Varejistas ajudam e Ibovespa opera acima dos 113 mil pontos; Magazine Luiza (MGLU3) na dianteira

Às 13h25, o principal índice da Bolsa brasileira subia 0,15%, aos 113.002 pontos

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O Ibovespa até começou o pregão perto da estabilidade, mas logo depois da abertura começou uma guinada positiva e assim permanece. Na ponta positiva, os papéis sensíveis aos juros sobem com mais intensidade, em resposta ao sinal de arrefecimento da inflação mostrado na divulgação do IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo).

Com isso, às 13h25, o principal índice da Bolsa brasileira subia 0,15%, aos 113.002 pontos. O destaque era Magazine Luiza (MGLU3), que subia 11,57%. Na sequência, CVC (CVCB3) operava em alta de 9,33%, Via (VIIA3) subia 9,17%, Natura (NTCO3) tinha alta de 7,18% e Americanas (AMER3) subia 8,27%.

De acordo com Julia Aquino, Thales Carmo e Jennie Li, analistas da XP, esses papéis se beneficiam em momentos de inflação baixa, que é justamente o que foi indicado pela divulgação do IPCA-15 mais cedo.

Influenciado pelos cortes recentes nos preços da gasolina e diesel pela Petrobras e pela redução do ICMS, o IPCA-15 caiu 0,73% em agosto, a maior queda desde o início da série histórica, que começou em novembro de 1991.

O dado foi divulgado nesta quarta-feira (24) pelo IBGE, e veio um pouco melhor do que a expectativa do mercado, que projetava uma deflação de 0,82% nas duas primeiras semanas do mês, de acordo com pesquisa feita pelo Broadcast. Em julho, o indicador subiu 0,13%, já mostrando forte desaceleração em relação a meses anteriores.

No estudo divulgado pela XP, os analistas identificaram os ativos brasileiros mais sensíveis à inflação, tomando como base a variação mensal do IPCA. De acordo com a corretora, os papéis que mais se beneficiam em um cenário de inflação baixa, ou em queda, são aqueles ligados a empresas de varejo que vendem produtos não essenciais, justamente as maiores altas do dia.

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Apesar do forte recuo na inflação, os dados mostram que os preços de alimentos e bebidas e saúde e cuidados pessoais continuam em alta, registrando aumentos de 1,12% e 0,81% no mês, respectivamente.

No acumulado do ano, o indicador acumula alta de 5,02% e, em 12 meses, a inflação é de 9,60%, abaixo dos 11,39% registrados no IPCA-15 de julho. “Para o restante do ano, os efeitos da alta dos juros, arrefecimento dos preços das commodities, dos preços dos alimentos e dos combustíveis, podem contribuir para uma desaceleração da inflação”, avalia Gustavo Sung, economista-chefe da Suno.

As quedas do Ibovespa

Quem liderava a ponta negativa era a Suzano (SUZB3), companhia de papel e celulose, que desvalorizava 3,11%. De acordo com informações do site Brazil Journal, o Bradesco BBI rebaixou a recomendação de compra para venda.

O banco fez isso por projetar que o preço da celulose de fibra curta deve ficar entre US$ 200 e US$ 230 nos próximos 12 a 18 meses. Antes, a previsão era de US$ 250. Por conta disso, reduziu a estimativa para o Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação) das empresas do setor em cerca de 5% para 2023 e de 10% a 15% para 2024.

Na sequência, apareciam companhias ligadas ao minério de ferro, que figuraram entre as altas da véspera, recuando em bloco, mesmo com a alta do preço da commodity no mercado externo. Usiminas (USIM5) perdia 4,22%, Vale (VALE3) caía 2,64% e CSN (CSNA3) recuava 1,36%.

Bolsas internacionais em alta

No exterior, os mercados continuam no aguardo do simpósio de Jackson Hole, evento anual do Federal Reserve (banco central americano), em que se discutem estratégias de longo prazo para a política monetária no país, na próxima sexta-feira (26).

Nos EUA, o Dow Jones ganhava 0,50%, o S&P 500 subia 0,60% e o Nasdaq valorizava 0,90%.

Na Europa, já próximo do fechamento, o índice Euro Stoxx 50, que reúne empresas de todo continente, ganhava 0,16% enquanto o DAX 30, da Alemanha, subia 0,20% e o FTSE 100, de Londres, tinha um movimento contrário, recuando 0,22%.

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