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Por Deividi Guedes

Colunista de criptomoedas da Agência TradeMap

Educador Financeiro, economista, especialista em montagem de carteira de investimentos. Fundador do canal A Ótica do Dinheiro, publica conteúdo financeiro em seu Instagram.

Bitcoin: reserva de valor agora ou nunca?

Bitcoin criptomoedas

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O Bitcoin vem ganhando adeptos numa velocidade tão impressionante quanto foi a da internet. Na verdade, em números absolutos, o Bitcoin supera a internet em velocidade de adoção, como revelam estudos recentes.

Junto da adoção, vem a valorização da principal criptomoeda do mundo, que já superou a marca de US$ 1 trilhão em capitalização de mercado em pouco mais de 12 anos de existência e acumula uma alta de mais de 250% nos últimos 12 meses, superando recentemente o topo histórico tanto em reais quanto em dólares.

Para entender o conceito de criptomoeda, precisamos conhecer o pioneiro do Bitcoin, criado em 2008 por alguém não identificado – que pode inclusive ser um grupo de pessoas – com o pseudônimo Satoshi Nakamoto.

A ideia central foi dar ao Bitcoin características semelhantes às moedas tradicionais, como real e dólar, porém com algumas diferenças fundamentais: não ser um bem físico, não ser controlado por ninguém (descentralizado) e ser finito.

Em tese, essas características dão ao Bitcoin o poder de ser, por exemplo, reserva de valor (manter valor/não depreciar), algo semelhante ao que encontramos em metais preciosos como o ouro. Isso porque governos podem até emitir mais dinheiro via impressão de moeda fiduciária, mas não conseguem criar mais ouro.

Logo, pelo ouro ser um bem finito, quanto mais oferta de moeda fiduciária tivermos, menor o seu valor e, em contrapartida, mais caro fica o ouro.

E com o Bitcoin? Se na teoria ele foi criado para ser semelhante ao ouro em alguns aspectos, na prática, existe uma diferença importante: o ouro é visto como bem de valor universalmente há milhares de anos.

O Bitcoin tem pouco mais de uma década e, desde sua criação (quando um Bitcoin valia pouco mais de nada), briga por conquistar aquilo que faz algo ter ou não valor: a confiança e a crença de que aquilo realmente vale alguma coisa.

Yuval Harari, autor de Sapiens, explica que a espécie humana só evoluiu pela capacidade de criar coisas a partir da imaginação. Se você parar para pensar, só é possível comprar pães em uma padaria próxima à sua casa com uma nota de R$ 10,00 porque tanto você acredita que essa nota tem valor quanto o atendente que vai receber o dinheiro em troca.

Se as pessoas não mais acreditassem que as notas de reais ou dólares tivessem valor, elas se tornariam instantaneamente pedaços de papel insignificantes.

O Bitcoin valia em 2015 muito mais do que logo após ser criado, assim como valia em 2017 30 vezes o preço de 2015. Hoje, a moeda digital vale seis vezes mais que em 2017 por um simples fato: mais pessoas estão convencidas de que o Bitcoin tem valor.

Como reserva de valor, uma das utilidades de uma moeda, o Bitcoin divide opiniões. Nouriel Roubini, conhecido como “Doutor Catástrofe” por prever crises como a de 2008, avalia que “fundamentalmente, o B itcoin não é uma moeda. Não é uma unidade de conta, não é um meio escalável de pagamentos, e não é uma reserva estável de valor”.

Já para outros nomes, como do brasileiro Fernando Ulrich, autor do livro “Bitcoin: A moeda na era digital”, a criptomoeda pode, sim, se tornar uma reserva de valor e atuar como “ouro digital”, principalmente por ser finita e descentralizada.

A verdade é que o Bitcoin ainda não é, de fato, uma reserva de valor, mas tem potencial. No futuro, conforme a volatilidade for diminuindo (o que é uma tendência num mercado mais maduro), o Bitcoin pode muito bem desempenhar o papel de reserva de valor para pessoas no mundo todo.

À medida em que o Bitcoin ganha adeptos, se aproxima de cumprir com maior eficiência o propósito para o qual foi criado.

Pesquisas recentes apontam para um número de pouco mais de 100 milhões de pessoas no mundo usando Bitcoin. O que será que acontece se esse número multiplicar por 20? E num possível futuro em que todos enxergam valor no Bitcoin, assim como nas moedas fiduciárias e no ouro?

A resposta para essa pergunta referente ao Bitcoin ou a qualquer outra criptomoeda pode ser encontrada, neste momento, apenas na mente de cada indivíduo. A história se encarregará de apontar quem estava certo.

E você, em que acredita?

*As opiniões, informações e eventuais recomendações que constem dos artigos publicados pela Agência TradeMap são de inteira responsabilidade de cada um dos articulistas. Os textos não refletem necessariamente as posições do TradeMap ou de seus controladores.

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