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Ibovespa fecha em baixa de 0,16% e IRB (IRBR3) desaba 10,6% após relatar prejuízo

O desempenho do Ibovespa foi afetado principalmente pelas commodities, que tiveram um dia de baixa

Foto: Shutterstock

O Ibovespa acompanhou a performance das Bolsas americanas, que fecharam em baixa depois de subirem com a fala do presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos), e terminou o pregão em queda 0,16%, aos 99.522 pontos, com R$ 18,62 bilhões em volume negociado.

Com isso, o saldo do índice no mês de junho passou para baixa de 10,62%, enquanto a desvalorização desde o início do ano é de 5,06%.

A performance do Ibovespa, que fechou em baixa depois de subir ao longo do dia, seguiu o movimento de seus pares do exterior. Em Nova York, o S&P 500 teve recuo de 0,13%, o Dow Jones caiu 0,15% e o Nasdaq fechou com perdas de 0,15%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 teve baixa de 0,84%.

Sem grandes novidades, o depoimento do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, ao Senado nesta quarta-feira trouxe alívio ao mercado.

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Powell reafirmou as preocupações do Fed com a inflação americana e reforçou a intenção da instituição de agir para controlar a alta de preços, a maior em quatro décadas. Afirmou ainda que o banco central dos EUA precisará elevar os juros para além da taxa neutra de juros, de 2,5% ao ano. Atualmente, a taxa básica do país está na faixa entre 1,5% e 1,75% ao ano.

Commodities jogam contra

A performance do Ibovespa foi afetada também pelas commodities, que tiveram um dia de baixas, e pela continuidade dos ruídos em torno de possíveis medidas para combater a alta nos preços dos combustíveis.

Commodities como o cobre, o minério de ferro e o petróleo tiveram forte desvalorização, diante de preocupações com a possibilidade de a alta nos juros globais provocar recessão em grandes economias – o que consequentemente diminuiria a demanda pela commodity.

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O petróleo tipo Brent fechou em baixa de 2,54%, a US$ 111,74. Além do fator mencionado, de acordo com analistas da Genial Investimentos, citando a mídia internacional, a queda nos preços também pode ser causada por um aumento na compra da produção de petróleo russo pela Índia e pela China após o embargo dos países europeus.

Já o minério de ferro teve baixa de 5,96% na Bolsa de Dalian, a US$ 105,62. Nesta frente, pesam preocupações com o estoque do produto e receios com os lockdowns recentes na China, que podem prejudicar a cadeia de suprimentos e diminuir a demanda por aço no país.

Ruído em Brasília

Na noite de ontem, o ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu a inclusão de um auxílio para os caminhoneiros e o aumento do vale-gás para a população de baixa renda na PEC (Proposta de Emenda Constitucional) dos combustíveis, em uma tentativa de evitar mudanças na Lei das Estatais.

As medidas podem furar novamente o teto de gastos, mecanismo que limita o aumento de despesas à inflação e que é a âncora fiscal do país.

O mercado estará de olho no custo fiscal dessas propostas, e também na possibilidade de o governo alterar a Lei das Estatais de forma a forçar a Petrobras a segurar os reajustes. A inflação, e em especial o aumento nos preços da gasolina e do diesel, é considerada pelo governo a principal pedra no sapato.

A Petrobras, por sua vez, solicitou esclarecimentos ao governo em relação a notícias de que o ministro de Minas e Energia, Adolfo Sachsida, estaria trabalhando em um projeto de lei para privatizar a estatal por meio da conversão de ações preferenciais em ordinárias.

A guerra na Ucrânia também segue no radar do mercado, com a tensão intensificada após o isolamento de Kaliningrado, região controlada pela Rússia, pelos governos da Lituânia e da Polônia, que sofreram ameaças do Kremlin. A grande preocupação é que, como os dois países fazem parte da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), um ataque russo causaria uma resposta da aliança militar.

Destaques do pregão

No fechamento, as maiores altas do Ibovespa eram de Méliuz (CASH3), BTG Pactual (BPAC11) e BRF (BRFS3), com ganhos de 7,69%, 5,55% e 4,81%, respectivamente.

A alta da Méliuz segue uma tendência para as ações de empresas ligadas à tecnologia, que se beneficiam da recuperação das Bolsas em Nova York.

Já no caso do BTG, o banco foi tema de um relatório publicado pelo Itaú BBA em que a instituição recomenda compra das units.

No relatório, o Itaú aponta que a desvalorização de 15% nas units do BTG em junho foi resultado da piora no clima do mercado – que está mais avesso ao risco por receios com a possibilidade de desaceleração da economia mundial – e da possibilidade de o lucro de quase R$ 2 bilhões no primeiro trimestre ter sido um caso isolado.

“Achamos que os resultados do segundo trimestre devem colocar um ponto final nesta preocupação”, disse o Itaú BBA, acrescentando que a previsão é de que todas as divisões do BTG Pactual apresentem crescimento sequencial na receita.

No caso dos frigoríficos, Nicolas Farto, especialista em renda variável da Renova Invest, vê as empresas subindo com a alta do preço do boi gordo no mercado externo. Além da BRF, JBS (JBSS3) teve alta de 1,61%, Marfrig (MRFG3) subiu 0,56% e Minerva (BEEF3) fechou com ganhos de 3,77%.

Na ponta oposta, as maiores quedas foram de IRB (IRBR3), 3R Petroleum (RRRP3) e SLC Agrícola (SLCE3), com perdas de 10,6%, 6,68% e 6,45%, nesta ordem.

O IRB divulgou prejuízo acumulado de R$ 12,2 milhões nos primeiros quatro meses de 2022, em comparação com o lucro líquido de R$ 1,9 milhão registrado no mesmo período do ano passado.

Depois do resultado, analistas da Genial Investimentos afirmaram que mantêm uma visão negativa em relação à ação, devido à potencial necessidade de levantar capital com constantes prejuízos, à expectativa de continuidade de alta sinistralidade no seguro rural; o impacto de contratos descontinuados na sinistralidade; e a dificuldade de crescer a receita com prêmios.

 

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