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IPCA: Julho tem deflação de 0,68%, maior queda de preços da série histórica

Queda é pontual e foi influenciada por queda na alíquota de ICMS; preços de alimentos e bebidas aceleraram

Foto: Shutterstock

Influenciado pela queda do ICMS de combustíveis, energia e telecomunicações e pela redução do preço dos combustíveis pela Petrobras, o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) teve em julho a maior deflação da série histórica, iniciada em janeiro de 1980.

O índice recuou 0,68%, uma queda um pouco maior que a esperada por analistas de mercado (especialistas ouvidos pela Reuters projetavam uma contração de 0,65%). Com o desempenho do mês passado, o IPCA acumula alta de 4,77% no ano, e de 10,07% no acumulado dos últimos 12 meses.

De acordo com o IBGE, a redução das alíquotas de ICMS afetou não só o grupo de transportes, cujos preços caíram 4,51%, mas também habitação, com queda de 1,05% por causa da redução na energia elétrica (-5,78%).

“Foram esses dois grupos, os únicos com variação negativa do índice, que puxaram o resultado para baixo”, afirmou o gerente da pesquisa, Pedro Kislanov, no material de divulgação do indicador.

De acordo com o órgão, os preços da gasolina caíram 15,48% e os do etanol, 11,38%. “A gasolina, individualmente, contribuiu com o impacto negativo mais intenso entre os 377 subitens que compõem o IPCA, com -1,04 p.p. Além disso, também foi registrada queda no preço do gás veicular, com -5,67%”, disse o IBGE.

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Outro grupo que contribuiu para o resultado foi a desaceleração de preços no grupo vestuário de 1,67% em junho para 0,58% em julho. “A gente teve uma queda muito forte no preço do algodão, que é uma das principais matérias-primas da indústria têxtil, no final de junho”, esclareceu Kislanov.

Alimentos aceleram alta

Por outro lado, o grupo de alimentação e bebidas acelerou a alta de preços no mês passado.

“O grupo teve a maior variação (1,30%) e impacto positivo (0,28 p.p.) no índice do mês. O resultado foi puxado pelo leite longa vida, que subiu mais de 25%, e pelos derivados do leite, como queijo (5,28%) e manteiga (5,75%), por exemplo”, disse o gerente da pesquisa.

De acordo com ele, essa alta do produto se deve à entressafra, que vai até setembro, e aos elevados custos de produção.

Redução pontual

Economistas apontam que o impacto da redução das alíquotas é pontual, e a alta de preços, que deve continuar sob controle em agosto, deve voltar a incomodar a partir de setembro, ainda mais com o dólar mais alto e o início do pagamento do novo valor do Auxílio Brasil, que foi elevado de R$ 400 para R$ 600.

Analistas ouvidos pelo Boletim Focus esperam que o índice irá fechar o ano com uma alta de 7,11%, bem acima da meta de inflação para 2022, que é de 3,5%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo.

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