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Ibovespa acompanha exterior e fecha em baixa de 0,5%, perdendo os 100 mil pontos

Apesar da queda desta terça-feira, a performance do principal índice da B3 em julho segue de alta de 1,25%

Gabriel Bosa

Gabriel Bosa

Foto: Shutterstock

Depois de recuperar o marco de 100 mil pontos no pregão de ontem, o Ibovespa acompanhou as Bolsas americanas, pressionadas por expectativas de política monetária e balanços corporativos, e fechou a sessão desta terça-feira (27) em baixa de 0,5%, aos 99.771 pontos. Foram R$ 13,58 bilhões em volume negociado.

Apesar da queda de hoje, a performance do índice neste mês segue de alta de 1,25%, enquanto a desvalorização acumulada desde o início do ano é de 4,82%.

O movimento da Bolsa brasileira segue seus pares do exterior, onde resultados abaixo do esperado frustraram o mercado. Nos Estados Unidos, o S&P 500 fechou em baixa de 1,16%, o Dow Jones recuou 0,71% e o Nasdaq perdeu 1,87%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 caiu 0,8%.

Balanços, inflação e juros

O Walmart, uma das maiores redes de varejo dos EUA, passou a prever queda no lucro mesmo com o crescimento da receita, diante dos elevados níveis de inflação no país.

Segundo a companhia, no ano fiscal que terminará em abril, seu lucro operacional deve diminuir de 11% a 13% em relação ao ano fiscal anterior. Na estimativa anterior, divulgada em meados de maio, a companhia esperava que os resultados ficassem estáveis ou tivessem um pequeno aumento.

Em comunicado, o Walmart aponta que a redução nas expectativas de lucro deve-se aos cortes de preços voltados a incentivar a compra de produtos que estavam se acumulando nos estoques.

O mercado americano também opera em compasso de espera, antes da divulgação de balanços de gigantes da tecnologia, como Alphabet e Microsoft, e da decisão de política monetária do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) na próxima quarta-feira (27), com expectativa de elevação de 0,75 ponto percentual na taxa de juros.

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Por aqui, o mercado estará de olho nos balanços de Carrefour, Neoenergia e Telefônica Brasil, após o fechamento do pregão.

Em dados econômicos, a principal divulgação do dia foi o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de julho, que mostrou desaceleração para 0,13%, desempenho melhor do que o esperado, consequência da redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) de combustíveis, energia e telecomunicações.

Em junho, o índice havia aumentado 0,69%. Em 12 meses, a inflação mostra alta de 11,39%, uma desaceleração em relação ao IPCA-15 do mês passado, quando o aumento foi de 12,04%.

Petrobras limita quedas

Na Europa, depois de uma nova redução no fornecimento russo de gás natural, os países da União Europeia chegaram em um acordo para cortar o consumo em 15% no inverno. O petróleo tipo Brent fechou em baixa de 0,73%, a US$ 99,46 por barril.

Apesar disso, as ações de petrolíferas brasileiras subiram em bloco, e a Petrobras, por seu peso na composição do índice, ajudou a limitar as baixas do Ibovespa. Petrobras (PETR3) subiu 1,44%, seguida de Petrobras (PETR4), com ganhos de 1,01%, e Prio (PRIO3), com avanço de 0,55%.

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A Petrobras estuda a possibilidade de antecipar o pagamento aos acionistas de dividendos referentes a este ano, de acordo com uma reportagem do jornal O Globo, publicada no fim da tarde de segunda-feira.

Segundo a publicação, a antecipação é um pedido do governo federal, principal acionista da estatal, e tem como objetivo ajudar a reforçar os cofres públicos. O jornal atribui as informações a fontes do alto escalão da companhia.

Após a publicação da reportagem de O Globo, a Petrobras publicou um comunicado ao mercado, já depois do fechamento da Bolsa, no qual diz que “suas decisões sobre remuneração aos acionistas seguem as normas legais e estatutárias, assim como estão sempre alinhadas à sua política [de remuneração aos acionistas].”

Além disso, afirma que “ainda não há qualquer decisão tomada sobre novos pagamentos de dividendos em 2022.”

O minério de ferro, por sua vez, teve alta de 5,57% na Bolsa de Dalian, a US$ 110,79 por tonelada – mas não foi capaz de segurar as mineradoras e siderúrgicas brasileiras, que caíram em bloco.

Fonte: TradeMap

Varejo cai nos EUA, aqui também

Na ponta negativa do índice, destaque para as empresas de varejo e consumo, influenciadas pelo mau humor que Walmart trouxe ao mercado, segundo Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital Investimentos.

As maiores quedas do principal índice da B3 foram de Quallicorp (QUAL3), Magazine Luiza (MGLU3) e Via (VIIA3) que caíram 8,1%, 6,45% e 6,35%, respectivamente.

A Qualicorp liderou as perdas do Ibovespa após o Citi ter deixado de recomendar a compra do papel e cortar o preço-alvo de R$ 15 para R$ 9 ao final de 2022.

Em relatório publicado no Pipeline, site de finanças do jornal Valor Econômico, os analistas da instituição financeira avaliam que a Qualicorp deve continuar a apresentar tendências operacionais fracas no futuro. Além disso, existe a expectativa de que as operadoras de planos continuem com a sinistralidade pressionada.

Na outra ponta, as maiores altas do índice foram de JBS (JBSS3), IRB (IRBR3) e Petrobras (PETR3), que avançaram 2,97%, 1,59% e 1,44%, nesta ordem, diante da expectativa com os resultados financeiros destas companhias.

Criptomoedas

O mercado de criptoativos aprofunda o mau humor nesta terça-feira em linha com as quedas das Bolsas globais e à espera do tom que o presidente do Fed, Jerome Powell, vai dar sobre a estratégia de alta dos juros.

Por volta de 16h55, o Bitcoin (BTC) registrava queda de 5%, negociado a US$ 20.954, segundo dados do Mercado Bitcoin disponíveis na plataforma TradeMap.

Além das preocupações macroeconômicas, o universo cripto repercute informações de que a SEC (CVM americana) abriu investigação contra a Coinbase (COIN) sobre suspeita de irregularidades em negociações.

Com isso, as ações da Coinbase, que é uma das maiores plataformas do mercado digital, chegaram a tombar quase 20% no pregão da Nasdaq.

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