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Após um zero a zero na véspera, Ibovespa segue exterior e sobe 1,19%; Cielo (CIEL3) dispara

Mercados globais seguem repercutindo ata do Fed

Gabriel Bosa

Gabriel Bosa

Foto: Shutterstock

Em um dia de bom humor nos mercados ao redor do mundo, que respiraram aliviados depois da divulgação da ata do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), o Ibovespa fechou o pregão em alta de 1,19%, aos 111.889 pontos, com R$ 22,01 bilhões em volume negociado.

Com isso, a alta acumulada desde o início de maio passou para 3,72%, enquanto o saldo de 2022 é de valorização de 6,74%.

No exterior, o movimento foi semelhante. Em Nova York, o Nasdaq teve alta de 2,68%, o S&P 500 subiu 1,99% e o Dow Jones avançou 1,61%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 fechou com ganhos de 2,54%.

Fed segue repercutindo

Os mercados seguem repercutindo a ata do Fed divulgada ontem, que trouxe alívio ao sinalizar duas altas de 0,5 ponto percentual nas taxas de juros do país nas duas próximas reuniões, descartando, por ora, aumentos maiores.

Até mesmo dados piores do que o esperado da segunda revisão do PIB (Produto Interno Bruto) dos EUA dão confiança ao mercado, com investidores acreditando que a atividade econômica mais fraca pode frear os aumentos de juros pelo Fed.

Os números mostram uma queda de 1,5% no PIB americano entre janeiro e março deste ano, um pouco maior do que os 1,4% apresentados na primeira divulgação.

Movimentações em Brasília

Outro destaque do noticiário foi a aprovação, pela Câmara dos Deputados, do projeto que limita a alíquota do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) sobre combustíveis e energia elétrica em 17%.

O acordo prevê compensação a estados e municípios que tenham perdas acima de 5% e aos que estão em recuperação judicial até o fim do ano. Agora, o projeto segue para votação no Senado.

Se passar no Senado, o texto tende a reduzir a inflação de 2022, que é a intenção do governo. Por outro lado, irá retirar cerca de R$ 70 bilhões da arrecadação dos estados, que nos últimos 12 meses vêm respondendo por quase 80% do superávit primário brasileiro.

De acordo com reportagem da Folha de S. Paulo, os entes da federação, em resposta, se articulam para tentar barrar a proposta no Senado ou até mesmo no STF (Supremo Tribunal Federal).

Petrobras em foco

A novela da presidência da Petrobras também segue dando o que falar. Depois de muita especulação no mercado, a reunião do conselho de administração da Petrobras, realizada na quinta-feira, confirmou que para que o presidente José Mauro Ferreira Coelho seja substituído por Caio Mario Paes de Andrade, como quer o Ministério de Minas e Energia, oito cadeiras de conselho também precisarão ser alteradas.

A petrolífera informou que vai convocar uma assembleia geral extraordinária para deliberar sobre as substituições. Antes, porém, a estatal espera receber indicações para as oito vagas no conselho e aguarda a análise de governança interna do nome de Andrade.

Em outra frente, a petrolífera comunicou ao mercado, na noite de ontem, que assinou com a Grepar um contrato para a venda da refinaria Lubnor, juntamente com seus ativos logísticos associados, localizados no estado do Ceará. A negociação trará US$ 34 milhões aos cofres da estatal.

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A venda é estratégica para a companhia. No comunicado, a Petrobras afirma que a operação “está alinhada à estratégia de gestão de portfólio e à melhoria de alocação do capital da companhia, visando à maximização de valor e maior retorno à sociedade”, e acrescenta dizendo que segue concentrando seus recursos em ativos com diferenciais competitivos a longo prazo.

Entre todas as notícias, as ações da companhia refletiram o movimento do petróleo Brent, que subiu 2,74%, para US$ 114,17. Assim, as ações ordinárias da estatal (PETR3) fecharam em alta de 0,31%, enquanto as preferenciais (PETR4) subiram 0,25%.

Outros destaques do pregão

As maiores altas do Ibovespa, no entanto, foram de Cielo (CIEL3), Magazine Luiza (MGLU3) e Rumo (RAIL3), com ganhos de 11,29%, 9,7% e 6,92%, respectivamente.

O principal fator por trás da alta da Cielo, além do dia positivo no mercado, foi a elevação de recomendação das ações pelo banco americano JPMorgan, para compra. De acordo com os analistas do JP, a empresa vem demonstrando estabilidade na participação de mercado, depois de anos de perdas, além de ter mostrado capacidade de repassar preços e controlar custos.

Já a Rumo irá pagar dividendo na próxima terça-feira (31), referente a sua subsidiária Rumo Malha Norte.

Outros papéis que seguiram subindo foram Rede D’Or (RDOR3) e SulAmérica (SULA11), com ganhos de 6,12% e 5,41%, respectivamente, após a primeira anunciar, na noite de terça-feira, a compra de 51.116.641 units da segunda. Com isso, a rede de hospitais alcançou o equivalente a 12% do capital social da SulAmérica.

As construtoras também foram destaque de alta, com destaque para MRV (MRVE3), com ganhos de 6,35%, após o MDR (Ministério do Desenvolvimento Regional) anunciar algumas propostas de mudança e um aumento nos subsídios do programa Casa Verde e Amarela (CVA).

O governo federal anunciou um acréscimo de 12,5% a 21,4% no subsídio médio a partir de junho, com validade até o final do ano. Além disso, propôs um aumentou no limite de renda familiar para alguns grupos do programa, podendo beneficiar famílias que recebam de R$ 4.001 a R$ 4.400 e de R$ 7.001 a R$ 7.700 com taxas de juros imobiliárias menores. O governo também propôs uma alteração no prazo de financiamento de 30 para 35 anos.

Para a XP Investimentos, isso deve melhorar a acesso ao programa, compensando um eventual cenário de aumento de juros no financiamento imobiliário para faixas mais altas.

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Na ponta negativa, as maiores quedas foram de Energisa (ENGI11), Taesa (TAEE11) e Cemig (CMIG4), com recuos de 2,88%, 2,77% e 2,58%, nesta ordem.

Na avaliação de Gustavo Cruz, analista da RB Investimentos, o movimento das elétricas é de correção por conta de subidas recentes. Ele ressalta que, desde o início do ano, esse é um dos setores que mais cresceu na Bolsa brasileira

Em relação à Eletrobras, as expectativas são que a companhia lance hoje sua oferta de ações, com registro na CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e na SEC, equivalente à CVM. Agora, na visão de analistas da Ativa Investimentos, a expectativa gira em torno da data de precificação e das características da oferta, que pode ser apenas primária ou ser também secundária.

“Acreditamos que o lançamento da oferta é uma notícia positiva para a companhia, uma vez que o célere processo diminui os riscos de demanda oriundos da proximidade do período de férias no hemisfério norte e das eleições no Brasil, escreveram os analistas, em comentários ao mercado.

A ação preferencial da companhia (ELET6) fechou em baixa de 2,55%, enquanto a ordinária (ELET3) caiu 2,05%.

As mineradoras e siderúrgicas também recuaram, com destaque para Usiminas (USIM5), que perdeu 1,84%, seguindo o movimento de queda no preço do minério de ferro. Na bolsa de Dalian, a comodity teve baixa de 0,77%, a US$ 123,89 a tonelada. No setor, a Vale (VALE3) caiu 0,06%.

Bitcoin

Nem a indicação do Fed em não aumentar os juros além do que havia sido combinado deu sustentação para o mercado de criptomoedas nesta quinta-feira, que se descolou das bolsas globais e voltou para o campo negativo.

O Bitcoin (BTC) bateu a faixa de US$ 28 mil nas mínimas do dia e reforçou que o clima de aversão ao risco ainda persiste entre os investidores.

Por volta de 16h40, a maior cripto em capitalização registrava queda de 0,93% em 24 horas, a US$ 29.431, conforme dados da CoinMarketCap.

Para as altcoins, criptomoedas alternativas ao Bitcoin, o dia foi ainda pior. Na mesma hora, o Ethereum (ETH) caia 6,72%, a US$ 1.833, enquanto a Solana (SOL) perdia 9,34%, cotada a US$ 44,15.

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