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Inflação x FIIs: queda do IPCA deve reduzir retorno dos fundos de papel – confira os mais prejudicados

Fundos imobiliários com carteiras com grande concentração em títulos indexados ao IPCA, como o KNIP11, devem ser os mais afetados por desaceleração da inflação

Foto: Shutterstock

A desaceleração da inflação, com o IPCA registrando a maior deflação da série histórica em julho (-0,68%), deve reduzir o retorno dos fundos imobiliários de papel.

Esses fundos investem, em grande parte, em títulos de dívida imobiliária atrelados a índices de preços como IPCA e IGP-M, como os CRIs (Certificados de Recebíveis Imobiliários).

Essa categoria liderou os rendimentos do mercado de FIIs desde o início da pandemia, pois, além de possibilitar ao investidor surfar a alta do IPCA – que registrou inflação de 10,06% em 2021 – por meio de dividendos robustos, ofereceu um prêmio elevado em comparação aos segmentos de tijolos listados na Bolsa.

Em julho, contudo, a categoria já apresentou desempenho inferior ao Ifix, índice de referência dos fundos imobiliários na Bolsa. O Índice Teva de FIIs de Papel (que acompanha o desempenho dos fundos de recebíveis na Bolsa) caiu 0,10% no mês passado, contra alta de 0,66% do Ifix.

Com a desaceleração da inflação, é esperada uma queda no rendimento pago pelos FIIs de papéis com carteiras mais concentradas em títulos indexados ao IPCA.

A mediana das projeções dos analistas no Boletim Focus mais recente aponta para uma retração do IPCA de 0,15% em agosto, terminando o ano em 7,11%. Em 2023, a previsão é de inflação de 5,36% para 2023 e, em 2024, de 3,30%.

FIIs de papel mais impactados

Segundo análise da Guide Investimentos, há uma forte correlação entre o dividend yield (que mede o rendimento do fundo considerando os dividendos distribuídos e o valor de sua cota) dos fundos de papel e o IPCA desde 2020, o que reforça a expectativa de um ajuste negativo nessa classe de ativos nos próximos meses.

Nesse cenário, a Guide destaca que os FIIs que investem em papéis imobiliários do tipo high yield (com maior risco e maior retorno esperado) devem ser os mais impactados caso a queda esperada para inflação se consolide no curto prazo.

Considerando a sensibilidade do retorno dos fundos (dividend yield) à variação do IPCA, a Guide listou os FIIs com maior chance de terem seus proventos reduzidos com a queda da inflação. Quando maior a correlação (Beta), maior o impacto. Confira a seguir:

No caso do FII Kinea Índices de Preços (KNIP11), 95% da carteria estavam investidos em ativos atrelados ao IPCA em julho. O fundo tem pagado um rendimento médio de R$ 1,39 por cota neste ano.

Já o Kinea High Yield CRI (KNHY11) tinha, em julho, 80% da carteira atrelada ao IPCA. O fundo tem pagado um dividendo médio de R$ 1,34 por cota neste ano.

A Guide destaca que os fundos de papel têm entregue retornos com dividendos maiores que a inflação e que, ainda que o IPCA fique negativo em julho, o investidor não terá necessariamente perda com essas carteiras.

Além disso, a corretora aponta que os FIIs de papel costumam pagar um dividend yield maior que o dos fundos de tijolos e assinala que a redução da inflação deve corroer apenas parte do prêmio.

“Destacamos que os fundos de recebíveis imobiliários devem continuar oferecendo um prêmio de rentabilidade em relação aos fundos de tijolo e seguem essenciais nas alocações de portfólio. Porém, acreditamos que o cenário econômico exija do investidor maior diversificação na composição de carteira e maior critério quanto a fundos com alta concentração de ativos indexados à inflação”, destaca a Guide, em relatório.

No segmento de fundos de recebíveis, a preferência da Guide recai sobre os FIIs CSHG Recebíveis Imobiliários (HGCR11), RBR Rendimento High Grade (RBRR11) e RBR Crédito Imobiliário Estruturado (RBRY11), que têm carteiras mais balanceadas entre ativos indexados à inflação e ao CDI.

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