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Petrobras (PETR4) eleva preço da gasolina em 5,2% e do diesel em 14,2%, mas defasagem continua

Apesar do reajuste, valor continua menor que o do mercado externo; novos valores estarão válidos a partir deste sábado

Foto: Shutterstock

A Petrobras (PETR4) aumentou os preços da gasolina e do óleo diesel, mas, mesmo após os reajustes, os combustíveis continuarão mais baratos aqui do que no exterior, o que reduz o incentivo para que importadores tragam os produtos ao país.

Em comunicado, a estatal disse que o preço da gasolina, que havia sido ajustado pela última vez em 11 de março, subiu 5,2%, saindo de R$ 3,86 para R$ 4,06 por litro.

O preço do diesel, que havia subido pela última vez em 10 de maio, vai aumentar em 14,3%, de R$ 4,91 para R$ 5,61 por litro.

Esses valores são válidos a partir de amanhã para as vendas nas refinarias. Na bomba, a companhia estima que os os preços da gasolina e do diesel devem aumentar em pelo menos R$ 0,15 e R$ 0,63 por litro, respectivamente.

Mesmo com a elevação, o preço dos dois combustíveis continuará menor que o observado no exterior. Segundo dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), para manter a paridade com o mercado internacional, a gasolina teria que ser vendida no Brasil a R$ 4,19 o litro, e o diesel, a R$ 5,70 o litro.

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Em comunicado, a Petrobras disse que “tem buscado o equilíbrio dos seus preços com o mercado global, mas sem o repasse imediato para os preços internos da volatilidade das cotações internacionais e da taxa de câmbio”. Disse também que a prática é incomum entre outros fornecedores de combustíveis e empresas petrolíferas, “que ajustam seus preços com maior frequência”.

A Petrobras, que no Brasil exerce posição dominante na venda de combustíveis para distribuidoras, tem como premissa de negócio equiparar os preços do mercado interno aos praticados no exterior para garantir que haja interesse dos importadores em trazer gasolina e diesel para o país.

No entanto, essa política tem sido criticada por representantes do governo federal, maior acionista da empresa. O presidente Jair Bolsonaro decidiu, inclusive, trocar duas vezes no mesmo ano o presidente da Petrobras na tentativa de alterar a política de preços de combustíveis.

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No comunicado desta sexta, a Petrobras reiterou a necessidade de manter preços semelhantes aos do mercado internacional para os combustíveis no Brasil.

“É esse equilíbrio com o mercado global que naturalmente resulta na continuidade do suprimento do mercado brasileiro, sem riscos de desabastecimento, pelos diversos atores: importadores, distribuidores e outros produtores, além da própria Petrobras”, afirmou.

Alta no diesel ocorre após aviso prévio

No fim da semana passada, a Petrobras já havia indicado que era necessário aumentar os preços do diesel para evitar a escassez do combustível no Brasil.

No dia 8 de junho, a empresa disse que a demanda pelo combustível em todo o mundo – e inclusive no Brasil – deve aumentar no segundo semestre, e que as refinarias de petróleo nos Estados Unidos e no Caribe podem ser forçadas a interromper a produção entre junho e novembro por causa da temporada de furacões.

Esses fatores sazonais somam-se à menor oferta de petróleo da Rússia – fator que vem impulsionando os preços tanto da commodity quanto dos combustíveis pelo menos desde o fim de fevereiro – como motivos para esperar um diesel mais caro.

“Não há fundamentos que indiquem a melhora do balanço global e o recuo estrutural das cotações internacionais de referência para o óleo diesel”, disse a Petrobras.

O problema desse cenário, afirmou a companhia na ocasião, é que os preços do óleo diesel estão aumentando no mercado internacional, o que, segundo a Petrobras, deixa o Brasil – que depende de importações para abastecer 30% do mercado deste combustível – numa posição vulnerável.

“Os estoques de diesel nos principais mercados internacionais exibiram declínio acentuado nos últimos meses. Em um cenário de escassez global, o abastecimento nacional requer uma atenção especial”, disse a Petrobras. “O mercado interno registrou recorde de consumo de óleo diesel no ano passado e essa marca deverá ser superada em 2022”, acrescentou.

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