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JBS (JBSS3) sobe mais de 6% na Bolsa após lucro surpreender mercado, mas Goldman Sachs faz alerta

Lucro operacional da companhia, medido pelo Ebtida, ficou acima das projeções de bancos como Goldman Sachs e Itaú BBA

Foto: Shutterstock/Katarzyna Hurova

A ação da JBS (JBSS3), uma das maiores processadoras de alimentos do mundo, é uma das maiores altas da Bolsa no pregão desta sexta-feira (11), após a empresa apresentar números para o terceiro trimestre acima da expectativa do mercado, tanto no lucro líquido quanto no lucro operacional, este medido pelo Ebitda – indicador que exclui da conta de lucratividade as perdas que não fazem parte da operação: juros, impostos, depreciações e amortizações.

Por volta das 12h, o papel mais líquido da empresa (JBSS3) apresentava valorização de 6,28%, a R$ 26,40, a terceira maior alta entre as companhias que fazem parte do Ibovespa, o principal índice acionário da B3, que, por sua vez, subia 0,69%.

Em balanço publicado na noite de quinta-feira (10), a JBS apresentou lucro líquido de 4,01 bilhões para o terceiro trimestre, número 47% menor que o registrado em igual período, mas superior a previsões feitas pelo mercado.

Os analistas do Bank of America, por exemplo, esperavam lucro líquido de R$ 3,5 bilhões, enquanto o Itaú BBA projetava R$ 3,23 bilhões. Quem mais se aproximou foi o Santander, que estimou um lucro um pouco acima do anotado pela empresa, de R$ 4,11 bilhões.

A principal surpresa, na verdade, foi o Ebitda. Para o Goldman Sachs, o lucro operacional foi o maior destaque positivo do balanço da JBS, com um resultado de R$ 9,5 bilhões no terceiro trimestre, número 31,5% abaixo do anotado pela empresa em igual período do ano passado, mas 8% acima da projeção do banco americano.

Os analistas do Itaú BBA também se surpreenderam com o Ebitda, que ficou 5% acima da estimativa feita pelo banco brasileiro. Para eles, o que mais gerou essa diferença foi o negócio da Seara, que teve um Ebitda recorde de R$ 1,8 bilhão no trimestre. A marca representa 20% da operação da JBS.

“A Seara continua a entregar consistentemente uma execução de alto nível, mesmo em um cenário desafiador para o cenário doméstico”, escreveram os analistas Gustavo Troyano, Renan Moura e Victor Gaspar, do Itaú BBA, em relatório enviado a clientes após a divulgação do balanço.

Os analistas do Goldman Sachs, contudo, avaliam que o balanço da JBS também teve um lado negativo e fizeram um alerta para a empresa para 2023.

Embora os resultados tenham ficado acima da expectativa, o fato é que os números estão em queda. “O dinamismo operacional subjacente continuou a se deteriorar, e em um ritmo mais rápido versus o que nós e o mercado temíamos”, diz o analista Thiago Bortoluci.

Ele ressaltou, por exemplo, que a margem como proporção do Ebitda da operação de carne bovina nos EUA (que representa 39% do Ebitda da JBS nos últimos 12 meses) caiu 4 p.p (pontos percentuais) no terceiro trimestre ante o trimestre anterior, para 7,3%, e a Austrália interrompeu sua trajetória de recuperação de margem com um recuo de 2,8 p.p. também em relação ao trimestre anterior, para 3,6%.

“Em nossa opinião, os resultados da JBS podem permanecer sob pressão estrutural pelo menos até meados de 2023, impulsionado pela diminuição da demanda nos EUA e no Brasil, menor disponibilidade de gado nos EUA, e potencialmente menores exportações de carne bovina para a China”, disse o analista.

Além disso, ele ressaltou que a própria empresa afirmou, no relatório que acompanha o balanço, que as condições são desafiadoras nos EUA, destacando potencialmente menor disponibilidade futura de animais, restrições de mão de obra contínuas e menores preços de atacado.

 

 


 

 

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