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Notícias da China animam e Ibovespa sobe, encerrando maio com valorização de 3,2%

Ao contrário do pregão de ontem, o saldo do Ibovespa nesta terça-feira foi de alta de 0,29%

Gabriel Bosa

Gabriel Bosa

Foto: Shutterstock

Ao contrário do visto ontem, quando o Ibovespa encerrou em baixa, nesta terça-feira (31) o principal índice da B3 subiu 0,29%, aos 111.350 pontos, com R$ 32,47 bilhões em volume negociado, na contramão dos pares internacionais, que fecharam a sessão em queda.

Assim, o Ibovespa encerrou o mês de maio com valorização de 3,22%. Desde o início do ano, o saldo é de ganhos de 6,23%.

O bom humor da Bolsa brasileira contrariou seus pares estrangeiros. Em Nova York, um dia depois de os mercados terem permanecido fechados pelo feriado do Memorial Day, o Dow Jones caiu 0,67%, o S&P 500 teve baixa de 0,63% e o Nasdaq recuou 0,41%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 caiu 1,36%.

O ânimo do mercado brasileiro veio de notícias da China, com sinais de relaxamento nos lockdowns, com Xangai devendo voltar à normalidade nesta quarta-feira (1), além de dados econômicos acima do esperado.

O PMI industrial do país avançou para 49,6 em maio, de 47,4 em abril, acima das expectativas de 48,9. O PMI de serviços chinês também avançou, de 41,9 para 47,8.

Com os dados, o minério de ferro subiu, mas não foi suficiente para impulsionar as ações de mineradoras e siderúrgicas como Vale (VALE3) e CSN (CSNA3), que caíram 0,51% e 1,49%, respectivamente.

Petróleo na gangorra

O dia não foi tão fácil para o petróleo. Apesar de ter subido durante a manhã, seguindo novos embargos europeus à compra de petróleo russo, a commodity inverteu o sinal ao longo do dia e o Brent fechou em baixa de 1,7%, a US$ 115,6 o barril.

Depois de longas negociações, a União Europeia finalmente chegou, na noite de segunda-feira (31), a um acordo para banir a importação de petróleo russo. As medidas entram em vigor imediatamente e impedem a compra de mais de dois terços do total de importações europeias da Rússia.

O banimento tem como exceção a importação de petróleo via dutos – condição imposta pela Hungria para aceitar o acordo depois de quase um mês de resistência. A Hungria vinha argumentando que a sanção seria muito prejudicial à sua economia, que depende fortemente do petróleo russo.

A queda do petróleo, porém, reflete a expectativa de que os russos continuarão encontrando compradores para seus barris – o que deve evitar um aumento na concorrência pelo suprimento de outros países.

Petrobras privatizada?

As ações da Petrobras desafiaram a queda do petróleo e fecharam em alta, ajudando a sustentar o Ibovespa. Os papéis preferenciais da petrolífera (PETR4) subiram 0,23%, enquanto os ordinários (PETR3) avançaram 0,76%.

A mais recente notícia envolvendo a estatal foi a decisão do Ministério de Minas e Energia de incluir formalmente a companhia no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), um primeiro passo para privatizar a petrolífera.

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De acordo com o MME, esse movimento tem como objetivo “dar início aos estudos para a proposição de ações necessárias à desestatização da empresa”, que serão feitos por um comitê formado entre os dois ministérios.

“A proposta é oportuna devido à conjuntura energética corrente, em face da situação geopolítica mundial, das discussões sobre o ritmo da transição energética e do realinhamento global dos investimentos”, declarou o MME. O ministério ainda afirmou que o processo é importante para atrair investimentos e criar um mercado plural, dinâmico e competitivo.

Dados econômicos e movimentações em Brasília

Na Zona do Euro, o índice de preços ao consumidor (CPI) preliminar de maio registrou aceleração de 8,1% em relação ao mesmo mês do ano anterior, acima das expectativas de 7,8%, reforçando a ideia de que o Banco Central Europeu dará início a um ciclo de aumento na taxa de juros em breve.

Por aqui, a taxa de desemprego caiu para 10,5% no trimestre encerrado em abril, atingindo o menor nível para o período desde 2015. Ao todo, são 11,3 milhões de brasileiros em emprego.

O número veio abaixo do previsto pelos analistas ouvidos pela Reuters, de 11%. O índice de pessoas desempregadas está menor que no trimestre móvel anterior, encerrado em janeiro (11,2%), e na comparação ao mesmo período de 2021 (14,8%).

Em Brasília, a votação do projeto que limita a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de combustíveis e energia elétrica segue gerando ruído. Ontem, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou que o projeto, que já foi aprovado na Câmara dos Deputados, não será engavetado e deve ser aprovado no Senado ainda em junho.

Na avaliação de Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, alguns ajustes deverão ser feitos no texto, principalmente em relação à compensação a estados e municípios, mas a matéria deverá ser aprovada.

Outro assunto que continua fazendo barulho é o reajuste a servidores federais. Ontem, o presidente Jair Bolsonaro editou um decreto para bloquear R$ 14 bilhões no Orçamento, que serão destinados aos reajustes.

Altas e baixas do pregão

No fechamento, as maiores altas do Ibovespa eram de Marfrig (MRFG3), IRB (RBR3) e BRF (BRFS3), com ganhos de 5,54%, 4,63% e 3,99%, nesta ordem.

Em relação à Marfrig, segundo informações do site Pipeline, do Valor Econômico, o empresário Marcos Molina aproveitou as quedas recentes nos papéis para atingir 50% de participação na companhia. De acordo com um interlocutor frequente de Molina ouvido pela publicação, o empresário considerou as ações baratas.

Depois de cinco dias de queda, os bancos subiram em bloco, ajudando a sustentar o Ibovespa. Banco do Brasil (BBAS3) teve alta de 1,53%; Itaú (ITUB4), de 0,93%; Santander (SANB11), de 0,18%; e Bradesco (BBDC4), de 0,59%.

Na direção oposta, as maiores baixas foram de Hapvida (HAPV3), Magazine Luiza (MGLU3) e Méliuz (CASH3), com perdas de 3,59%, 3,13% e 3,06%, respectivamente.

Bitcoin

Os criptoativos se descolaram do clima misto dos mercados globais e estenderam os ganhos pelo segundo dia consecutivo. O Bitcoin (BTC) se manteve acima dos US$ 30 mil durante todo o dia e chegou a bater a máxima de US$ 32.227, conforme dados da CoinGecko.

Por volta das 16h50, o maior criptoativo em capitalização registrava avanço de 3% em 24 horas, cotado a US$ 31.670.

O clima positivo também se expande para as altcoins, como são chamadas as moedas alternativas ao BTC. O Ethereum (ETH) registrava avanço de 0,9%, a US$ 1.935, enquanto a XRP subia 3%, a US$ 0,41.

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