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Em dia de alívio, Ibovespa surfa otimismo do exterior e sobe 1,39%; CVC (CVCB3) lidera os ganhos

Investidores estão de olho em balanços nos Estados Unidos e prévia operacional da Vale (VALE3)

Gabriel Bosa

Gabriel Bosa

Foto: Shutterstock

Em um dia em que as Bolsas estrangeiras respiraram aliviadas, o Ibovespa surfou no otimismo de seus pares e fechou em alta de 1,39%, aos 113.624 pontos. Foram R$ 19,4 bilhões em volume negociado.

O sinal positivo tomou conta das Bolsas ao redor do globo nesta segunda-feira (17). Em Nova York, o S&P 500 teve alta de 2,65%, o Dow Jones subiu 1,86% e o Nasdaq avançou 3,43%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 teve avanço de 1,77%.

Com a alta de hoje, o saldo do Ibovespa para o mês de outubro ficou no território positivo, com alta de 3,26%. Enquanto isso, a valorização acumulada desde o início do ano passou para 8,4%.

Balanços e economia em foco

Nos Estados Unidos, o mercado ficou atento à temporada de balanços do terceiro trimestre, com o Bank of America superando as expectativas antes da abertura do pregão.

Por aqui, o IBC-Br (Indicador de Atividade do Banco Central), indicador apelidado de “prévia do PIB”, tombou 1,13% em agosto, uma queda maior do que a esperada pelo mercado, que acreditava em recuo de 0,3%.

Analistas do mercado financeiro ouvidos para o Boletim Focus voltaram a reduzir a expectativa para a inflação medida pelo IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) em 2022 e 2023. Os especialistas também revisaram para cima as projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) do ano que vem.

Agora, o mercado estima que o indicador encerre este ano a 5,62%, ante 5,71% na semana passada. Para 2023, a projeção passou para 4,97%, contra 5% na edição anterior.

Em relação ao PIB, é esperado avanço de 2,71% em 2022, levemente acima da projeção de 2,70% na semana passada. Para 2023, a previsão subiu para 0,59%, contra 0,54% na edição passada.

Na frente política, os olhares estão voltados para o acirramento das tensões com o segundo turno das eleições presidenciais, que acontece no próximo dia 30.

Ontem, o debate entre os candidatos Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) na Band foi intenso – o primeiro criticou a atuação do presidente na pandemia de coronavírus e o atraso para compra de vacinas, e o segundo ressaltou os escândalos de corrupção durante o governo do ex-presidente.

China e Reino Unido

Na China, durante congresso do Partido Comunista, o presidente Xi Jinping não ofereceu nenhuma perspectiva imediata de mudança na política de tolerância zero à Covid-19, que vem ameaçando a demanda por aço. Com isso, o minério de ferro negociado na Bolsa de Dalian teve baixa de 2%, a US$ 95,29 por tonelada.

Em resposta, as ações de mineradoras e siderúrgicas brasileiras tiveram um dia de perdas, com destaque para Usiminas (USIM5) e CSN (CSNA3), que caíram 1,22% e 0,7%, respectivamente.

A Vale (VALE3), por sua vez, fechou com avanço de 1,58%. O mercado está na expectativa da divulgação do relatório de produção do terceiro trimestre da mineradora, após o fechamento do mercado.

Ainda na China, o país adiou, sem maiores explicações, a divulgação de dados do PIB do terceiro trimestre, que deveriam ser publicados na noite de hoje.

No Reino Unido, o novo ministro das finanças, Jeremy Hunt, anunciou a reversão de praticamente todas as medidas fiscais anunciadas pelo governo do país no mês passado, em uma tentativa de restaurar a confiança econômica do mercado e política do governo, avalia André Coelho, analista de pesquisa macroeconômica da Ativa Investimentos.

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Altas e baixas do pregão

A ação da CVC (CVCB3) teve a maior alta do Ibovespa nesta segunda, de 9,18%, depois de a companhia comunicar que irá criar um programa de fidelidade chamado “Clube CVC”. De acordo com a empresa, com o novo negócio, os clientes poderão acumular pontos para serem resgatados em produtos e benefícios dentro do portfólio da companhia.

Na outra ponta, a maior queda do dia foi de MRV (MRVE3), de 11,42%. A construtora lançou R$ 1,805 bilhão no terceiro trimestre deste ano, valor 13,6% menor do que o lançado no mesmo período de 2021, de acordo com prévia operacional divulgada na última sexta-feira. As vendas líquidas, por sua vez, totalizaram R$ 1,464 bilhão entre julho e setembro deste ano, valor 27,3% menor do que o registrado no mesmo período de 2021.

“Os lançamentos no trimestre seguiram a estratégia de vendas adotada pela companhia, que vem priorizando o aumento de preços, buscando a recomposição da margem bruta”, afirmou a companhia.

Outra forte baixa, de 2,87%, foi da rede de laboratórios Fleury (FLRY3). A companhia comunicou que vai vender novas ações para captar no mínimo R$ 602 milhões e no máximo R$ 1,2 bilhão. Os novos papéis serão vendidos a R$ 17,27 cada, o que representa um desconto de 6,5% em relação à cotação do fechamento de sexta-feira (14).

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A empresa disse que irá utilizar os recursos para manter a estratégia da companhia – que envolve a aquisição de outras empresas do setor de saúde -, bem como os planos de expansão orgânica. Ademais, usará o dinheiro para melhorar a posição de caixa e reduzir a proporção da dívida em relação ao lucro operacional.

Criptomoedas

O mercado cripto abriu a semana sem grandes solavancos, com Bitcoin (BTC) se mantendo acima de US$ 19 mil e seguindo o ritmo positivo das principais Bolsas americanas e europeias.

Investidores em todo o mundo estão à espera de novos fatos que possam desencadear movimentos de venda ou compra dos ativos. A expectativa de parte dos analistas é que o Bitcoin (BTC) siga andando de lado até o início de novembro, quando o colegiado da autoridade monetária americana volta a se reunir para definir a nova taxa de juros no país.

Por volta das 16h50, a maior moeda do mercado tinha alta de 1,5%, negociada a US$ 19.615, segundo dados disponíveis na plataforma TradeMap. Na mesma hora, o Ethereum (ETH) tinha valorização de 2,6%, a US$ 1.328.

“Os ganhos de hoje refletem os dos mercados de ações, com ativos de risco mais amplamente começando a semana bem”, destaca Craig Erlam, analista sênior de mercado da Oanda.

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