Bolsa sobe com Rede D’Or (RDOR3) e Americanas (AMER3) liderando altas – saiba os motivos

O Ibovespa se descola dos seus pares internacionais nesta terça (17) e avança mais de 1%, recuperando parte das perdas vistas na véspera. Dentre as ações do índice, o papel da Americanas (AMER3) era o destaque de alta, embora ainda está longe de se recuperar da desvalorização de mais de 80% sofrida desde quinta-feira.

Na quarta (11), a ação da Americanas fechou cotada a R$ 12, mas nos dias seguintes despencou, reagindo à notícia de que a empresa havia reportado erroneamente despesas financeiras e que sua dívida, na verdade, era muito maior do que a divulgada ao mercado.

A Americanas ainda informou mais cedo que não irá pagar os juros referentes à 17ª emissão de debêntures da empresa. Somado a isso, o S&P rebaixou a classificação da Americanas em escala global e nacional.

De acordo com o site Brazil Journal, a empresa convidou Camille Faria, a CFO da TIM Brasil, para ocupar o mesmo posto na rede varejista. A executiva, diz o site, tem experiência em recuperações judiciais.

Hoje, por volta das 13h10, a ação da Americanas subia 4,64%, a R$ 2,04, mas apresenta forte volatilidade e entrou em leilão algumas vezes nesta terça-feira.

O Ibovespa acompanhava o movimento positivo do papel da empresa, e subia 1,66%, aos 111.028 pontos.

A ação da Rede D’OR (RDOR3) figurava entre as principais altas do dia, com um avanço de 8,57%. A empresa foi tema de um relatório do BTG divulgado mais cedo, em que o banco se mostrou otimista com as sinergias – os efeitos positivos sobre os resultados – que podem ser geradas pela combinação de negócios entre a companhia e a SulAmérica.

O banco calcula que o valor presente líquido destas sinergias possa chegar a R$ 6,2 bilhões, devido a uma economia de despesas de cerca de R$ 3 bilhões e ao “redirecionamento de uma parcela maior das despesas médicas da SulAmérica com para a Rede D’Or”, que pode trazer mais R$ 3,2 bilhões.

Estes valores, diz o BTG Pactual, ainda não estão devidamente embutidos nos preços das ações da Rede D’Or.

A ação da Arezzo (ARZZ3) também era um dos destaques do pregão, subindo 4,55% nesta tarde após a empresa anunciar, na noite da última segunda-feira (16), que fechou acordo para comprar a calçadista Vicenza. Essa é a 17ª marca do portfólio da empresa de Alexandre Birman.

De acordo com o fato relevante arquivado na CVM, a empresa pagará cerca de R$ 170 milhões pela companhia. Na visão do analista CNPI da Agência TradeMap Jader Lazarini, a aposta da Arezzo reforça sua exposição ao público das classes A e B, que “não sofrem tanta influência da alta dos juros nem têm renda comprometida com consumo não discricionário, o que é positivo no cenário atual”.

Ademais, As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) avançavam 4,52% e 4,34%, respectivamente, em um movimento que acompanha a alta dos preços do petróleo no mercado externo.

No mercado futuro da ICE, o preço do barril da commodity subia 2,19%, cotado a US$ 86,30.

Baixas da Bolsa

A ação da Qualicorp (QUAL3) recuava 5,74% e liderava as baixas do Ibovespa. Mais cedo, o Goldman Sachs cortou a recomendação dos ativos da empresa de neutro para venda. O preço-alvo caiu pela metade, e passou de R$ 12 para R$ 6.

Segundo informações do site Infomoney, o banco acredita que a empresa não deve ter um ímpeto nos lucros no curto prazo por causa de um “cenário macroeconômico mais desafiador” e de uma inflação persistente, além de uma competição ainda alta com os planos de pequenas e médias empresas.

Na sequência, Via (VIIA3) e Magalu (MGLU3) devolviam parte dos ganhos da véspera e recuavam 3,05% e 2,60%, respectivamente, e Banco Pan (BPAN4) caía 1,28%.

Cenário internacional

Os mercados globais operam em terreno negativo nesta terça, tanto nos EUA quanto na Europa. No norte da América, o mercado acompanha o começo da temporada de balanços do quarto trimestre de 2022.

Mais cedo, o Goldman Sachs e o Morgan Stanley reportaram seus números. Na opinião da estrategista de ações da XP, Jennie Li, os resultados dos bancos até agora não foram ruins, mas trazem uma mensagem de cautela aos investidores.

“Os bancos têm indicado que esperam uma desaceleração ou até mesmo uma recessão econômica para 2023. Então, as projeções daqui para frente ficaram cada vez mais cautelosas”, afirma Li.

Na Europa, Philip Lane, economista chefe do BCE, disse que as taxas de juros terão que entrar em território restritivo para trazer a inflação de volta à meta. A fala da autoridade derrubou expectativas de uma possível desaceleração no ritmo das altas de juros no continente europeu. 

Veja como estavam os mercados globais nesta tarde: