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Desemprego cai no fim de 2021, mas na média anual segue acima do nível pré-pandemia

Mercado se recupera após momento mais agudo da pandemia em 2020 e busca atingir números de 2019

A taxa de desemprego no Brasil caiu para 11,1% no quarto trimestre de 2021 e retomou o nível observado no final de 2019, período que antecedeu a chegada da pandemia de Covid-19 no Brasil. A média anual da taxa de desemprego em 2021 também diminuiu, passando para 13,2%, de 13,8% em 2020, mas ainda está acima da observada em 2019, de 12,0%.

Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A coordenadora de Trabalho e Rendimento do instituto, Adriana Beringuy, apontou que a taxa média de desocupação em 2021 é segunda maior da série histórica da pesquisa, iniciada em 2012.

“Muitas pessoas ao longo dos dois anos perderam suas ocupações e várias delas interromperam a busca por trabalho no início de 2020 por causa da pandemia. Depois houve uma retomada dessa busca, ainda que o panorama econômico estivesse bastante desfavorável, ou seja, não havia uma resposta elevada na geração de ocupação. Em 2021, com o avanço da vacinação e a melhora no cenário, houve crescimento do número de trabalhadores, mas ainda persiste um elevado contingente de pessoas em busca de ocupação.”

Segundo ela, a taxa média de desocupação equivale a 13,9 milhões de desempregados no Brasil, sem alteração em relação a 2020. A força de trabalho, porém, que soma as pessoas ocupadas e desocupadas, aumentou 4,3% no mesmo período, para 91,3 milhões.

“É um ano de recuperação para alguns indicadores, mas não é o ano de superação das perdas, até porque a pandemia não acabou, e seus impactos, ainda em curso, afetam diversas atividades econômicas e o rendimento do trabalhador. Há um processo de recuperação, mas ainda estamos distantes dos patamares de antes da pandemia”, disse a pesquisadora.

gráfico com taxa de desemprego

Fonte: IBGE

Mais pessoas empregadas em mais setores

O aumento na ocupação foi disseminado em várias atividades econômicas em 2021, com destaque para construção (13,8%), que ocupou 845 mil pessoas a mais. O comércio, setor bastante impactado pela pandemia, teve ganho de 5,4% na comparação com 2020, o que representa um acréscimo de 881 mil pessoas. Mesmo assim, o contingente de trabalhadores desse segmento permaneceu menor que o de 2019, quando havia 18,1 milhões de pessoas ocupadas.

A indústria foi outra atividade que não conseguiu recuperar as perdas de 2020. Em um ano, houve aumento de 3,9% ou de 446 mil pessoas trabalhando no setor. Mas na comparação com 2019, o número de trabalhadores caiu 3,1%.

O ano de 2021 foi marcado também pelo início de recuperação da ocupação dos setores de serviços, que, assim como o comércio, foram muito prejudicados pela pandemia. Dentre eles, o destaque ficou com os serviços domésticos, que tiveram o maior aumento percentual (6,7% ou 327 mil pessoas). Também houve avanço no segmento de alojamento e alimentação, que cresceu a sua ocupação em 5,4% ou 238 mil pessoas.

Taxa de informalidade sobe a 40,1%

O ano passado teve 36,6 milhões de trabalhadores informais, aumento de 9,9% frente a 2020. Isso levou a taxa de informalidade de 38,3% para 40,1% nesse período. Representantes desse mercado informal, os empregados sem carteira assinada no setor privado aumentaram em 11,1% e passaram a ser 11,2 milhões de pessoas.

“O crescimento da informalidade nos mostra a forma de recuperação da ocupação no país, baseada principalmente no trabalho por conta própria. Tanto no segundo semestre de 2020 quanto no decorrer de 2021, a população informal foi a que mais avançou”, afirma a coordenadora da pesquisa.

O trabalho formal cresceu 2,6%, para 32,9 milhões de pessoas. Em 2020, essa categoria sofreu a maior queda da série histórica (-6,9%).

“Foi um ano em que muitas empresas fecharam e demitiram seus funcionários e há mais dificuldade em recuperar esse tipo de vínculo de trabalho do que o informal. Mas vale ressaltar que, dentre o trabalho formal, houve crescimento do número de trabalhadores por conta própria com CNPJ, que atingiu um recorde na série histórica da pesquisa, iniciada em 2016 para esse indicador”. A soma dos trabalhadores por conta própria (com e sem CNPJ) também atingiu o maior número da série (24,9 milhões).

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