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Queda do petróleo dá mais tempo para presidente da Petrobras (PETR4) decidir sobre preços

Queda do petróleo no mercado internacional fez com que preços da gasolina e do diesel no Brasil ficassem 3% e 2% acima do mercado externo, respectivamente

Foto: Shutterstock

A queda do preço do petróleo no mercado internacional dá mais tempo para o novo presidente da Petrobras (PETR4) decidir sobre uma possível alteração da política de preços da estatal.

Desde que Caio Paes de Andrade assumiu como o novo presidente da Petrobras, em 28 de junho, o preço do barril de petróleo tipo Brent acumula queda de 12,73% no mercado internacional diante da preocupação com o aumento do risco de uma recessão global.

O preço do barril tipo Brent negociava a US$ 100,33, menor patamar desde 15 de março.

Apesar da alta de 3,30% do dólar desde 28 de junho, quando Andrade assumiu a estatal, a brusca redução do preço do petróleo no fechamento de ontem proporcionou que o Preço de Paridade de Importação (PPI) da gasolina e do óleo diesel, calculado pela Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), ficasse positivo, indicando que os preços praticados no mercado doméstico estão, em média, 3% e 2%, respectivamente, acima dos praticados no mercado internacional. Isso não acontecia desde  7 de abril no caso da gasolina e indica que a queda do preço do petróleo superou a desvalorização do câmbio.

Em sua primeira reunião com a diretoria da Petrobras, em 1º de julho, Andrade negou que tenha a missão de trocar os diretores para abrir caminho para possível alteração na política de preços da estatal, e evitou comentar ajustes de preços.

Andrade é o terceiro presidente indicado pelo governo para comandar a Petrobras neste ano e substituiu José Mauro Coelho com a missão de segurar os preços dos combustíveis, cujas altas neste ano têm pressionado a inflação e aumentado a preocupação do governo com seu impacto sobre a eleição.

A Petrobras adota desde 2016, no governo Michel Temer, a chamada política de paridade internacional para reajuste de preços dos combustíveis no mercado doméstico, que acompanha a variação do petróleo no exterior.

Pelo estatuto da Petrobras, o governo tem de indenizar a estatal por eventuais prejuízos que venha a ter por conta da mudança na política de preços.

O último reajuste foi concedido no dia 17 de junho, ainda na gestão do ex-presidente José Mauro Ferreira Coelho, quando o preço da gasolina foi elevado em 5,2% e do diesel, em 14,3%.

Alívio deve ser de curto prazo

Apesar da queda do preço do petróleo nos últimos dois dias, os analistas do banco suíço UBS mantêm a visão de alta para commodity, prevendo que o preço do Brent estará em torno de US$ 125 o barril até meados de 2023, dado o desequilíbrio entre oferta e demanda.

“Apesar da desaceleração econômica pesar sobre o crescimento da demanda, ela continuará alta, mesmo com os preços elevados”, destaca o banco em relatório divulgado em 6 de julho.

O UBS destaca que o desejo de viajar novamente está apoiando a demanda por petróleo no Hemisfério Norte. Além disso, do lado da oferta também deve ter um ajuste.

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