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Taxa de desemprego foi de 11,2% em janeiro; renda volta a cair

Rendimento real foi de R$ 2.489, queda de 9,7% ante o trimestre encerrado em janeiro de 2021

Foto: Shutterstock

A taxa de desemprego foi de 11,2% no trimestre encerrado em janeiro, praticamente o mesmo patamar registrado nos três meses encerrados em dezembro, quando a desocupação foi de 11,1%. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (18) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

De acordo com o órgão, a taxa foi a menor para o período entre novembro e janeiro desde 2016, e representou uma queda de 0,9 ponto porcentual na comparação com o período entre agosto e outubro de 2021. A população desocupada somou 12 milhões de pessoas.

De acordo com a coordenadora de trabalho e rendimento do IBGE, Adriana Beringuy, o comércio influenciou positivamente a taxa.

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O dado é um indicador de como está o nível de atividade brasileira. O Banco Central informou ontem que, com o mau desempenho da indústria e serviços no início de 2022, o IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central) mostrou uma queda de 0,99% em janeiro.

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“A expansão do comércio indica a manutenção da tendência de crescimento dessa atividade, principalmente, a partir do segundo semestre de 2021″, avaliou ela no material de divulgação do IBGE. “No trimestre atual, a população ocupada no comércio, reparação de veículos automotores e motocicletas já supera a registrada no período pré-pandemia”.

Renda em queda

A renda média real (descontada a inflação) no trimestre encerrado em janeiro foi de R$ 2.489, redução de 1,1% na comparação com o período entre agosto e outubro e uma queda ainda maior, de 9,7%, na comparação com o trimestre encerrado em janeiro de 2021.

“A retração dos rendimentos, que costuma ser associada ao trabalhador informal, esteve disseminada para outras formas de inserção e não apenas às relacionadas à informalidade”, afirmou a especialista do IBGE. “Embora haja expansão da ocupação e mais pessoas trabalhando, isso não está se revertendo em crescimento do rendimento dos trabalhadores em geral”.

O economista-chefe da Necton, André Perfeito, destacou que a inflação e a fraqueza da atividade econômica vêm cobrando um preço alto. “Nos chama atenção a informalidade estável em 40,4% nos dados de janeiro deste ano, mas em relação a janeiro de 2021 houve alta”, apontou.

Para ele, a massa salarial mostra a dificuldade do avanço do consumo das famílias. “A inflação está cobrando um preço alto: apesar de recuperação nos dados de emprego, isso não se transforma em renda o que dificulta que a máquina econômica ganhe tração”, declarou ele em relatório.

A economista Claudia Moreno, do C6 Bank, aponta que a taxa de desemprego deve voltar a subir a partir de julho.

“A má notícia é que a taxa de desemprego deve voltar a subir no segundo semestre, puxada pelo fraco desempenho da economia”, apontou a economista Claudia Moreno, economista do C6 Bank. “Pelas nossas projeções, a taxa de desemprego dessazonalizada terminará o ano em 11,8%”.

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