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Depois de cair quase 8%, Bitcoin se recupera – veja o impacto da guerra para as criptomoedas

Conflito na Ucrânia e sanções podem impulsionar adoção de criptomoedas na Rússia

Após cair quase 8% na mínima do dia, os preços do Bitcoin (BTC) e de outras criptomoedas mostraram uma recuperação após o presidente americano Joe Biden ter descartado o envio de tropas militares para a Ucrânia.

O Bitcoin chegou a cair para a mínima de US$ 34,435, o menor patamar desde 24 de janeiro, com o aumento da aversão a risco após o início da invasão militar russa à Ucrânia. Às 19h39, a criptomoeda negociava a R$ 38.092, alta de 0,92%.

Já a Ether (ETH), criptomoeda com segundo maior valor de mercado, chegou a cair mais de 10% negociando a US$ 2.303 na mínima, e era cotada no fim desta quinta-feira (24) em US$ 2.587, queda de 2,03%.

O movimento de queda das criptomoedas ao longo da manhã refletiu a fuga dos investidores de ativos de risco, como ações e moedas emergentes, em busca de aplicações consideradas mais seguras, como os títulos do Tesouro americano e ouro.

“É importante entender que em momentos de crise e de aversão ao risco os investidores vendem
primeiro os ativos mais líquidos e de mais risco, e o Bitcoin se encaixa nessas duas categorias”, disse Alexandre Ludolf, diretor de investimentos da QR Asset Management, em nota.

Ludof destacou que esse movimento tem sido intensificado em função do aumento da participação do Bitcoin nas carteiras de investimentos nos últimos anos.

“Até cessarmos essa tensão, as criptomoedas irão cair mais caso a tensão evolua para algo global e se os EUA decidirem fazer parte do conflito fisicamente. Por enquanto, só temos embargos econômicos vindo dos países da Otan [Organização do Tratado do Atlântico Norte], que já estão criando medidas contra os bancos russos, e a própria Alemanha já se pronunciou cessando a importação do gás da Russia”, afirmou Tasso Lago, gestor de fundos privados em criptomoedas e fundador da Financial Move.

O presidente dos Estados Unidos anunciou, nesta quinta-feira (24), novas medidas de sanções à Rússia, incluindo restrições de transações para um terço dos bancos russos e bloqueio de ativos de quatro bancos do país, incluindo o VTB, um dos maiores.

Com isso, os bancos ficam impedidos de fazer negócios com empresas americanas e terão seu patrimônio nos Estados Unidos congelado.

Conflito na Ucrânia e sanções podem impulsionar adoção de cripto na Rússia

O conflito com a Ucrânia e a restrição do acesso de bancos e empresas russas ao sistema financeiro internacional podem impulsionar a adoção de criptomoedas na Rússia, afirma Ludolf.

“Esse cenário pode impulsionar a adoção de cripto, seja pela população para se proteger da instabilidade econômica em tempos de guerra, seja pelos oligarcas, empresas e até mesmo o próprio governo, como drible nas sanções e embargos que serão feitos”, diz.

Ludolf lembra que Ucrânia e Rússia são países com umas das maiores adoções de criptomoedas pela população. A Rússia, recentemente, reconheceu o Bitcoin como moeda e existe uma
proposta para regularizar a mineração no país, diz o diretor da QR Asset.

Para que adoção da critomoeda seja ampla no país, será preciso dialogar com o banco central russo, que é  contra a legalização das criptomoedas e em liberar os ativos digitais como veículos de investimento.

No que diz respeito a altcoins (criptomoedas para além do Bitcoin), com exceção de alguns protocolos, Ludolf afirma que elas se equiparam mais a empresas e startups num contexto de venture capital do que a moedas ou ativos econômicos propriamente ditos. Portanto, são mais sensíveis aos ciclos econômicos, juros e inflação. “Então, podem sofrer um impacto maior com o cenário geopolítico atual”, diz.

As criptomoedas vêm passando por alta volatilidade desde o fim do ano passado diante da expectativa de alta da taxa de juros nos Estados Unidos e do fim do programa de compra de ativos pelo Federal Reserve, que devem reduzir a liquidez e o apetite por ativos de maior risco.

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