Utilizando múltiplos de capacidade de outras refinarias ao redor do mundo, a equipe de analistas do BTG Pactual avalia que a Lubnor, cuja venda foi anunciada pela Petrobras na noite de quarta-feira (25), pode valer US$ 59 milhões, 74% a mais do que os US$ 34 milhões que a estatal irá receber.
Os analistas do banco apontam, porém, em relatório distribuído nesta manhã, que a venda da Lubnor não é significativa para o plano de desinvestimento da Petrobras, uma vez que esta é a menor refinaria contida no plano de desinvestimento.
A capacidade de refino da Lubnor equivale a menos de 1% da capacidade da Petrobras no país, diz o BTG, que estima que o ativo também deva representar menos de 1% do que a estatal pode levantar com a venda das quatro refinarias restantes no plano de desinvestimento.
Outro ponto que pode ter pesado contra uma avaliação mais alta da Lubnor foi a falta de interesse de distribuidoras de combustível, explicada pelo fato de o asfalto ter correspondido a quase 40% dos derivados de petróleo produzidos pela refinaria em 2021, segundo o banco.
Além disso, o BTG aponta que o uso de múltiplos de capacidade para avaliar refinarias pode ser um método simplista, uma vez que não leva em consideração a complexidade e o mix de produtos de cada refinaria.
“Então, apesar de reconhecermos que é positivo ver a Petrobras avançando no desinvestimento de suas refinarias, esperamos pouca ou nenhuma reação do mercado a este anúncio”, dizem os analistas.
Sobre a transação
A Petrobras informou que assinou um acordo para a venda da Lubnor para a Grepar, que atua na produção e comercialização de produtos usados na pavimentação de asfaltos, por US$ 34 milhões.
A Lubnor é a quarta refinaria vendida pela Petrobras, e a operação faz parte do plano de desinvestimento da petrolífera.