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Grupo Mateus (GMAT3) ganha confiança de gestora que revelou fraudes no IRB (IRBR3)

A gestora carioca Squadra comprou ações do Grupo Mateus e agora tem 5,16% de participação na empresa

Foto: Shutterstock/non c

O Grupo Mateus (GMAT3) — rede de atacarejo fundada no Maranhão e que abriu capital na Bolsa em 2020 — passou a ter como acionista relevante uma das gestoras mais tradicionais do mercado brasileiro, a carioca Squadra, que se tornou ainda mais conhecida entre investidores após revelar há quase dois anos as fraudes contábeis do IRB Brasil, uma gigante do setor de resseguros.

Em comunicado publicado na noite desta segunda-feira (19), o Grupo Mateus relatou que recebeu da Squadra no domingo (18) uma correspondência que informava a aquisição de uma fatia adicional da empresa, o que elevou a participação da gestora na companhia para 5,16%, o equivalente a 114 milhões de ações ordinárias.

Nesta segunda, as ações do Grupo Mateus fecharam em alta de 6,33%, a R$ 5,54.

Em cálculo que considera o preço de fechamento de hoje, o Grupo Mateus vale R$ 12,24 bilhões. A participação da Squadra, portanto, corresponde a R$ 631 milhões.

Ao longo dos últimos meses, a empresa se tornou uma das queridinhas entre analistas de mercado que acompanham o varejo, basicamente por três razões.

Em primeiro lugar porque o país tem vivido um período de inflação elevada, o que favorece as redes de atacarejo, que trabalham com preços mais atrativos ao consumidor e se tornam opções mais procuradas em tempos como esse.

Em segundo lugar, porque o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), foi um dos candidatos que prometeram manter o Auxílio Brasil (que será rebatizado de Bolsa Família) em R$ 600 mensais em 2023, turbinando a renda das famílias mais pobres, que costumam usar o dinheiro do auxílio para comprar alimentos e outros bens considerados essenciais.

E, por último, as lojas do Grupo Mateus estão concentradas principalmente nas regiões Norte e Nordeste, onde os programas de transferência de renda fazem uma diferença maior na vida dos moradores.

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Segundo levantamento feito pela Refinitv e disponível na plataforma do TradeMap, cinco de oito analistas que acompanham o Grupo Mateus recomendam a compra da ação. Os outros três têm uma visão neutra. A mediana das estimativas de preço-alvo é de R$ 8, uma valorização potencial de 44,4%.

A Squadra é uma gestora criada em 2007 e que tem como Guilherme Aché como um de seus sócios-fundadores. No início de 2020, a Squadra publicou uma carta a clientes no qual expunha as irregularidades contábeis no balanço do IRB, para justificar porque estava apostando contra as ações da companhia no mercado.

O caso ganhou repercussão e derrubou as ações da companhia, que se viu forçada a trocar de comando e dar início a uma reestruturação. A empresa, no entanto, nunca mais recuperou o grau de confiança que tinha entre os investidores.

Antes da carta, a ação do IRB (IRB3) valia algo em torno de R$ 32. Nesta segunda, fechou cotada a R$ 0,77.

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