Um dia depois de o banco de investimentos UBS-BB passar a recomendar a venda da ação da Petrobras (PETR3;PETR4), os papéis da estatal lideram as perdas do Ibovespa.
Por volta das 11h, a ação ordinária (PETR3) registrava queda de 4%, a R$ 25,94, enquanto a preferencial (PETR4) caía 3,27%, negociada a R$ 22,75. A título de comparação, o Ibovespa operava em alta de 0,14% no mesmo horário, aos 109.899 pontos.
De acordo com o relatório do UBS-BB, o principal motivo para a mudança de recomendação, que antes era de compra, são receios sobre a mudança de direção que a empresa pode tomar com a troca do governo federal.
Ainda que exista muita incerteza, a avaliação do banco é que comentários iniciais da equipe de transição para o governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) oferecem algumas pistas. Com isso, junto do passado da Petrobras, os analistas adotaram uma postura mais cautelosa.
Os principais receios dos analistas giram em torno de como a companhia vai lidar com os preços dos combustíveis, qual será a política de investimentos que a Petrobras vai adotar e como as despesas gerais da companhia vão evoluir caso a estatal decida apostar em uma diversificação em renováveis e transição energética.
Até então, o banco via com bons olhos a melhoria operacional, a alta geração de caixa, o pagamento de dividendos significativos e a expectativa de valorização das ações. Agora, o temor é que tudo isso possa mudar.
“Seis anos se passaram [desde que começamos a avaliar a Petrobras] e agora acreditamos que estas etapas estão em um caminho de reversão, com os próximos anos parecendo mais sombrios do que os pontos altos que a Petrobras alcançou”, escreveram Luiz Carvalho, Matheus Enfeldt e Tasso Vasconcellos, analistas do UBS-BB.
Além de rebaixar a recomendação, o banco também cortou o preço-alvo das ações preferenciais de R$ 47 para R$ 22. O novo preço-alvo representa baixa de 6,4% na comparação com o valor dos papéis no fechamento de segunda-feira, de R$ 23,50.
Por fim, o banco afirma ainda que este possível aumento de investimentos significaria menores dividendos para os acionistas. Na estimativa do UBS-BB, a Petrobras deve distribuir 25% de seu lucro líquido, o que equivale ao valor mínimo exigido pela lei.