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Quais as oportunidades na Bolsa hoje na visão dessa gestora americana com US$ 1,4 tri em recursos

Apesar de esperar volatilidade durante o período eleitoral, gestora vê oportunidade na Bolsa, principalmente em commodities e energia renovável

Foto: Shutterstock

A gestora americana Franklin Templeton, que tem US$ 1,4 trilhão sob gestão, vê oportunidades na Bolsa brasileira principalmente nos segmentos de commodities e energia renovável, apesar de esperar um cenário de volatilidade para o mercado de ações durante o período eleitoral. É o que mostra relatório divulgado na quinta-feira (6).

O documento da gestora também avalia um eventual governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), líder nas pesquisas para o segundo turno presidencial contra o presidente Jair Bolsonaro, e diz que as preocupações com uma mudança radical de política macroeconômica do Brasil à esquerda parecem ser “superestimadas”.

Essa é a visão do estrategista sênior de investimento da ETF Franklin Templeton ETFs EMEA, Marcus Weyerer, e da chefe de gerenciamento de portfólio de Índice Global da Franklin Templeton ETFs, Dina Ting, no relatório “Beyond Bull & Bears”.

Os estrategistas da gestora avaliam que, se vencer a eleição no segundo turno, o ex-presidente deve adotar uma postura bastante pragmática, dada a nova configuração do Congresso, que será composto por uma maioria de partidos de centro, além da visão de que o vice-presidente na chapa de Lula, Geraldo Alckmin (PSB), tem um perfil mais pró-mercado.

Embora ressalte que “Lula adota muitas promessas políticas de esquerda, como programas de transferência de renda e perdão de dívidas”, a gestora não tem em seu cenário uma possibilidade de ruptura do sistema político.

No entanto, um governo PT deve levar a um déficit crescente no curto prazo, que pode ser compensado no médio prazo por maiores receitas tributárias e mais consumo privado, afirmam os estrategistas.

O investimento na expansão das energias renováveis também pode aumentar no governo petista, segundo a gestora, que destaca a promessa do partido de incluir a transição da Petrobras (PETR3) para ser mais competitiva em relação às empresas europeias, além de preocupações apontadas com a segurança energética.

Por outro lado, a gestora aponta que o presidente Jair Bolsonaro (PL) teve sucessos no cargo, mais notavelmente com a aprovação da reforma da previdência em 2019, que deve gerar uma economia de cerca de R$ 800 bilhões até 2030.

Economia global enfraquecida

Para a Franklin Templeton, independentemente de quem vencer a eleição, o próximo presidente terá que lidar com a perspectiva de uma economia mundial mais fraca.

Por outro lado, o Brasil provavelmente continuará se beneficiando dos altos preços das commodities, embora também enfrente riscos de uma escalada da guerra na Ucrânia, pois é altamente dependente da importação de fertilizantes.

“É importante notar, no entanto, que mesmo como um dos principais exportadores de commodities, o Brasil está um pouco isolado dos choques econômicos globais. O comércio representa pouco menos de um terço do PIB, enquanto o consumo das famílias contribui com mais de 60%”, aponta a gestora.

Segundo a instituição, os investidores deveriam, portanto, focar para além das eleições e ver o que poderia dar certo para o mercado acionário brasileiro. E, aqui, destaca-se o potencial para queda das taxas de juros em 2023.

“O Brasil está em uma posição única no mundo. O Banco Central antecipou o aumento da taxa de juros, à frente da maioria dos outros bancos centrais. Se a inflação continuar a cair, há espaço para uma política monetária menos restritiva, com um impacto positivo sobre o mercado acionário brasileiro”, apontou a Franklin Templeton, no relatório.

A gestora destaca que os mercados já anteciparam, em grande parte, o risco eleitoral, o que explica a performance positiva dos ativos brasileiros, com o real apresentando performance relativa melhor que outras moedas de mercados desenvolvidos, incluindo o euro e a libra esterlina, e com as ações brasileiras superando fortemente os pares de mercados emergentes no ano.

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