Logo-Agência-TradeMap
Logo-Agência-TradeMap

Categorias:

Ranking de investimentos: pós-eleição castiga ações do Brasil em novembro e BDRs vão na contramão

Lanterna ficou com as Bitcoin, que acumulam queda de 16,7%; volatilidade deve cair no curto prazo

Foto: Shutterstock/rafapress

O mês de novembro foi intenso para o investidor brasileiro. As primeiras notícias sobre a transição para o novo governo elevaram a volatilidade dos mercados locais e derrubaram o preço da maior parte dos ativos, em especial das ações.

Na Bolsa, o Ibovespa teve em novembro uma queda de 3,1%. Já o índice de Small Caps sofreu ainda mais, com desvalorização de 11,2%.

Mas a lanterna do mês ficou com as Bitcoin, que caíram 16,6%, refletindo a quebra da corretora de criptomoedas FTX. Já o ativo de melhor desempenho foi o índice de BDRs, com alta de 7,09%. O indicador se beneficiou da recuperação das ações nos Estados Unidos e da desvalorização do real.

“Os ativos financeiros mais sensíveis a juros caíram. Na Bolsa local, sofreram mais as ações de empresas endividadas ou com margens menores”, diz Fernando Siqueira, responsável pela área de análise da Guide Investimentos.

A Selic está em 13,75% ao ano desde agosto e havia a expectativa de queda a partir de meados do ano que vem, mas agentes do mercado financeiro temem que o aumento de gastos públicos retarde esse movimento.

Essa visão ganhou força com o início do governo de transição. A equipe do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, propôs uma PEC, apresentada na última segunda-feira (28), que prevê gastos fora do teto de R$ 200 bilhões por todo o mandato.

Leia mais:
Selic abaixo de 10% ao ano é ingrediente que falta para reviver Bolsa, diz BlackRock

Na Bolsa, isso significou a desvalorização das ações de empresas endividadas ou que vendem menos em ambiente de juros mais altos, como varejo de eletroeletrônicos.

Na renda fixa, o aumento dos juros no mercado futuro levou a um ajuste no preço dos papéis, a chamada marcação a mercado. Quando os juros sobem, o preço dos papéis cai também, gerando perdas no período mesmo com a Selic em 13,75% ao ano.

A maior queda foi sentida nos papéis de maior prazo. O IMA B 5+ registrou recuo de 1,18%. Esse índice é medido pela Anbima (Associação das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) e é composto por títulos públicos atrelados ao IPCA com vencimento superior a cinco anos.

Luan Alves, analista-chefe da VG Research, ressalta que nos últimos dias do mês essa volatilidade diminuiu, mas que para quem vai fazer novos aportes é possível encontrar taxas atrativas.

“Os títulos públicos ficaram mais atrativos. As taxas do Tesouro IPCA chegaram a 6,3% e os prefixados estão a 13%”, diz.

E agora?

A PEC da Transição foi apresentada na segunda-feira à noite e, embora não tenha agradado, a expectativa é que a proposta seja desidrata durante a tramitação e os preços encontrem espaço para recuperação.

Com isso, Siqueira, da Guide, afirma que o investidor vai encontrar oportunidades e investimento tanto na renda fixa como na variável.

“Há empresas sólidas que caíram muito e que são pouco endividadas. Nós gostamos de Itaú (ITUB4, ITUB3), Multiplan (MULT3) e Totvs (TOTS3). Todas essas são empresas com bom histórico de rentabilidade”, diz.

Na renda fixa, a sugestão é alongar o prazo da carteira, mas com o cuidado de escolher papéis corrigidos pela inflação, que garantem uma proteção ao investidor em caso de nova piora do cenário macroeconômico.

Alves, da VG, também aposta em uma redução da volatilidade, mas não em uma calmaria.

“Ainda teremos troca de cadeiras nas presidências das estatais, escolha dos ministérios e um ambiente global ainda desafiador”, reforça.

Compartilhe:

Leia também:

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.