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As ações da Bolsa que mais ganham quando há deflação ou inflação em alta, segundo a XP

Em um estudo da corretora, os analistas Julia Aquino, Thales Carmo e Jennie Li indentificaram os ativos brasileiros mais sensíveis à inflação

Foto: Shutterstock

Depois de o IBGE divulgar há duas semanas que o principal índice de preços ao consumidor do país, o IPCA, teve queda em julho, o IPCA-15, que calcula a variação entre os dias 15 de cada mês, também mostrou deflação, de 0,73% em agosto, de acordo com números publicados nesta quarta-feira (24).

O recuo nos preços é influenciado principalmente pela redução da alíquota do ICMS e pelos cortes recentes nos preços da gasolina e diesel pela Petrobras.

Os dados, no entanto, mostram uma melhora pontual. Em 12 meses, o IPCA-15 acumula alta de 9,6%, bem acima do teto da meta do Banco Central (BC) para a inflação. A instituição, por meio da sua política monetária, tenta manter a inflação em 12 meses entre 2% e 5%.

Num país como o Brasil, marcado historicamente por uma inflação instável e difícil de prever, o investidor pode se sentir perdido em relação a o que fazer com sua carteira de ações. Que empresas podem se beneficiar mais de uma deflação? E quem ganha mais quando o consumidor percebe que tudo está ficando mais caro?

Em um estudo divulgado pela XP, os analistas Julia Aquino, Thales Carmo e Jennie Li indentificaram os ativos brasileiros mais sensíveis à inflação, tomando como base a variação mensal do IPCA. Para esse levantamento, utilizaram uma métrica chamada por eles de beta.

O indicador mostra quando há uma correlação forte entre a empresa e o IPCA. Na prática, é simples: um beta alto (tanto positivo quanto negativo) sugere que a ação é volátil em períodos de alta ou baixa de inflação. Uma ação com beta positivo mostra que a ação sobe com o IPCA em alta. Um beta negativo sugere que a ação sobe quando o IPCA cai.

De acordo com a corretora, os papéis que mais se beneficiam em um cenário de inflação baixa, ou em queda, são aqueles ligados a empresas de varejo que vendem produtos não essenciais.

Veja quais são elas:

Código Empresa Setor Beta vs IPCA
AMER3 Americanas Varejo -12,0
MGLU3 Magazine Luiza Varejo -11,9
PETZ3 Petz Varejo -11,5
VIIA3 Via Varejo -10,4
NTCO3 Natura Varejo -3,8

Isso acontece, de acordo com a XP, porque essas empresas são sensíveis aos juros, que geralmente são elevados pelo BC, em um esforço para conter a inflação. A alta da Selic diminui o poder de compra da população, o que leva o consumidor a direcionar seu consumo a categorias mais vitais, como o varejo alimentício, por exemplo, em detrimento de vestuário e outras categorias discricionárias.

“Em um cenário em que o oposto ocorre – inflação em queda e, consequentemente, juros também – essa categoria de empresas de varejo tende a mostrar os maiores sinais de recuperação”, avaliam Aquino, Carmo e Li, da XP.

Pelo menos nesta quarta, a tese se mostra correta. Num dia de divulgação de IPCA-15 negativo, os papéis que sobem com mais intensidade na Bolsa são Magalu (MGLU3 +10,60%), Natura (NTCO3 +7,18%), CVC (CVCB3 +6,83%) e Americanas (AMER3 +6,81%).

As que ganham com a alta da inflação

De acordo com os analistas da XP, as empresas que se beneficiam num cenário de inflação alta são aquelas que conseguem repassar a alta de preços para seus clientes, preservando o faturamento sem comprometer a margem, e aquelas que podem se beneficiar de um consequente ciclo de alta de juros, como os bancos.

Além disso, aquelas companhias que conseguem expandir as margens com a aceleração da inflação, por terem contratos indexados à inflação, como os shoppings centers, podem surfar positivamente a onda.

Veja quais são elas:

Código Empresa Setor Beta vs IPCA
ASAI3 Assaí Varejo 6,4
IGTI11 Iguatemi Shoppings 3,4
CRFB3 Atacadão Varejo 2,8
SANB11 Santander Bancos 2,5
MULT3 Multiplan Shoppings 2,4

“Varejistas de alimentos podem servir de proteção em meio a um ambiente inflacionário. Embora as varejistas geralmente estejam sujeitas à renda familiar disponível e aos índices de confiança dos consumidores, o varejo de alimentos tende a ser uma alternativa mais defensiva dentro desse espaço”, pontuaram os analistas da corretora.

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