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Petrobras (PETR4): XP calcula defasagem de 58% na gasolina e BTG vê perdas de R$ 16 bilhões com subsídios

Segundo o BTG, entre 2011 e 2014, no primeiro mandato de Dilma Rousseff, houve uma defasagem média de 20%

Foto: Shutterstock

O futuro da Petobras (PETR4) tem sido discutido com intensidade nos últimos dias, uma vez que, com a guerra na Ucrânia, o preço do petróleo disparou pelo mundo e já atingiu o maior preço desde 2008 para o barril do tipo Brent.

Com isso, aumentou a pressão para um possível reajuste de preço nos combustíveis pela estatal.

Segundo relatório publicado na segunda pela XP Investimentos, existe um defasagem de 58% entre a cotação do petróleo no mercado internacional e o preço da gasolina da Petrobras nas refinarias. Para o diesel, a diferença é de 46%.  Em reais, a defasagem seria de R$ 1,89 por litro para o primeiro e R$ 1,67 para o segundo.

O último reajuste praticado pela estatal foi feito no meio de janeiro. Na ocasião, o valor do barril negociado no mundo era de US$ 82,64 por tonelada. Atualmente, os contrato futuros do ICE para o Brent são cotados em US$ 127, um aumento de 53% desde a última alteração de preços.

De lá pra cá, porém, a guerra na Ucrânia tem feito os preços do petróleo dispararem pelo mundo, o que acaba colocando a Petrobras no alvo de possíveis alterações nos preços.

Isso ocorre porque a empresa define o preço do combustível baseado no valor negociado pelo mundo. Segundo fontes ouvidas pelo jornal O Globo, a petroleira pretende subir os preços dos combustíveis nesta semana.

A guerra no Leste Europeu mexe com o preço do petróleo porque a Rússia é o segundo maior exportador de petróleo do mundo e representa 40% das importações anuais de gás natural da União Europeia.

Já o BTG Pactual estima que a defasagem esteja em 32% na gasolina e 34% no diesel. 

Para contribuir com a pressão na Petrobras, mais cedo, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, declarou que o país irá banir as compras de petróleo e gás da Rússia em reação à invasão da Ucrânia.

O mercado, contudo, diverge sobre um possível reajuste integral no preço dos combustíveis.

Segundo análise da Genial Investimentos da semana passada, apesar da defasagem no preço estar cada vez maior, o ano de 2022 traz muita incerteza eleitoral, o que pode dificultar repasses diretos no preço ao consumidor.

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“Além de toda dificuldade no que diz respeito a emprego e renda nos últimos anos, vale mencionar que em 2022 teremos uma disputa eleitoral, o que nos faz ficar céticos quanto a possibilidade do repasse completo de preço”, afirma a corretora em relatório.

O BTG estima que, caso a Petrobras deixe de repassar para o consumidor a defasagem, pode “deixar US$ 16 bilhões em Ebitda (lucro antes dos juros, impostos, amortização e depreciação) na mesa”.

O relatório do banco também afirma que a discrepância entre os preços atual é maior do que a média de 20% registrada entre 2011 e 2014, quando a empresa subsidiava parte dos preços repassados ao consumidor.

Troca no comando

A Petrobras informou no sábado (5), por meio de fato relevante, a indicação de Rodolfo Landim para a presidência do conselho de administração da companhia. Atualmente, Landim é presidente do Clube de Regatas do Flamengo. O nome é uma indicação do governo, acionista majoritário da companhia, e será analisado em assembleia geral ordinária da estatal, no dia 13 de abril.

“O nome de Landim tem controvérsias, pois pode indicar uma possível interferência na política de preços por sua proximidade com o presidente do Brasil”, comenta a XP.

Para a corretora, o fato do atual presidente do Flamengo ter sido acusado de gestão fraudulenta em um fundo de private equity, enquanto ele era diretor-presidente da OGX de 2006 a 2010, causa incerteza sobre o futuro da estatal.

Já o BTG opina que uma nova mudança no cargo em pouco tempo pode deixar os investidores cautelosos. Apesar disso, os analistas do banco afirmam que os acionistas estão mais preocupados com a situação da política de preços da companhia do que com mudanças nos cargos de diretoria.

“O fato que Joaquim Silva e Luna será mantido como membro do conselho, e por consequência, diretor-presidente da Petrobras, pode acalmar a situação”, comenta o BTG.

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Ações da Petrobras

A XP investimentos possui recomendação de compra para os papéis da Petrobras, com um preço-alvo de R$ 45,30 ao final de 2021, o que representaria uma valorização de 42% em relação à cotação do fechamento do pregão de segunda-feira (7) de R$ 31,80.

Já o BTG se mantém neutro com a estatal, e acredita num preço-alvo de R$ 41, uma valorização de 28%. Às 16h15, as ações preferenciais da Petrobras (PETR4) subiam 1,89% na B3. Enquanto isso, as ordinárias (PETR3) cresciam 1,05%.

 

 

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