Ibovespa descola do exterior e opera quase estável, com Gerdau (GGBR4) e Vale (VALE3) limitando alta

Após iniciar o pregão entre perdas e ganhos, o Ibovespa começou a cair com mais intensidade perto das 11h30, pressionado por empresas ligadas à mineração e siderurgia. Na ponta mais negativa, Gerdau (GGBR4) recuava com mais intensidade e perdia 3%. Já na ponta positiva, Cielo (CIEL3) liderava subindo 8%.

Perto das 13h15, o principal índice da Bolsa brasileira subia 0,29% e operava aos 103.654 pontos. MRV (MRVE3) e Cielo dividiam o pódio, subindo, respectivamente 8,23% e 8,15%. A empresa de maquininhas divulgou seu balanço do segundo trimestre deste ano na noite de terça (2) e teve o maior lucro líquido trimestral desde o fim de 2018, atingindo R$ 635 milhões.

O resultado foi impulsionado principalmente pela expansão do negócio de antecipação de recebíveis e marcado também pela recuperação das taxas cobradas dos clientes.

Na avaliação de Jader Lazarini, analista CPNI da Agência TradeMap, parte disso veio pela venda da americana MerchantE, já tendo recebido US$ 137,2 milhões à vista, e US$ 25 milhões previstos em earnout. “Em 2012, a empresa a comprou por US$ 670 milhões, mas preferiu realizar o prejuízo agora para concluir seu ciclo de desinvestimentos”, avalia.

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A sequência das altas era composta por empresas mais ligadas à economia doméstica e sensíveis ao juros. Grupo Soma (SOMA3) subia 7,55%, Via (VIIA3) avançava 7,66%, Locaweb (LWSA3) tinha alta de 6,08% e CVC (CVCB3) apontava em 6,77% para cima.

Para Matheus Spiess, analista da Empiricus, essas companhias se beneficiam do recuo nas taxas de juros no mercado futuro.

Quedas da Bolsa

A ação da Gerdau opera em baixa mesmo depois de ter reportado hoje cedo um crescimento no lucro do segundo trimestre, mas o movimento está mais relacionado ao movimento de preços do minério de ferro, insumo usado para a produção de aço, que aos resultados da companhia.

Além da Gerdau,  também recuavam Vale (VALE3 -2,36%), Bradespar (BRAP4 -2,30%), Usiminas (USIM5 -2,13%) e CSN (CSNA3 -1,81%), todas elas relacionadas ao segmento de mineração e siderurgia.

Spiess vê a queda no preço do minério de ferro desfavorecendo essas empresas. A tonelada da commodity negociada na bolsa de Dalian, na China, caiu 0,82%, para 786,50 iuanes, o equivalente a US$ 116,47.

“Quando temos um dia de queda nas empresas de mineração e siderurgia não tem muito o que fazer. A Vale, que negocia 15% de todos os papéis na B3, caindo mais de 2% vai, inevitavelmente, ‘fazer preço’ sobre a Bolsa”, comenta. 

Vale ressaltar que o movimento desta quarta é inverso ao de terça, quando essas empresas ajudaram a Bolsa brasileira a encerrar o pregão em alta de mais de 1%.

Outras companhias que caíam com intensidade, Engie (EGIE3 -2%) e Tim (TIMS3 -1,79%) divulgaram seus balanços do segundo trimestre nesta semana. A primeira teve lucro líquido ajustado de R$ 514 milhões no segundo trimestre do ano, uma alta de 20,4% em relação ao mesmo período do ano passado.

Apesar disso, a receita líquida da empresa caiu na comparação anual, atingindo R$ 2,996 bilhões, valor 4,4% menor que o montante em igual intervalo de 2021.

Já a TIM viu as despesas com a compra dos ativos da Oi Móvel pressionarem seus resultados, e com isso, seu lucro líquido caiu 58,4% no segundo trimestre em relação a igual período do ano passado, chegando a R$ 280 milhões.

Contudo, esse efeito deve ser passageiro. Em teleconferência para apresentar os resultados do segundo trimestre ao mercado, a CFO da TIM, Camille Faria, afirmou que os próximos trimestres não serão afetados por essa despesa.

A TIM pagou cerca de R$ 6,9 bilhões pelos ativos que adquiriu da Oi Móvel. “À medida que a integração avança, teremos sinergias e veremos uma normalização nessa margem”, avalia a CFO.

No entanto, Sérgio Castro, analista CNPI da Agência TradeMap, reforça que a aquisição dos ativos móveis da Oi “já trouxe alguns benefícios para a TIM no segundo trimestre do ano”. Ele cita o aumento da receita em 21,8%, para R$ 5,37 bilhões, e uma alta de 33% na base móvel de clientes em comparação com igual intervalo de 2021 como um desses benefícios.

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Bolsas internacionais

Os mercados globais operam no positivo nesta quarta, recuperando as perdas após o estresse diplomático envolvendo a visita da Nancy Pelosi, presidente da Câmara americana, a Taiwan. Além disso, no norte da América, o mercado repercute falas de membros do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) buscando pistas sobre o futuro da política monetária no país.

Mary Daly, Loretta Mester e Charles Evans, membros da instituição, sinalizaram que ainda há um longo caminho para controlar a inflação no país. Enquanto isso, em Wall Street, os principais índices acionários operavam em alta. Dow Jones ganhava 1,07%, S&P 500 subia 1,25% e Nasdaq avançava 2%.

Na Europa, já perto do fechamento, o movimento dos principais mercados também era positivo. Euro Stoxx 50 subia 0,51%, FTSE 100 ganhava 0,45% e o DAX 30 valorizava 1%.