Diante das críticas a sua política de preços para os combustíveis – algumas delas vindo, inclusive, do presidente Jair Bolsonaro -, a Petrobras (PETR4) decidiu lançar um site para tentar explicar por que o valor destes produtos por aqui precisa ser equiparável ao praticado no exterior.
No endereço (https://precos.petrobras.com.br/), a estatal mostra como são formados os preços da gasolina, do diesel e do gás de cozinha, e é possível buscar os valores de venda destes produtos por estado.
Todas estas informações já estavam disponíveis dentro do site da Petrobras. A empresa, no entanto, achou melhor separá-las numa página específica porque “nos últimos seis meses, essa foi a informação mais acessada”.
A política de preços de combustíveis da Petrobras determina que a empresa venda combustíveis no mercado interno a um preço superior ao praticado no mercado internacional. A companhia argumenta que esta prática, além de garantir o lucro da estatal com estes produtos, também contribui para manter o mercado abastecido.
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O raciocínio por trás desta afirmação é que a Petrobras, por possuir posição dominante no mercado de combustíveis, cria um ambiente favorável para os importadores ao estabelecer um piso para os preços da gasolina e do diesel.
A regra, no entanto, passou a ser amplamente criticada nos últimos meses. Como os preços do petróleo subiram, também aumentaram os valores dos combustíveis no mercado internacional. Com isso, os preços dos combustíveis no Brasil também subiram.
Segundo dados da ANP (Agência Nacional de Petróleo), o preço médio do diesel comum acumula alta de 27,9% neste ano até maio, para R$ 6,837 por litro, enquanto a gasolina comum sobe 9,2%, para R$ 7,283 por litro.
O governo federal está insatisfeito com o avanço, principalmente porque preços mais altos dos combustíveis contribuem diretamente para o fortalecimento da inflação. A União substituiu o presidente da Petrobras em abril e, no final de maio, sinalizou que pretende trocar novamente o comando da empresa.
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Nas duas ocasiões, o presidente Jair Bolsonaro deixou evidente que as mudanças estavam relacionadas ao fato de a companhia ter mantido inalterada a política de preços para combustíveis.
Na segunda-feira (30), numa entrevista transmitida pela RedeTV, Bolsonaro disse que a Petrobras “não precisa desse lucro excessivo” e que a estatal abusa do respeito que o governo tem ao livre mercado. No dia seguinte, em entrevista à rádio Massa FM, afirmou que avalia “fatiar” a estatal para privatizá-la.
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