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EUA suspendem compra de petróleo da Rússia; Reino Unido fará o mesmo até o final do ano

Russos são maiores exportadores de petróleo e gás natural do mundo

Gustavo Nicoletta

Gustavo Nicoletta

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. Foto: Shutterstock

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, anunciou há pouco que os Estados Unidos irão banir as compras de petróleo e gás da Rússia em reação à invasão da Ucrânia. Os russos são os maiores exportadores de petróleo e gás natural do mundo, e vêm sendo submetidos a uma série de sanções do Ocidente por causa da guerra.

“Entendemos que muitos dos nossos parceiros da Europa não poderão se juntar a nós”, afirmou o presidente americano, referindo-se à forte dependência da União Europeia da commodity produzida pelos russos. “Somos exportadores líquidos de energia, então tomamos essa decisão enquanto outros não podem. Mas trabalhamos com parceiros europeus para reduzir a dependência deles da energia russa”.

O Reino Unido também anunciou há pouco que, até o final deste ano, deixará de importar petróleo e derivados da Rússia. A informação foi dada pelo secretário de Energia britânico, Kwasi Kwarteng, que acrescentou que esse período dará tempo ao mercado para substituir as compras do país presidido por Vladimir Putin.

Dados oficiais referentes a 2020 mostram que apenas 7% do petróleo importado pelos Estados Unidos vem da Rússia. Naquele ano, os americanos importaram cerca de 540 mil barris por dia (bpd) de petróleo russo.

Petróleo disparou desde início da guerra na Ucrânia

O petróleo tem subido quase sem parar desde que a Rússia invadiu a Ucrânia porque o mercado passou a esperar um embargo internacional às exportações russas da commodity.

Desde 21 de fevereiro, quando o conflito efetivamente começou, o preço do petróleo subiu 38%, e pouco antes do discurso de Biden nesta terça-feira (8), operava a US$ 130 por barril.

No domingo (6), porém, chegou a atingir US$ 138 – nível observado pela última vez em meados de 2008 -, após o governo dos EUA sinalizar que estudava um embargo comercial ao petróleo da Rússia.

Sanções

Os russos são grandes produtores e exportadores de petróleo, e desde que invadiram a Ucrânia têm sofrido pesadas sanções econômicas da Europa, dos Estados Unidos e do Reino Unido.

As sanções adotadas até então impõem bloqueios significativos às transações financeiras da Rússia com o exterior. Elas não impedem a indústria petrolífera do país de vender a commodity, mas atrapalham consideravelmente as exportações – o que, na prática, fez o mercado cortar relações comerciais com os russos.

Grandes empresas petrolíferas, como Shell, BP e Exxon, anunciaram recentemente que vão parar de operar no mercado da Rússia, ou interromper as compras de petróleo e gás do país.

A Rússia fornece cerca de 10% do petróleo consumido no mundo. No momento, o mercado da commodity está com demanda superior à oferta. A redução no fornecimento russo pode agravar este quadro, resultando em aumentos ainda mais significativos nos preços.

Isso, em contrapartida, pode impedir a desaceleração da inflação – que está em níveis historicamente altos em vários países do mundo, inclusive no Brasil – e forçar os bancos centrais a aumentarem os juros com mais vigor. Em tese, isso seria negativo para a economia e para os preços das ações, dado que a renda fixa passaria a oferecer retornos maiores e menos voláteis do que a renda variável.

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