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Petrobras (PETR4): com volatilidade do Brent, especialistas não veem necessidade de reajustar combustíveis

Probabilidade de um reajuste para cima pela estatal entrou no radar após o barril do Brent encostar nos US$ 100

Leandro Tavares

Leandro Tavares

Foto: Shutterstock

A volatilidade recente no preço do petróleo tipo Brent no mercado internacional e a paridade (cotação do barril e o dólar) abaixo de 10% não são elementos suficientes para a Petrobras (PETR4; PETR3) fazer qualquer alteração no preço dos combustíveis neste momento, segundo analistas e especialistas consultados pela Agência TradeMap.

A probabilidade de um reajuste no preço dos combustíveis para cima pela estatal começou a rondar o mercado após o barril do Brent encostar no US$ 100 no começo de outubro, sendo que nos meses anteriores, agosto e setembro, a Petrobras reajustou o preço da gasolina e do diesel para baixo, quando o óleo estava ao redor de US$ 90 o barril.

Segundo Pedro Rodrigues, diretor da consultora CBIE, o preço do petróleo está volátil por conta de um mercado nervoso, com guerra na Ucrânia, o corte de produção pela Opep+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) e a possibilidade de recessão nos Estados Unidos. Para ele, uma paridade entre 6% e 10% não é suficiente para a Petrobras reajustar o preço. 

Por outro lado, o analista da Mirae Asset, Pedro Galdi, vislumbra que uma possível alteração nos preços seja necessário caso a paridade ultrapasse os 20%.

A Petrobras não reajusta o preço de forma imediata. Como o preço do petróleo e do dólar estão mostrando grande volatilidade, não seria necessário nenhum reajuste, inclusive (a Petrobras) sinalizou isso. Se houver algum reajuste, deve ficar mais para o final do ano”, diz Galdi. 

Na visão do especialista em renda variável da SVN Investimentos, Pedro Queiroz, o principal motivador para o aumento recente no preço do Brent foi a redução de 2 milhões de barris por dia na produção, anunciada pela Opep+ no início de outubro, que vai vigorar a partir de novembro, a 41,8 milhões de barris por dia.

“A Opep realizou esse corte porque há uma perspectiva de crescimento econômico mundial menor. Cada vez mais o mundo precifica uma recessão global, o que impacta o preço das commodities”, comenta Queiroz.

Como está a paridade neste momento

Na semana passada, o percentual entre o preço cobrado pela petrolífera para os combustíveis no Brasil e a paridade internacional atingiu seu maior nível em quase dois meses na sexta-feira (14), quando a desafagem média atingiu 12% na gasolina e 16% no diesel, de acordo com dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis).

Antes de a Opep+ anunciar a maior redução no corte na produção desde 2020, em 5 de outubro, a defasagem média era de 8% na gasolina e 3% no diesel. Ou seja, percentual considerado baixo pelos analistas consultados para que a Petrobras pudesse fazer qualquer movimento no preço dos combustíveis.

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Nesta segunda-feira (17), depois de se recuperar das quedas recentes, o preço do barril do Brent opera ao redor de US$ 92, diminuindo a defasagem no Brasil e o mercado internacional.

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Dados da Abicom mostram que a defasagem média da gasolina hoje é de 8%, ou uma queda de R$ 0,30, e o diesel de 12%, uma baixa de R$ 0,70 por litro.

Os reajustes recentes

De junho para cá, o litro da gasolina repassado aos distribuidores já recuou 20%, passando de R$ 4,06 para os atuais R$ 3,28.

O último reajuste ocorreu no início de setembro, quando a estatal anunciou uma redução de 7% no preço da gasolina vendida para as distribuidoras, que passou de R$ 3,53 para R$ 3,28, uma baixa de R$ 0,25 por litro.

Os cortes sequenciais nos preços de combustíveis aconteceram após a Petrobras anunciar que as decisões sobre os preços de combustíveis, que antes eram exclusivamente da diretoria da empresa, começaram a passar pelo crivo dos conselhos de administração e fiscal da estatal.

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Esses reajustes, vale dizer, ocorreram num momento em que a defasagem estava negativa, uma vez que o preço do Brent chegou a bater os US$ 80.

“Se o preço permanecer nesse patamar (ao redor de US$ 95), ela (Petrobras) terá a obrigação de reajustar o preço. A Petrobras está esperando o movimento de mercado para ver o que vai fazer”, afirma Rodrigues.

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