Logo-Agência-TradeMap
Logo-Agência-TradeMap

Categorias:

Mercado espera corte de juros só no 2º semestre de 2023; veja projeções dos bancos para a Selic

Mercado prevê Selic estável em 13,75% pelo menos até o fim do 1º semestre de 2023, com o BC devendo cortar os juros só no 2º semestre de 2023

Foto: Shutterstock

Após a interrupção do ciclo de alta de juros iniciado em março de 2021, o mercado prevê a manutenção da taxa Selic em 13,75% ao ano pelo menos até o fim do primeiro semestre de 2023, com o Banco Central devendo voltar a cortar os juros só na segunda metade do ano que vem.

Na quarta-feira (21), o o Copom manteve a taxa Selic em 13,75%, mas reforçou no comunicado o tom mais duro que vinha adotando recentemente e destacou que deve manter a taxa básica em patamar elevado por “período suficientemente prolongado” até assegurar a convergência da inflação para a meta, não descartando voltar a subir os juros se o processo de desinflação não ocorrer como esperado.

Para a Capital Economics, o BC deve começar a cortar os juros apenas no segundo semestre de 2023, devendo promover uma redução de 3 pontos percentuais da Selic até o fim de 2023, e a taxa básica encerraria o próximo ano em 11%.

Mesmo assim, a taxa básica continuaria bem acima do nível neutro, isto é, do patamar de juros que nem desestimula nem impulsiona o crescimento da economia. Segundo a consultoria, o juro neutro do Brasil está ao redor de 7%.

Como o Banco Central foi um dos primeiro a subir a taxa pós-pandemia, a Capital Economics destaca que o Brasil , junto com a Polônia e a República Checa, é um dos primeiros países no mundo a parar o ciclo de alta de juros.

“Precisaremos ver mais quedas na inflação e nas expectativas de inflação antes de o BC iniciar os cortes na taxa de juros”, acrescenta, em relatório.

No cenário de referência do BC, que considera uma taxa de câmbio de R$ 5,20, a projeção de inflação recuou de 6,8% para 5,8% para 2022, e se manteve estável em 4,6% para 2023, acima da meta de 3,25% para o ano que vem. Para 2024,  que começa a ganhar relevância no horizonte de política monetária do BC, a projeção para a inflação recuou de 3,5% para 2,8%, abaixo da meta de 3%.

Apesar da sinalização do BC de que pode voltar a subir a taxa de juros, o Santander acredita que uma mudança no plano de voo (de estabilidade da Selic por muito tempo) exigiria um desvio relevante da trajetória de queda da inflação em direção à meta.

Nesse cenário, o banco prevê uma redução da Selic para 12% no fim de 2023, com os cortes de juros começando no segundo semestre.

Já o UBS manteve seu cenário para a queda da Selic para 9,25% no fim de 2023 e para 7,75% no fim de 2024.

Política fiscal traz risco de alta para inflação e pode afetar juros

O BTG Pactual espera que o BC mantenha a taxa Selic estável até o fim do segundo semestre de 2023, mas destaca que um cenário de expansão fiscal no próximo governo aumenta o risco de a inflação acelerar.

O BC destacou ontem no comunicado que a prorrogação para 2023 dos cortes de impostos sobre os preços de energia e combustíveis, previstos para acabar no fim deste ano, é um fator que pode contribuir para a queda das expectativas de inflação para o ano que vem. No entanto, o fim do corte de impostos e aumento do gasto fiscal no ano que vem são riscos de alta para a inflação.

A autoridade monetária lembrou que a atividade econômica ainda forte, com um mercado de trabalho mais aquecido e taxa de desemprego recuando pela quinta vez consecutiva em julho é outro risco de alta para a inflação.

O Morgan Stanley apontou que os riscos para a trajetória de queda da inflação continuam relevantes, especialmente quanto ao seu ritmo, o que reforça a visão do banco de que o primeiro corte de juros acontecerá em junho de 2023, com a taxa básica devendo terminar o ano que vem em 11,50%.

Já o Banco Safra vê espaço para o BC começar a cortar os juros no segundo trimestre de 2023, quando a projeção de inflação para 2024, que está abaixo da meta de 3% para aquele ano, ganhará maior relevância no horizonte de política monetário do BC.

Compartilhe:

Leia também:

Mais lidas da semana

Uma newsletter quinzenal e gratuita que te atualiza em 5 minutos sobre as principais notícias do mercado financeiro.