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Libra, a moeda da Inglaterra, despenca e renova menor nível em 37 anos – o que aconteceu?

Libra é conhecida por ser mais forte que o dólar, mas vem gradualmente perdendo força por causa dos problemas econômicos na Inglaterra

Foto: Shutterstock

A libra, moeda conhecida por ser mais forte que o dólar dos Estados Unidos, despencou nesta sexta-feira (23) e renovou o menor nível em quase quatro décadas.

Perto do horário de fechamento das bolsas europeias, cada libra estava valendo pouco menos de US$ 1,10, atingindo o menor preço desde 1985 e ficando cada vez mais perto da paridade com a moeda americana.

A libra já está em apuros há alguns meses, pressionada pela forte inflação no Reino Unido – que está perto de 10% ao ano – e pela lenta resposta do banco central britânico a este movimento.

Na quinta-feira (22), a instituição aumentou os juros em 0,50 ponto porcentual, mas havia expectativa de que este aumento fosse mais intenso, de 0,75 ponto. A decisão foi vista como um sinal de tolerância do banco central à alta de preços, e acabou reforçando a tese de que levará tempo para a inflação desacelerar na Inglaterra.

Na prática, ao responder de forma mais frouxa que a esperada, o Banco da Inglaterra pode ter piorado a situação. “O enfraquecimento da taxa de câmbio significa que mais inflação será importada agora. Mais dor conforme rumamos para os frios meses de inverno”, disse Fawad Razaqzada, analista de mercado da corretora City Index.

O outro fator que pesou sobre a libra foi o descontentamento dos investidores com o plano do governo britânico para lidar com a inflação elevada.

A proposta do governo prevê limites aos preços da energia – o que enseja um aumento dos gastos públicos e era esperado pelos investidores -, mas ao mesmo tempo também contém planos para reduzir impostos.

Segundo o analista-chefe de mercado da CMC Markets, Michael Hewson, a queda na libra reflete a conclusão de que o governo vai financiar o apoio financeiro à população com mais dívida – o que potencialmente agravaria o problema da inflação.

“São esses empréstimos extra que parecem estar assustando o mercado de dívida e fazendo a libra cair”, disse Hewason, em relatório. “Embora o ministro das Finanças diga que isso ajudará a começar um plano para fazer a economia crescer 2,5%, o mercado não está convencido”, acrescentou.

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