Na Bolsa, mineradoras sobem com notícias da China e Yduqs (YDUQ3) dispara após balanço

Recuperando parte das perdas vistas na véspera, o Ibovespa sobe mais de 2% no último pregão da semana, impulsionado pela alta de mineradoras e siderúrgicas após a China anunciar afrouxamentos na política contra a Covid-19. No âmbito das ações, Yduqs (YDUQ3) está entre as maiores altas após balanço do terceiro trimestre.

Por volta das 13h20, a maior alta do principal índice da B3 ficava com CSN (CSNA3), avançando 11,81%. Ainda dentro do setor ligado ao minério, Vale (VALE3) avançava 7,23%, Usiminas (USIM5) ganhava 8,38% e Gerdau (GGBR4) apontava em 8,41% para cima.

No mesmo sentido dessas empresas, o Ibovespa apontava em 2,03% para cima, perto dos 112 mil pontos.

Do outro lado do mundo, a China anunciou que reduzirá o tempo de quarentena para viajantes internacionais de sete para cinco dias. Também diminuiu o número de testes de detecção de Covid necessários para entrar no país.

O tempo de quarentena de pessoas que tiveram contato dentro do país com pessoas infectadas pela Covid-19 também caiu, de sete para cinco dias, e quem viajar de uma área de alto risco para outra de baixo risco de contaminação poderá seguir regras de isolamento menos estritas.

Como resultado, o índice Hang Seng, de Hong Kong, fechou o pregão em alta de 7,74%. Além dele, o minério de ferro negociado na Bolsa de Dalian teve uma valorização de 5% no pregão, cotado a US$ 99. Esse impulso mexeu com as mineradoras e siderúrgicas por aqui.

Já a Yduqs disparava 9,74% após a divulgação de seu balanço do terceiro trimestre na véspera. A companha de educação reportou resultados mistos no período. De um lado, os números foram pressionados pela piora do resultado financeiro, em função do aumento das despesas. De outro, o aumento da receita permitiu um lucro operacional melhor.

De julho a setembro, o lucro líquido da educacional correspondeu a R$ 16,1 milhões, uma queda de 77,8% na comparação anual. Apesar disso, a receita do segmento premium somou R$ 278,5 milhões, valor 33,2% maior que um ano antes.

Na visão da XP, o segmento continua apresentando números fortes, com a receita melhorando e promovendo expansão das margens, enquanto o presencial e o digital apresentam dificuldades, com a base de alunos diminuindo após uma fraca temporada de admissão.

O Goldman Sachs destacou em relatório que, além do resultado do segmento, que possui um tíquete médio mais alto, os reajustes nos preços de outros cursos devido à inflação elevada compensam a queda nas captações.

No período, o tíquete médio do curso de medicina, por exemplo, alcançou R$ 9,499 mil, uma elevação de 9,4% ante o mesmo intervalo de 2021.

Outra ação que se valorizava após a divulgação do balanço era a da JBS (JBSS3), avançando 8,21% na B3. O frigorífico apresentou números para o terceiro trimestre acima da expectativa do mercado, tanto no lucro líquido quanto no lucro operacional, este medido pelo Ebitda – indicador que exclui da conta de lucratividade as perdas que não fazem parte da operação: juros, impostos, depreciações e amortizações.

Em balanço publicado na noite de quinta-feira (10), a JBS apresentou lucro líquido de 4,01 bilhões para o terceiro trimestre, número 47% que o registrado em igual período, mas superior a previsões feitas pelo mercado.

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As baixas do dia

Na parte negativa, as empresas que divulgaram seus balanços do terceiro trimestre na véspera figuravam entre as principais baixas. No pódio, IRB (IRBR3) perdia 4,65%, Locaweb (LWSA3) recuava 5,25% e Magalu (MGLU3) se desvalorizava 6,53%.

O ressegurador amargou mais um prejuízo, desta vez de R$ 298,7 milhões, 91,8% acima do registrado no mesmo período do ano passado. O desempenho foi impactado pelos efeitos climáticos que afetaram contratos de riscos do segmento rural e pela Covid-19 no segmento “vida”.

O resultado, além de mostrar um avanço na comparação anual, veio bem pior do que o projetado pelo BTG e Santander. Respectivamente, os bancos esperavam um prejuízo de R$ 97 milhões e R$ 24 milhões.

A Locaweb, por sua vez, teve resultados mistos. O lucro líquido ajustado da empresa, que não conta algumas despesas relacionados à compra de ações e IPO, foi positivo em R$ 33 milhões. Contudo, contando essas perdas, a companhia teve um prejuízo de R$ 6 milhões.

O Magazine Luiza, mesmo anotando um avanço na receita, ainda teve um resultado financeiro pressionado pelo aumento da taxa de juros. A empresa reverteu lucro de R$ 22 milhões, registrado no terceiro trimestre de 2021, para prejuízo ajustado de R$ 112,1 milhões entre julho e setembro deste ano de acordo com balanço publicado na noite de quinta-feira (11).

Este resultado também foi pior do que as expectativas do mercado, que esperava prejuízo de R$ 90 milhões a R$ 100 milhões.

Bolsas internacionais

No exterior, os mercados estendem os ganhos da véspera. Ontem, as Bolsas em Nova Iorque dispararam após a inflação ao consumidor americano ter vindo abaixo do esperado.

“Com o arrefecimento da inflação, investidores agora ponderam se o Federal Reserve (o banco central americano) poderá desacelerar o ritmo do aperto monetário”, avalia a XP, em relatório.

Na Europa, o presidente do Banco da Inglaterra, Andrew Bailey, afirmou que os esforços para controlar a inflação no Reino Unido deverão durar entre 18 meses e dois anos, já que o indicador segue muito acima da meta.

Veja a performance dos principais índices globais nesta tarde: