Fundo Verde aumenta aposta na alta do petróleo e monta posição contra libra esterlina

Fundo registrou perda de 0,46% em setembro com posição em juros e bolsas globais, pior desempenho desde junho.

Foto: Shutterstock/Maksim Safaniuk

O fundo multimercado Verde, gerido pelo conhecido gestor Luis Stuhlberger, aumentou a aposta na alta do petróleo e passou a apostar contra o euro e a moeda do Reino Unido, a libra esterlina – que registrou em setembro a maior queda frente ao dólar em 37 anos -, informou a gestora na carta de setembro.

O preço do barril de petróleo tipo Brent já subiu mais de 6% após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus aliados, grupo conhecido como Opep+, ter anunciado em 5 de outubro um corte de 2 milhões de bpd (barris por dia) na meta de produção de petróleo a partir de novembro.

Já a libra quase atingiu a paridade com o dólar em 23 de setembro, quando bateu o menor patamar desde 1985 após o governo do Reino Unido anunciar um grande pacote de corte de impostos. O anúncio gerou preocupação com a sustentabilidade das contas públicas do país e fez a libra ficar mais fraca – e foi nesse contexto que a Verde decidiu montar uma posição vendida na moeda, que gerará lucro se a cotação cair.

“Acreditamos que o pêndulo dos mercados começa a mostrar exageros, e nos parece claro que o brutal aperto generalizado de juros vai ter impactos importantes sobre o crescimento de todas as economias, especialmente as desenvolvidas”, destacou a Verde Asset na carta.

Este cenário levou o fundo Verde a zerar a aposta na alta de juros dos Estados Unidos, após as taxas dos títulos do Tesouro americano ultrapassarem o patamar de 4% ao ano.

Em setembro, as projeções dos membros do comitê de política monetária do banco central dos EUA apontavam para uma taxa básica de juros de 4,4% no fim de 2022. No entanto, o aumento da preocupação com uma possível recessão tem levado o mercado a rever as expectativas para o ciclo de alta de juros no país.

Já as posições em ações, tanto no Brasil quanto no exterior, foram mantidas.

Em setembro, o Verde colheu ganhos dos investimentos em ações no Brasil e com as apostas de alta de juros dos EUA e de queda na cotação do euro, mas elas foram insuficientes para compensar a perda com a alocação em bolsas internacionais e taxas de juros globais.

O fundo registrou perda de 0,46% no mês passado, pior desempenho desde junho, e acumula alta de 11,29% no ano, contra variação positiva de 8,89% do CDI.

Novo Congresso deve limitar margem de manobra do governo, diz Verde

Para a Verde Asset, o próximo presidente da República, independente de quem vencer no segundo turno, terá que trabalhar com restrições que devem ser impostas pelo Congresso, composto por maioria de partidos conservadores.

No caso de vitória do candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT), isso quer dizer dificuldades para reverter reformas já aprovadas, como a trabalhista. Isso, segundo a Verde, ajudou a reduzir o risco de mudanças bruscas no cenário econômico e contribuiu para a alta nos mercados no pós-eleição.

“Caso Lula vença, a margem de manobra do seu governo – especialmente para potenciais contrarreformas – fica mais limitada”, destacou a gestora na carta.

Compartilhe:

Leia também:

Destaques econômicos – 25 de abril

Nesta sexta-feira (25), o calendário econômico traz atualizações relevantes que podem impactar os mercados. Veja os principais eventos do dia e suas possíveis consequências: 07:00

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.