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Petróleo em baixa? Mercado vê brechas em embargo europeu a petróleo da Rússia

Medidas ainda permitem consumo de petróleo russo na Europa e em outros países

Foto: Harold Escalona / Shutterstock.com

O acordo da União Europeia para vedar as importações de petróleo da Rússia fez pouco para ajudar no aumento dos preços da commodity nesta terça-feira (31). Tão pouco que eles passaram a cair, dado que a perspectiva é de que os russos continuarão encontrando compradores para seus barris – o que deve evitar um aumento na concorrência pelos suprimentos de outros países.

A União Europeia anunciou ontem que vai parar de importar petróleo vindo da Rússia em navios-tanque. O bloqueio ocorrerá de forma faseada, e terá força total seis meses depois da adoção formal da medida. Também será aplicado um embargo aos derivados de petróleo russo, mas após um período maior.

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Os preços do petróleo subiram mais cedo em reação à notícia. A perspectiva dos investidores era de que, ao abandonar um de seus principais fornecedores, a União Europeia precisará buscar outros produtores de petróleo e terá menos poder de barganha na hora de negociar.

No entanto, perto do horário de fechamento, o preço do petróleo tipo Brent – que serve como referência internacional – tinha um comportamento misto no mercado futuro da ICE.

O contrato com vencimento mais próximo, com entrega para julho, subia 0,9%, para US$ 122,80 o barril, mas tinha baixo volume de negócios. O contrato de maior liquidez, com entrega para agosto, caía 1,2%. para US$ 116,21 o barril.

Parte disso está relacionado ao fato de que os países europeus ainda vão poder comprar petróleo e derivados da Rússia se a entrega dos produtos acontecer via dutos. Esta isenção será temporária e foi incluída no acordo para garantir o apoio da Hungria ao embargo.

Outro ponto que enfraqueceu o embargo, segundo o UBS, foi a ausência de uma proibição às empresas europeias para oferecerem seguro de carga às petrolíferas da Rússia, embora haja um compromisso para que essa cláusula seja adotada eventualmente.

O banco considera que, na prática, a medida vai amplificar a redução já esperada nas importações de petróleo da Rússia pela União Europeia – mas não muito além do que o mercado previa. Nas contas do banco, até o embargo entrar em vigor com força total, menos de 5% da capacidade de refino do bloco será abastecida pelo petróleo russo.

Além disso, a Rússia continuará conseguindo exportar para outros países o petróleo que antes vendia à Europa. Só a Índia importou oito vezes mais petróleo da Rússia em maio do que em março, disse o UBS, acrescentando que a China também está aumentando as compras.

“A produção de petróleo da Rússia em maio indica uma dinâmica melhor na comparação mensal, com crescimento de aproximadamente 1%, para 10,2 milhões de barris por dia, após uma forte queda em abril”, afirmou o banco.

A corretora e consultoria de commodities Zaner afirma que, embora subir fosse o caminho de menor resistência para os preços do petróleo mais cedo, o baixo volume de negócios e o pano de fundo de desaceleração do crescimento mundial abrem espaço para preços menores do petróleo, em torno de US$ 115,90.

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