Pão de Açúcar (PCAR3) corre por liquidez e aciona bancos – e ação pode subir

O Pão de Açúcar (PCAR3) anunciou, na última quarta-feira (17), que assinou junto a instituições financeiras uma antecipação de até R$ 2 bilhões em recebíveis, referente à venda das lojas Extra para o Assaí (ASAI3).

O fato relevante divulgado pela companhia aponta para pagamento de dívidas. Segundo o Pão de Açúcar, parte do valor recebido será utilizado no resgate antecipado da 17ª emissão de debêntures.

Ao todo, a transação soma R$ 5,2 bilhões. Cerca de 23% deste valor já foi pago e refere-se à venda de 17 imóveis da companhia. O restante (R$ 3,97 bilhões) refere-se à cessão de até 70 pontos comerciais.

O que achamos

A tentativa do Pão de Açúcar em ter acesso aos recursos de uma venda transformacional para a companhia é positiva, dada a condição econômico-financeira e conjuntural do setor.

No segundo trimestre, a dívida líquida do Pão de Açúcar havia subido para perto de duas vezes o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização). Com a antecipação dos recebíveis, ambos passarão a ser praticamente equivalentes.

Isso dará uma folga à empresa para que possa investir em lojas de proximidade e fazer frente ao aumento das despesas financeiras.

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Entre abril e junho deste ano, o Pão de Açúcar teve um consumo de caixa na ordem de R$ 3 bilhões nas atividades operacionais.

Com o recebimento antecipado dos recursos previstos para 2023 e 2024, a empresa tem mais flexibilidade no curto prazo.

Como a ação do Pão de Açúcar deve reagir

Esperamos que as ações da companhia tenham uma reação levemente positiva durante o pregão desta quinta-feira (18). O movimento é pouco sensível às perspectivas de curto prazo no que tange à dinâmica inflacionária no país e o aumento do fluxo nas lojas que já está em curso.

O Pão de Açúcar não trouxe informações acerca dos custos dos contratos de cessão de créditos com as instituições financeiras. O valor antecipado será recebido ao longo do terceiro trimestre deste ano.