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Imposto de Renda 2022: Veja como investir o dinheiro da restituição

Primeiro lote será pago nesta terça-feira, totalizando R$ 6,3 bilhões

Foto: Shutterstock

O primeiro lote de restituição do Imposto de Renda 2022 será pago nesta terça-feira. São 3,38 milhões de contribuintes que irão receber, juntos, R$ 6,3 bilhões. Mas qual a melhor destinação para esse dinheiro? Investir, consumir ou pagar dívidas?

Para os novatos em investimentos e mesmo para aqueles que já possuam alguma reserva financeira, a renda fixa é a melhor destinação para esses recursos, que nada mais são do que a devolução de um imposto pago a mais em 2021.

A justificativa é o atual patamar de juros. A taxa Selic está em 12,75% ao ano e ainda deve subir mais um pouco.

“Os títulos pós-fixados são uma opção para o investidor iniciante e até para outros perfis, já que é uma taxa interessante para o risco”, diz Natalia Coura, diretora comercial da Sparta Fundos de Investimento.

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Os pós-fixados são aqueles papéis que acompanham o desempenho da Selic, como o Tesouro Selic, que atualmente paga a variação da Selic (mais 0,1192%) e aceita investimentos a partir de R$ 116,82. Isso garante um ganho real ao investidor, ou seja, acima da inflação, que não deve chegar aos dois dígitos em 2022.

Reserva de emergência

Na avaliação de Coura, essa é a melhor opção para quem ainda está formando a reserva de emergência, que é aquele dinheiro que pode ser usado em alguma eventualidade ou quando se perde a renda. Nesses casos, o investidor deve buscar alternativas com liquidez, ou seja, o dinheiro pode ser resgatado a qualquer momento.

Para quem já tem essa reserva, há outras opções, como os títulos de dívida bancária, como CDBs (Certificados de Depósitos Bancários), LCIs (Letras de Crédito Imobiliário e LCAs (Letras de Crédito Agrícola).

Na plataforma TradeMap é possível encontrar esses papéis com taxas acima de 110% do CDI para vencimentos a partir de um ano. Essas aplicações possuem garantia do FGC (Fundo Garantidor de Crédito) caso a instituição emissora venha a enfrentar algum problema – com cobertura limitada a R$ 250 mil.

Diversificação

Aos investidores que já possuem reserva de emergência e tem um pouco mais de apetite ao risco, há ainda a alternativa aos fundos de crédito, mas com atenção à taxa de administração – o que é considerado aceitável para essa categoria de carteira é que seja de no máximo 0,8%.

É também para esse grupo que os investimentos corrigidos pela inflação podem ser uma alternativa para aplicar os recursos da restituição do IR 2022.

“Esse é um investimento com maior volatilidade devido à marcação à mercado. Essa volatilidade é maior nos prazos mais longos”, explica a executiva.

A marcação à mercado nada mais é do que o mercado refletindo a negociação do ativo em uma determinada data. Se na hora da venda os títulos do Tesouro estiverem negociados por uma taxa superior ou inferior ao da cotação de hoje, o mercado vai se ajustar para “compensar” a diferença.

“Uma reserva de emergência não deve ficar em nada indexado. Precisa estar no pós-fixado e com liquidez”, conclui.

Luiz Cesta, CEO da casa de análise Monett, também concorda que a renda fixa é a melhor opção na atual conjuntura.

Para os investidores com maior apetite ao risco, ele recomenda que 20% dos recursos da restituição sejam colocados em títulos prefixados de curto prazo. No caso do Tesouro Direto, a recomendação é o Tesouro Prefixado 2025, que oferece uma rentabilidade de 12,42% ao ano e pede aportes de no mínimo R$ 36,93.

“Não estamos prevendo que a taxa Selic vá para além dos 14%, deve ficar mais perto dos 13%”, diz.

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Os títulos prefixados também sofrem a marcação à mercado e, para fugir desse risco, o ideal é levar o papel até o vencimento.

Além disso, o melhor momento para comprar é quando há uma sinalização de estabilização dos juros e posterior queda. Para Cesta, esse momento está próximo e por isso seria interessante colocar parte dos recursos nesses papéis.

Para os investidores que preferem o crédito privado, o executivo também vê como boas alternativas os LCIs e LCAs que, diferente dos CDBs e Tesouro Direto, são isentos de Imposto de Renda (IR) sobre os rendimentos.

“Um título isento com taxa entre 85% e 90% do CDI já é uma opção ao Tesouro Direto.”

E para quem quer ações?

Embora o momento seja da renda fixa, parte dos contribuintes que vão receber a restituição podem querer aproveitar o momento para elevar as aplicações em ações.

Para Fabrício Gonçalves, gestor da Box Asset Management, o ideal é procurar por papéis de empresas que estão muito descontados e que possuem perspectiva de recuperação.

“Shoppings, aviação e educação são setores depreciados. Pode ser uma alternativa para investir o dinheiro da restituição visando o longo prazo”, avalia.

E quem tem dívidas?

Se o contribuinte está com dívidas em atraso e pagando juros elevados, o melhor é usar os recursos da restituição para fazer a quitação.

“Se for uma dívida com juros elevados, como cartão ou cheque especial, não tem o que pensar. O ideal é quitar, sair desses juros altos”, diz Leticia Camargo, planejadora financeira com certificação CFP pela Planejar (Associação Brasileira de Planejamento Financeiro).

A situação muda um pouco de figura se o contribuinte tem algum parcelamento já renegociado ou com juros baixos, como um consignado. Na visão da planejadora, o ideal é usar os recursos que estão na conta para começar a fazer uma reserva de emergência.

“Se for um juro que já está baixo, o melhor é guardar para uma reserva e se ocorrer um imprevisto, o consumidor ter como pagar e não recorrer ao cheque especial.”

Há ainda o grupo dos que querem gastar, que são aqueles sem dívidas, mas também sem nenhuma reserva financeira.

O ideal é pegar a restituição para iniciar a reserva de emergência, mas uma pequena parcela do valor pode ser utilizada em algum desejo de consumo.

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