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Ibovespa acompanha exterior e recua; CVC (CVCB3) e Natura (NTCO3) entre as maiores quedas

Por volta de 13h30, o Ibovespa caía 0,20%, aos 108.184 pontos.

Foto: Shutterstock

Após engatar cinco altas consecutivas, a Bolsa brasileira opera em queda nesta terça-feira (9), refletindo a queda generalizada os papéis ligados ao consumo, que subiram bastante nos últimos dias, após o BC (Banco Central) sinalizar que o ciclo de alta da Selic pode estar no fim.

Nem mesmo a alta de Petrobras (PETR4; PETR3) e da Vale (VALE3) consegue segurar a queda do índice.

A queda das Bolsas internacionais também pressiona o Ibovespa. Diante desse cenário, por volta de 13h30, o Ibovespa caía 0,20%, aos 108.184 pontos.

Dentre as quedas, a CVC (CVCB3) perdia 10% e liderava a ponta negativa. Na sequência, Natura (NTCO3) caía 8,30%, Méliuz (CASH3) desvalorizava 8,21%, Magalu (MGLU3) cedia 6,42% e Americanas (AMER3) apontava em 6,25% para baixo.

No caso da CVC, o J.P Morgan rebaixou a recomendação das ações de overweight – equivalente a uma recomendação de compra – para neutro, com o preço-alvo de R$ 10 para o fim de 2023.

De acordo com os analistas do banco, a empresa de turismo sofre com a pressão da alta da inflação, o que pode pressionar as margens nos próximos trimestres.

Saiba mais:

CVC é a maior queda do Ibovespa antes de balanço e após J.P Morgan rebaixar recomendação

Diante das altas recentes, o setor vive hoje a chamada “realização de lucros”, ou seja, quando investidores entram no mercado para vender papéis que se valorizaram nos pregões mais recentes.

Na avaliação de Edmar de Oliveira, operador da mesa de renda variável da One Investimentos, pesa sobre esses papéis, que são considerados ativos de risco, a sensibilidade que eles possuem aos juros.

“O mercado está monitorando discurso de dirigentes do banco central americano, buscando pistas do futuro das taxas no país. Alguns membros estão inclinados a encerrar a taxa de juros em dezembro entre 3,5% e 4%, acima das expectativas anteriores do mercado”, comenta.

Por aqui, mais cedo foi divulgada a ata da última reunião do Copom. Após elevar a taxa básica (Selic) em 0,50 ponto percentual na última reunião, a 13,75% ao ano, o Copom (Comitê de Política Monetária do BC) irá avaliar se há necessidade de um novo aumento de juros na próxima reunião, em setembro.

Entre a noite desta terça e a manhã desta quarta-feira (10), serão divulgados os dados de inflação na China e nos Estados Unidos para o mês de julho. Esses números podem indicar a possibilidade de uma recessão global no futuro.

Altas do Ibovespa

Na parte positiva do principal índice da B3, empresas ligadas à commodities metálicas e ao petróleo subiam com mais intensidade.

Qualicorp (QUAL3) ganhava 3%, os papéis de Petrobras (PETR4; PETR3) avançavam 1,31% e 1,07%, respectivamente, e PRIO (PRIO3) subia 1,66%. Depois deles, BB Seguridade (BBSE3) apontava em 1,29% para cima.

A empresa de seguros do Banco do Brasil divulgou seu balanço do segundo trimestre ontem, registrando o melhor trimestre desde seu IPO, anotando um lucro líquido de R$ 1,4 bilhão no período. O montante representa um avanço de 86,6% em comparação aos R$ 753 milhões vistos no mesmo período em 2021.

Para Jader Lazarini, analista CNPI da Agência TradeMap, o cenário macroeconômico turbulento acabou ajudando os resultados da companhia. Ele relembra que o ciclo de alta de juros havia apenas começado no segundo trimestre de 2021, que serve de base comparativa para os resultados deste ano.

“Desde então, a Selic passou de 4,25% para 13,25%. O que para muitas empresas foi um peso a ser carregado, para a BB Seguridade, impulsionou o balanço”, avalia Lazarini.

Veja a análise:

BB Seguridade (BBSE3) se apoia em Selic para cima e sinistralidade para baixo no 2T22; saiba mais

O Itaú (ITUB4), por sua vez, avançava 2%, também em resposta a seu balanço do segundo trimestre, divulgado na noite de segunda-feira (8).

O banco atingiu um lucro líquido de R$ 7,67 bilhões no período, alta de 17,4% em relação ao mesmo período do ano passado, um resultado marcado principalmente pela aposta do banco no crédito ao consumo, em linhas como cartão de crédito e crédito pessoal, que geram retornos maiores quando os juros sobem.

A carteira de crédito total do Itaú terminou o segundo trimestre com R$ 1,084 trilhão, aumento de 19,3% ante resultado de igual período do ano passado.

Bolsas internacionais

O movimento negativo do Ibovespa acompanha, em parte, as quedas vistas lá fora. Nos EUA, o Dow Jones operava com estabilidade enquanto o S&P 500 recuava 0,30% e o índice Nasdaq perdia 1%. Por lá, a Nvidia reportou resultados mais fracos de receita por conta de uma perspectiva ruim para a indústria de semicondutores.

Enquanto isso, na Europa, já perto do fechamento, os mercados operavam mistos. Enquanto o Euro Stoxx 50, que reúne empresas de toda a zona do Euro, caía 0,55%, o DAX 30, da Alemanha, perdia 0,90% e o FTSE 100, do Reino Unido, avançava 0,18%.

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