Os dirigentes do Federal Reserve veem pelo menos mais duas altas de 0,50 pontos nos juros dos Estados Unidos nas próximas reuniões, mostrou a ata do Fomc (comitê de política monetária do Fed) divulgada nesta quarta-feira (25).
O documento, que é divulgado duas semanas após a decisão de política monetária, mostrou ainda que todos os membros do colegiado são favoráveis à redução do balanço do Fed (o que é equivalente à retirada de dinheiro de circulação).
No último encontro do Fomc, em 4 de maio, o comitê anunciou um aumento de 0,50 ponto porcentual nos juros americanos, para a faixa de 0,75% a 1% ao ano. O movimento era amplamente esperado pelo mercado há pelo menos um mês, quando ficou evidente que a inflação nos EUA estava longe de perder força.
O banco central americano também correspondeu às expectativas da maior parte dos investidores ao anunciar que vai começar em junho a diminuir o próprio balanço a um ritmo de US$ 47,5 bilhões por três meses, e depois vai aumentar gradualmente até atingir US$ 95 bilhões mensais – algo que havia sido antecipado pelo presidente da instituição, Jerome Powell, no início de abril.
Os mercados reagiram positivamente à divulgação da ata, com as bolsas americanas intensificando os ganhos. Por volta das 15h40, o Dow Jones, que estava em queda, passou a subir 0,46%, enquanto que o S&P 500 ganhava 0,84% e o Nasdaq avançava para 1,45%.
O Ibovespa, que antes da divulgação caía cerca de 0,30%, operava em leve alta de 0,02%.
Queda nas vendas de casas novas
Nesta terça (25), o Departamento de Comércio dos EUA divulgou uma forte queda na venda de casas novas em abril, de 16,6% em relação a março, uma perda muito maior do que a esperada pelo mercado.
Os números, que indicam uma rápida desaceleração da economia, fizeram com que muitos analistas passassem a ver um Fed mais “dovish” (ou seja, menos inclinado a aperto monetário).
O crescimento do balanço do Fed dá uma ideia do volume de estímulo que o banco central americano injetou na economia. Em 2008, eram US$ 914 bilhões em ativos no balanço da instituição. Agora, este volume beira os US$ 9 trilhões.
A diminuição do balanço, na prática, significa que o Fed vai começar a “enxugar” este dinheiro extra que está em circulação, e a expectativa é de que isso acabe prejudicando a atividade econômica, que já deu sinais de enfraquecimento nos EUA no primeiro trimestre.