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Na Bolsa, Petrobras (PETR3) desaba quase 5% e CSN (CSNA3) lidera os ganhos

Estatal tem forte queda após o UBS-BB recomendar a venda das ações

Foto: Shutterstock/SERGIO V S RANGEL

Em um dia sem grandes novidades, tanto no cenário doméstico quanto no noticiário internacional, o Ibovespa se apoia no bom desempenho das Bolsas estrangeiras e opera instável nesta terça-feira (22), mesmo com a forte queda das ações da Petrobras (PETR3; PETR4).

Por volta das 13h15, o principal índice da Bolsa brasileira tinha baixa de 0,81%, aos 108.865 pontos.

Para Filipe Villegas, estrategista de ações da Genial Investimentos, a estabilidade da Bolsa é influenciada principalmente pelo cenário internacional. “Temos um dia bastante positivo lá fora, com alta das principais Bolsas globais, queda dos índices de volatilidade, alta dos criptoativos, alta das commodities…”, explica. “É um dia em que não tivemos grandes novidades, o que abre espaço para uma recuperação destes ativos”, completa.

Petrobras em forte baixa

O destaque do pregão é a Petrobras, que lidera as quedas do Ibovespa, depois de o banco de investimentos UBS-BB passar a recomendar a venda dos papéis. A ação ordinária da companhia (PETR3) caía 4,7%, enquanto a preferencial (PETR4) operava em baixa de 4,25%.

Além de rebaixar a recomendação, o banco também cortou o preço-alvo das ações preferenciais de R$ 47 para R$ 22. O novo preço-alvo representa baixa de 6,4% na comparação com o valor dos papéis no fechamento de segunda-feira, de R$ 23,50.

De acordo com o relatório do UBS-BB, o principal motivo para a mudança de recomendação, que antes era de compra, são receios sobre a mudança de direção que a empresa pode tomar com a troca do governo federal.

A baixa dos papéis parece ignorar inclusive a alta do petróleo, com o Brent subindo 1,82%, a US$ 89,04 por barril, que fazia a Prio (PRIO3) operar em alta de 2,49%.

A alta do petróleo é impulsionada principalmente por declarações da Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados) negando informações veiculadas pelo Wall Street Journal sobre uma alta na produção no próximo mês, explica Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos.

A segunda maior queda do Ibovespa era da Hapvida (HAPV3), que perdia 4,64% após Irlau Machado, copresidente da companhia, juntamente com Jorge Pinheiro, renunciar ao cargo por causa de “propósitos e objetivos pessoais”.

Ainda entre as baixas, Villegas, da Genial, chama atenção para as varejistas, pressionadas pela abertura da curva de juros, resultado de especulações em torno do próximo ministro da Fazenda, na avaliação do estrategista.

“Pelo que temos visto, parece que a escolha pode ser por Fernando Haddad (PT), que não é um nome técnico, o que gera desconfiança no mercado”, afirma. Os temores giram em torno de uma irresponsabilidade na condução da política fiscal no ano que vem, o que geraria inflação e, por consequência, a necessidade de uma taxa de juros mais alta, explica Villegas.

“Isso é ruim para as ações domésticas, que acabam sendo os grandes destaques de baixa”, afirma. Entre estas, as que mais caíam eram Arezzo (ARZZ3), Americanas (AMER3) e Grupo Soma (SOMA3), com recuos de 4,24%, 4,07% e 3,71%, respectivamente.

O nome do novo ministro, contudo, não deve sair nesta semana, como indicou ontem a presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann. “Não acho [que deva sair nesta semana]. O presidente Lula está vindo para cá [Brasília] só na quarta-feira, e aí é que vai começar a conversar, vai começar a pensar”, declarou, segundo o G1.

CSN e Copel lideram altas

No horário acima, a maior alta do Ibovespa era das ações da CSN (CSNA3), de 3,23%, depois de a companhia anunciar a distribuição de R$ 1,564 bilhão em dividendos aos acionistas. O montante corresponde a R$ 1,17 por ação.

A siderúrgica também anunciou uma mudança na organização de seu bloco de controle, composto atualmente pela Vicunha Aços, com 51,2% do capital votante, e pela Rio Iaco Participações, com 3,5%. A Vicunha Aços tem como acionistas a Rio Purus e a CFL, que no último domingo (20) fecharam um acordo para reestruturar a participação na CSN.

Sob os novos termos, a Vicunha Aços passará a ter 40,99% do capital social da CSN e terá como único sócio indireto a Rio Purus. Já a CFL passará a deter, via uma subsidiária, 10,25% do capital social da CSN. A Rio Iaco Participações, que também é controlada pela Rio Purus, continuará com 3,5% do capital social da CSN.

Já a Copel (CPLE6) se segura entre as maiores altas do índice, subindo 0,24% após saltar 22% no pregão de ontem, depois de a empresa anunciar que recebeu um comunicado do estado do Paraná acerca da possível desestatização da companhia, tornando-a uma corporação, sem controlador definido.

Segundo a empresa, o Paraná avalia a realização de uma oferta de ações, a qual não seria acompanhada pelo estado, que deve permanecer com 15% do capital social total da empresa.

“Eu diria que acabou sendo uma grande surpresa, principalmente a agilidade com que esse plano de privatização foi comunicado pelo governo do estado”, diz Érico Sganzerla, gestor de ações da 4Um Investimentos. De acordo com ele, o mercado já sabia, há alguns dias, que a empresa estava planejando alguma mudança – mas a expectativa não era que algo ocorresse tão cedo.

Além disso, a companhia anunciou que irá pagar R$ 970 milhões em juros sobre capital próprio, o que equivale a R$ 0,37 por ação.

Outros destaques entre as altas são ações de mineradoras e siderúrgicas, em movimento de recuperação após fortes quedas no pregão de ontem, quando foram pressionadas por notícias de piora no quadro da Covid-19 na China. As notícias, porém, seguem preocupantes, com casos em alta e novas medidas de restrição à mobilidade.

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