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Ibovespa segue exterior e fecha em alta de 0,76%, retomando os 99 mil pontos

Bolsas subiram ao redor do mundo, refletindo a alta de juros na Europa e balanços nos EUA

Gabriel Bosa

Gabriel Bosa

Foto: Shutterstock

Depois de começar o pregão em baixa, impactado principalmente pela queda do petróleo, o Ibovespa seguiu o exterior e fechou em alta, com os investidores digerindo a elevação de juros pelo BCE (Banco Central Europeu).

Após altas e baixas, o principal índice da B3 encerrou a sessão com valorização de 0,76%, aos 99.033 pontos, com R$ 14,89 bilhões em volume negociado. A alta de hoje foi capaz de reverter a performance acumulada no mês de julho, que passou para avanço de 0,5%. O saldo desde o início de 2022, por sua vez, é de desvalorização de 5,52%.

A performance do Ibovespa foi impulsionada pelas Bolsas estrangeiras. Em Nova York, o S&P 500 subiu 0,99%, o Dow Jones teve alta de 0,51% e o Nasdaq valorizou 1,36%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 fechou com ganhos de 0,31%.

Nos Estados Unidos, os investidores continuam a acompanhar a temporada de balanços das empresas. Nesta quarta-feira, foi a vez da Tesla (TSLA34) divulgar seus números do segundo trimestre.

A companhia de Elon Musk dobrou o lucro no segundo trimestre em relação a igual período do ano passado, para US$ 2,26 bilhões (ou US$ 2,27 por ação), resultado que superou as expectativas do mercado e que fez as ações da companhia subirem 9,78% na Nasdaq.

Noticiário cheio na Europa

Mais cedo, o BCE aumentou a taxa referencial de juros pela primeira vez desde 2011, de -0,50% ao ano para zero. A elevação foi mais agressiva que a esperada pela maioria dos especialistas, que previam um aumento de 0,25 pp, para -0,25% ao ano.

A decisão surpreendeu o mercado, que esperava aumento menos intenso, e colocou um ponto final no período de juros negativos na região. No entanto, o esforço ainda está longe de ser suficiente para conter a inflação no curto prazo, segundo especialistas.

A própria presidente da instituição, Christine Lagarde, reconheceu durante entrevista coletiva que o ritmo de alta de preços na zona do euro ficará “indesejavelmente alto por algum tempo”.

Parte disso está relacionado ao problema dos preços elevados do petróleo e dos combustíveis, que na Europa é agravado pelo fato de um dos principais fornecedores do continente ser a Rússia.

Nesta frente, a Rússia retomou o fornecimento de gás natural para a Europa por meio do gasoduto Nord Stream 1, depois de uma parada de manutenção de dez dias. O risco de um desabastecimento vinha pressionando as Bolsas europeias e o euro nos últimos dias.

Vale mencionar, porém, que a União Europeia está recebendo apenas 40% do gás que a Rússia costumava entregar, e que a Gazprom – estatal russa que abastece o gasoduto – está ameaçando reduzir a oferta de gás natural aos europeus.

A medida, no entanto, foi capaz de motivar a queda nos preços tanto do combustível quanto do petróleo nesta quinta-feira, com o Brent caindo 2,86%, a US$ 103,86 por barril.

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Com isso, as ações das petrolíferas brasileiras fecharam em baixa: 3R Petroleum (RRRP3) caiu 3,76%, Petrobras PN (PETR4) teve queda de 0,51% e a Petrobras ON (PETR3) recuou 1,1%. A única exceção foi a Prio (PRIO3), que subiu 2,61%.

Mais tarde, os investidores irão acompanhar a divulgação da prévia operacional da Petrobras.

Altas e baixas do pregão

No fechamento, as maiores altas do Ibovespa eram de Rede D’Or (RDOR3), SulAmérica (SULA11) e Banco Pan (BPAN4), com ganhos de 7,8%, 6,79% e 6,53%, respectivamente.

Na outra ponta, os papéis que mais caíam foram Petz (PETZ3), 3R Petroleum (RRRP3) e Klabin (KLBN11), com perdas de 3,84%, 3,76% e 3,2%, nesta ordem.

A Klabin anunciou na noite de quarta-feira (20) um investimento de R$ 1,57 bilhão para construir uma nova unidade de produção de papelão ondulado, com capacidade de produção de 240 mil toneladas por ano.

De acordo com Lucas Mastromonico, operador de renda variável da B.Side Investimentos, o mercado avaliou esse anúncio de forma negativa, já que o quanto ela vai gastar em comparação ao retorno não aparece fechar a conta.

Em relatório, o Itaú BBA disse que “o projeto não parece atrativo do ponto de vista financeiro, de acordo com os cálculos iniciais”.

“Esperamos reação negativa do mercado e aguardamos mais informações sobre a decisão de investimento”, disse a XP Investimentos, em relatório publicado antes da abertura do mercado e assinado pelo analista Andre Vidal.

Criptomoedas

O Bitcoin (BTC) estendeu nesta quinta-feira o movimento de queda observado na véspera após a Tesla ter anunciado a venda de 75% do seu portfólio da cripto no segundo trimestre.

O movimento, explicou Elon Musk, foi para dar maior liquidez para a montadora de carros elétricos em meio ao fechamento da economia na China devido às restrições contra a Covid-19.

No lado positivo, o J.P Morgan informou mais cedo que o pior momento para o mercado tenha ficado para trás com o aumento da demanda dos investidores do varejo.

Por volta de 16h50, o BTC registrava queda de 0,52%, cotado a US$ 23.144, conforme dados do Mercado Bitcoin disponíveis na plataforma TradeMap.

No caminho oposto, o Ethereum (ETH), segundo maior cripto do mercado, mantém a trajetória de valorização com a expectativa dos investidores pela atualização da blockchain em setembro.

Na mesma hora, o ETH tinha alta de 2,77%, negociado a US$ 1.579, segundo informações da Novadax.

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