Petrobras (PETR4): UBS-BB recomenda vender ação e corta preço-alvo do papel em mais de 50%

Banco aponta para a possibilidade de a estatal pagar dividendos menores a seus acionistas

Foto: Shutterstock/Saulo Ferreira Angelo

O UBS-BB passou a indicar a venda das ações da Petrobras (PETR3; PETR4) e cortou o preço-alvo dos papéis praticamente pela metade, em meio a receios sobre a mudança de direção que a empresa pode tomar com a troca do governo federal.

Até então, o UBS recomendava a compra das ações da companhia, citando como justificativas a melhoria operacional, a alta geração de caixa, o pagamento de dividendos significativos e a expectativa de valorização das ações,

“Seis anos se passaram [desde que começamos a avaliar a Petrobras] e agora acreditamos que estas etapas estão em um caminho de reversão, com os próximos anos parecendo mais sombrios do que os pontos altos que a Petrobras alcançou”, escreveram Luiz Carvalho Matheus Enfeldt e Tasso Vasconcellos, analistas do banco, em relatório distribuído na última segunda-feira (21).

Além de rebaixar a recomendação, o UBS-BB também cortou o preço-alvo das ações preferenciais (PETR4) de R$ 47 para R$ 22. O novo preço-alvo representa baixa de 6,4% na comparação com o valor dos papéis no fechamento de segunda-feira, de R$ 23,50.

Os principais receios dos analistas giram em torno de como a companhia vai lidar com os preços dos combustíveis, qual será a política de investimentos que a Petrobras vai adotar e como as despesas gerais da companhia vão evoluir.

Ainda que exista muita incerteza em torno destes pontos, a avaliação do UBS-BB é que comentários iniciais da equipe de transição para o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oferecem algumas pistas. Com isso, junto do passado da Petrobras, os analistas do banco adotaram uma postura mais cautelosa.

Em primeiro lugar, em termos de preços de combustíveis, o UBS-BB menciona a indefinição acerca da nova política de precificação da companhia, e aposta em uma compressão nas margens de refino.

Outro risco chave identificado pelos analistas é um aumento nos investimentos. “Investimentos mais altos e uma busca por diversificação em renováveis e transição energética requereriam que a Petrobras se tornasse uma companhia ‘maior’, e as despesas gerais (que foram ignoradas pelo mercado nos últimos anos) se tornam uma preocupação”, avaliam.

Por fim, o banco afirma ainda que este possível aumento de investimentos significaria menores dividendos para os acionistas. Na estimativa do UBS-BB, a Petrobras deve distribuir 25% de seu lucro líquido, o que equivale ao valor mínimo exigido pela lei.

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