Ranking de investimentos de julho de 2025

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Entre 27 de julho e 1º de agosto, o desempenho dos principais investimentos foi marcado por fortes oscilações, definindo as posições do ranking de investimentos de julho de 2025. O período refletiu a reação dos mercados a indicadores econômicos, decisões de política monetária e acontecimentos políticos relevantes, que influenciaram de forma distinta diferentes classes de ativos, desde renda variável e criptoativos até investimentos de renda fixa. 

  

No dia 9 de julho, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou uma carta ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva comunicando a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, com vigência prevista para 1º de agosto. Posteriormente, em 30 de julho, Trump assinou o decreto que oficializa as tarifas, com implementação definida para 6 de agosto. Apesar disso, quase 700 produtos foram isentados da sobretaxa, mantendo a tarifa anterior de 10%. Esses eventos geraram um ambiente de forte instabilidade nos investimentos. 

  

No mesmo dia, os EUA também sancionaram o ministro do STF, Alexandre de Moraes, com base na Lei Magnitsky, que prevê bloqueio de bens em território americano e restrições a transações financeiras, aumentando ainda mais a tensão política e diplomática. 

  

No campo econômico, o IPCA-15, considerado a prévia da inflação brasileira, subiu 0,33% em julho, acumulando alta de 5,30% em 12 meses. Em resposta, o Banco Central manteve a taxa Selic em 15% na reunião do Copom no dia 30 — o maior nível em quase duas décadas — reforçando o compromisso com o controle da inflação, o que influenciou positivamente os investimentos em renda fixa. 

  

Nos Estados Unidos, a inflação ao consumidor (CPI) de junho também registrou alta de 0,3%, em linha com as expectativas, refletindo o impacto das tarifas sobre os preços. O Federal Reserve manteve os juros entre 4,25% e 4,50%, apesar das pressões de Trump por cortes na taxa básica, intensificando o debate sobre a condução da política monetária americana. 

  

Esses fatores combinados criaram um ambiente de elevada aversão ao risco, impactando ativos tanto no Brasil quanto no exterior. 




 Maiores variações: 

  1. Ethereum (+52,83%) 

A criptomoeda Ethereum apresentou uma valorização expressiva de 52,83% em julho de 2025. O desempenho foi impulsionado por fatores como a aprovação do GENIUS Act nos EUA, que reconhece stablecoins como dinheiro digital legal, beneficiando diretamente o Ethereum, principal blockchain para essas transações. Além disso, o bilionário Peter Thiel adquiriu uma participação de 9,1% na Bitmine Immersion Technologies (BMNR), voltada para estratégias com ETH. No dia 30, a rede Ethereum completou 10 anos, consolidando-se como a segunda maior criptomoeda do mercado. 

 

       2. Bitcoin (+11,35%) 

O Bitcoin, a principal criptomoeda do mercado, registrou uma valorização de 11,35% em julho de 2025. Apesar de um crescimento menor que o Ethereum, o Bitcoin demonstrou resiliência e voltou a figurar entre as aplicações mais rentáveis do mês. A valorização foi impulsionada pela decisão do FOMC de manter os juros entre 4,25% e 4,50% ao ano, além de um relatório do grupo de trabalho de ativos digitais da Casa Branca. O documento, que analisou os primeiros 180 dias do governo Trump, defendeu a integração entre blockchain e finanças tradicionais e propôs diretrizes mais claras para o setor, estimulando o otimismo no mercado de criptoativos. 

 

       3. IRF-M (+6,18%) 

O Índice de Renda Fixa de Mercado (IRF-M), que reflete o desempenho dos títulos públicos prefixados, apresentou uma variação de 6,18% em julho de 2025. Este desempenho positivo é reflexo de uma taxa de juros evelada (15%), tornando os títulos prefixados mais atrativos. A busca por segurança em meio à volatilidade do mercado de ações direcionou investimentos para a renda fixa. 

 

      4. BDRX (+6,15%) 

O Índice de BDRs Não Patrocinados (BDRX) registrou uma alta de 6,15% em julho de 2025. Os BDRs (Brazilian Depositary Receipts) representam ações de empresas estrangeiras negociadas na bolsa brasileira. A valorização do BDRX é reflexo de um bom desempenho das empresas globais que compõem o índice, como Nvidia (NVDC34) e Meta Platforms (M1TA34), que se beneficiaram das novas tarifas comerciais impostas pelos EUA, e de um movimento de busca por diversificação internacional por parte dos investidores brasileiros, especialmente em um cenário de incertezas domésticas. 

 

      5. IMA-B (+4,34%) 

O Índice de Mercado ANBIMA (IMA-B), que acompanha o desempenho dos títulos públicos indexados à inflação (IPCA), registrou uma variação de 4,34% em julho de 2025. Assim como o IRF-M, o bom desempenho do IMA-B reflete a atratividade dos títulos atrelados à inflação em um cenário de instabilidade econômica. A busca por proteção contra a inflação e a segurança da renda fixa contribuíram para a valorização deste índice. 

 

Menores variações: 

  1. MSCI Brazil (-6,97%) 

O índice MSCI Brasil, que mede o desempenho dos segmentos de grande e média capitalização do mercado brasileiro, registrou uma queda de 6,97% em julho de 2025, sendo a maior desvalorização entre os investimentos analisados. A performance negativa deste índice, que é um termômetro para o investimento estrangeiro no Brasil, reforça a percepção de aversão ao risco por parte dos investidores internacionais. As tensões comerciais com os EUA, a instabilidade política e a saída de capital estrangeiro impactaram diretamente as empresas brasileiras de maior porte, levando à desvalorização do índice. 

       2. Small Caps (-6,36%) 

O índice Small Cap, que representa empresas de menor capitalização de mercado, registrou a maior queda entre os investimentos listados, com 6,36% em julho de 2025. Empresas de menor porte são mais sensíveis a cenários econômicos adversos e incertezas políticas. A aversão ao risco gerada pelas tensões comerciais e a saída de capital estrangeiro impactaram desproporcionalmente as small caps, que possuem menor liquidez e maior vulnerabilidade a choques de mercado. 


      3. B3 BR+ (-4,93%) 

O índice B3 BR+, que representa as empresas listadas na B3 com maior liquidez e valor de mercado, registrou uma queda de 4,93% em julho de 2025. A performance negativa deste índice está alinhada com a do Ibovespa e do IBRX-100, refletindo o impacto das tensões comerciais com os EUA e a saída de capital estrangeiro da bolsa brasileira. O “tarifaço” de Trump e a incerteza política doméstica geraram um ambiente de aversão ao risco, levando à desvalorização das ações brasileiras. 

 

      4. Ibovespa (-4,18%) 

O principal índice da bolsa brasileira, Ibovespa, recuou 4,18% em julho, afetado por tensões políticas e comerciais. A aplicação da lei Magnitsky contra o ministro Alexandre de Moraes agravou o ambiente político, enquanto o “tarifaço” dos EUA sobre produtos brasileiros elevou a percepção de risco. Como reflexo, houve forte saída de capital estrangeiro, o que pressionou ações líderes do índice, especialmente nos setores de commodities, consumo e financeiro. 

 

      6. IBRX-100 (-4,18%) 

O Índice Brasil 100 (IBRX-100), que reúne as 100 ações mais negociadas na B3, registrou uma queda de -4,18%. A combinação de juros altos, fuga de capital estrangeiro e instabilidade política afetou diversos setores representativos do índice. Com muitos papéis expostos ao mercado doméstico, o IBRX-100 refletiu a aversão generalizada ao risco e o movimento defensivo dos investidores ao longo do mês. 

 

Julho de 2025 demonstrou a intrínseca relação entre eventos geopolíticos, políticas econômicas e o desempenho dos mercados financeiros. Enquanto as criptomoedas e a renda fixa se beneficiaram de fatores específicos e da busca por segurança, o mercado de ações brasileiro sofreu o impacto direto das tensões comerciais e da aversão ao risco. A diversificação e a análise atenta do cenário macroeconômico global e doméstico continuam sendo cruciais para a tomada de decisões de investimento, especialmente em períodos de alta volatilidade e incerteza. 



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