tem pisado no freio em sua principal atividade. Como a taxa básica de juros do Brasil saltou de 2% para 13,75% ao ano ao longo dos últimos dois anos, tornou-se ainda mais arriscado emprestar a um público que geralmente tem mais dificuldade de pagar.

Não por acaso, a emissão de novos cartões de crédito por parte do Pan caiu 21% no quarto trimestre em relação ao trimestre imediatamente anterior, para 137 mil novas unidades.

Mas a postura mais conservadora do banco não tem evitado que a taxa de inadimplência suba. No quarto trimestre, a taxa que mede os atrasos superiores a 90 dias saltou para 7,1%, ante 6,3% um ano antes.

Por outro lado, a margem financeira do Pan segue em alta. O indicador, que mostra o quanto a instituição ganhou com operações de crédito, somou R$ 1,8 bilhão, expansão de 6% em relação a igual trimestre do ano anterior. Trata-se, porém, de uma desaceleração dos ganhos. No quarto trimestre de 2021, a margem havia subido mais em um ano, a um ritmo de 10%.

Apesar do cenário mais difícil para o crédito, o Pan conseguiu mostrar um maior controle das despesas e elevar as receitas com prestação de serviços.

No quarto trimestre, enquanto as despesas administrativas e com pessoal subiram apenas 3% em um ano, as receitas com serviços cresceram 58% no mesmo tipo de comparação, impulsionadas principalmente pelas aquisições de Mosaico e Mobiauto.

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