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Marcado pelas eleições, investimentos em ações lideram os ganhos em outubro

Especialistas veem ações de consumo como opções para o "rali de final de ano"

Foto: Shutterstock

O investimento em ações foi o principal destaque de outubro, mês em que boa parte da atenção dos investidores locais ficou voltando para a disputa eleitoral. O Ibovespa, principal índice da B3, terminou o período com alta de 5,45%, mas o destaque ficou no exterior, com o S&P subindo 8%.

Na avaliação de especialistas, ainda há oportunidades no mercado de ações no Brasil até o fim de 2022, com o “rali de final de ano” sendo pautado pelo cenário político. No rescaldo do segundo turno, o Ibovespa fechou em alta de 1,31%.

E além do mercado de ações, a renda fixa também se destacou em outubro – efeito da taxa Selic a 13,75% ao ano.

O melhor desempenho foi registrado pelo IMA-B 5, que subiu 1,92%. Esse indexador é calculado pela Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro) e considera os títulos públicos indexados à inflação com prazo de vencimento de até cinco anos.

Na lanterna, o pior desempenho ficou com o ouro, que recuou 5,6%, sendo que mais da metade desse ajuste ocorre nesta segunda-feira (31), com os mercados se ajustando após o término da disputa eleitoral.

Juros e eleições

Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management, lembra que há a expectativa de saber como as empresas vão reagir ao cenário de juros ainda elevados – a temporada de balanços do terceiro trimestre ainda está no começo.

“As empresas com fluxo de caixa mais apertado sofreram mais volatilidade com expectativa de aperto de juros e inflação”, conta.

Mesmo com essa preocupação no radar, Gonçalvez vê oportunidades de investimentos nos setores ligados ao consumo, como varejo e educação, já refletindo as expectativas em relação ao governo de Luiz Inácio Lula da Silva.

“A principal preocupação em novembro será em relação aos primeiros passos do governo Lula, mas sugere-se que os setores de varejo e educação, e tudo o que for ligado ao consumo, lideram o rali de final de ano”, afirma.

Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, também vê que o cenário de alta de juros prejudicou alguns setores, varejo entre eles, mas o cenário político deve dar força para esses papéis.

“Com a confirmação da equipe econômica, podemos ter sim um rali de fim de ano, que pode ser intensificado pelos investidores estrangeiros”, diz.

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No entanto, para Komura, o aumento da exposição em renda variável só é indicado para os investidores com maior apetite ao risco.

Para os moderados, a sugestão é aumentar a realocação em fundos multimercados macro.

“Se dependesse apenas de fatores locais, seria interessante uma pequena realocação da renda fixa para multimercados e renda variável, mas os fatores externos podem pesar e jogar contra”, explica.

O risco externo se concentra, principalmente, no risco de uma recessão global.

Renda fixa

E é por causa desse temor de uma recessão global que os especialistas não recomendam tirar o pé da renda fixa. No acumulado do ano, um dos maiores retornos é o do IMA-S, indicador da Anbima que reúne os títulos Selic, que acumula alta de 10,39% até outubro.

Apesar da expectativa de rali, Gonçalvez, da Box, espera ainda um bom fluxo de investimento para a renda fixa, com investidores querendo tirar proveito da Selic a 13,75% – a taxa só deve começar a cair em meados de 2023.

“Se a Selic se mantiver nesse patamar de dois dígitos, ainda vamos ter a continuidade do fluxo positivo para essa categoria de investimentos”, diz.

De acordo com o boletim Focus divulgado nesta segunda-feira, a Selic deve terminar o ano em 13,75% ao ano e chegar ao final de 2023 a 11,25%, ou seja, ainda em dois dígitos. Juro de um dígito só em 2024, quando os economistas esperam que a Selic termine o ano em 8% ao ano.

Segundo dados da Anbima, os fundos de renda fixa registram captação positiva de R$ 36,2 bilhões no mês e de R$ 131,6 bilhões no ano – até o dia 26.

 

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