Em evento realizado junto ao JP Morgan, o CEO do Nubank (NUBR33), David Vélez, disse que o lançamento de empréstimos consignados pela fintech ficou para o primeiro semestre do ano que vem. O mercado esperava a operação ainda em 2022.
De acordo com a instituição americana, os empréstimos consignados do Nubank estão em fase de testes e implementação de tecnologia. No evento, Vélez disse que a fintech trabalha para reduzir os custos com a intermediação das operações de crédito na função.
Há pouco mais de seis meses, o Nubank levantou recursos com um comitê de bancos para acelerar suas operações – mesmo após ter captado US$ 2,6 bilhões no IPO.
Os US$ 650 milhões levantados em abril servirão para investimento na inovação de produtos, desenvolvimento de tecnologia e ampliação do número de usuários. Nesse espectro, certamente encaixam-se operações que diversifiquem os negócios da fintech e que, prioritariamente, diminuam os riscos do negócio.
O que achamos
A iniciativa dos empréstimos consignados por parte do Nubank é válida para a diversificação das operações do banco digital, que é muito exposto a crédito de alto risco.
No terceiro trimestre deste ano, 80% da carteira de crédito da fintech estava em cartões de crédito, e os 20% restantes em empréstimos pessoais. Como a totalidade do portfólio de R$ 52,2 bilhões está nas mãos das pessoas físicas, a chance de calote é maior.
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O consignado, por mais que proporcione margens mais baixas, também pode ser rentável do ponto de vista de maior recuperação de crédito garantida, algo que a fintech ainda não tem.
Os estudos aprofundados do banco digital são positivos, mas o adiamento para o primeiro semestre de 2023 indica que os primeiros resultados ligados aos empréstimos consignados devem aparecer somente em 2024.
Como as ações do Nubank devem reagir
A postergação do lançamento dos empréstimos consignados não deve trazer impacto significativo para os papéis do Nubank no curto prazo, visto que o mercado reage positivamente ao lucro (sem ajustes) do terceiro trimestre deste ano.