Boletim Focus: investidores reduzem projeção do IPCA de 2022 para 5,79%

Os analistas ouvidos semanalmente pelo Boletim Focus reduziram a projeção do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de 2022 para 5,79%, segundo dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (12). Na semana anterior, a mediana de especialistas consultados pelo BC projetavam uma inflação de 5,92%.

A revisão veio após o índice de novembro, divulgado na semana passada, mostrar avanço de 0,41%, abaixo do esperado pelo mercado. As projeções para a inflação de 2023 e 2024 foram mantidas em 5,08% e 3,5%, respectivamente.

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As expectativas para a taxa básica de juros, a Selic, foram mantidas em 11,75%, para 2023, e 8,50%, em 2024. Na semana passada, na última reunião do ano, o Copom manteve a taxa em 13,75% ao ano.

Na semana anterior, a mediana de especialistas havia revisado para cima as projeções para os juros, em meio ao temor do mercado sobre a responsabilidade fiscal do governo eleito de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Lula negocia com a Câmara a aprovação da PEC da Transição, que já passou no Senado e que abre R$ 145 bilhões fora do teto de gastos pelo período de dois anos. O texto foi pautado para votação nesta terça (13) pelo presidente da casa, Arthur Lira (PP-AL).

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Os especialistas mantiveram as projeções para a alta do PIB (Produto Interno Bruto) em 2022 e 2023 em alta de 4,05% e 0,75%, respectivamente. Para 2024, a mediana mostrou uma leve revisão para baixo, de alta de 1,70% (contra 1,71% da projeção anterior).

Para o câmbio, os analistas projetam um dólar de R$ 5,25 no final deste ano e do ano que vem (mesma expectativa da semana anterior) e de R$ 5,24 em 2024 (contra R$ 5,23 do último levantamento).

O que é a pesquisa Focus?

O Boletim Focus é uma publicação divulgada todas as segundas-feiras pelo Banco Central às 8h25, contendo um resumo das expectativas de mercado a respeito dos principais indicadores da economia brasileira, como taxa de juros básica, inflação, câmbio e juros.

O relatório apresenta resultados de uma pesquisa feita diariamente com as previsões de bancos, gestoras de recursos e corretoras, entre outros participantes do mercado, e faz parte do arcabouço da política monetária. O objetivo é monitorar a evolução das expectativas do mercado para as principais variáveis macroeconômicas, dando assim elementos ao Banco Central para decidir sobre a taxa básica da economia, a Selic.

O levantamento foi criado em 1999 como parte da transição brasileira para o regime de metas de inflação, no qual o BC se compromete a atuar para garantir que a variação de preços medida pelo IPCA esteja em linha com um objetivo pré-estabelecido.

Um dos propósitos do BC é exatamente ancorar (ou guiar) as expectativas do mercado financeiro. A razão para isso é que, quanto mais previsíveis forem as condições macroeconômicas de um país, menores tendem a ser as contrapartidas pedidas pelos investidores.