O Magazine Luiza (MGLU3) reverteu lucro de R$ 22 milhões, registrado no terceiro trimestre de 2021, para prejuízo ajustado de R$ 112,1 milhões entre abril e junho deste ano de acordo com balanço publicado na noite de quinta-feira (11).
Este resultado vai contra as expectativas do mercado, que esperava prejuízo de R$ 90 milhões a R$ 100 milhões.
Isto é consequência da alta taxa básica de juros, a Selic, que eleva as despesas com pagamentos de juros. No terceiro trimestre, as despesas financeiras do Magazine Luiza cresceram 228,4% em relação a um ano antes, para R$ 668,6 milhões.
Por outro lado, a receita líquida expandiu 2,3% em comparação à igual período do ano passado, para R$ 8,8 bilhões. Este avanço é devido ao maior volume de vendas de itens das novas categorias, como casa e jardim, esporte beleza e acessórios automotivos.
Com isso o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado seguiu o mesmo caminho e expandiu 50,3%, para R$ 527,5 milhões. A margem ebitda teve alta de 1,9 ponto percentual, para 6%.
O que achamos?
O cenário para o Magazine Luiza pode continuar desafiador devido às altas dívidas da companhia, que chegaram a R$ 7,1 bilhões, e à elevada taxa de juros, que levará mais um tempo para regredir.
Uma empresa que não gera lucro é um sinal de alerta para os acionistas. Isto porque o risco de insolvência é maior, o que a torna mais arriscada.
Por outro lado, há uma melhora operacional tanto no volume de vendas quanto nas margens. Mesmo em meio a um cenário altamente competitivo, a empresa conseguiu ampliar a rentabilidade.
O maior volume de vendas das novas categorias permitiu que o custo fixo fosse diluído. Isto mostra que estratégia da empresa em focar no marketplace, oferecendo maior diversidade de categorias, foi fundamental para melhor desempenho.
Entre julho e setembro, as vendas no marketplace atingiram R$ 3,5 bilhões de reais, com crescimento médio de 61% nos últimos três anos. Isto suportou o melhor desempenho da margem Ebitda, que foi o melhor resultado nos últimos dois anos.
Como as ações devem reagir?
Apesar da melhora operacional, o mercado pode estar apreensivo com a retomada da inflação em outubro, que traz incertezas quanto à reversão da taxa de juros.
Portanto, o mercado deve reagir negativamente aos resultados da varejista e as ações devem abrir em leve queda no pregão desta sexta-feira (11).
As ações da Magalu acumulam queda de 40,7% no ano.