Em um momento em que o mercado está particularmente sensível com a chance de os juros ficarem altos por mais tempo nos Estados Unidos, os olhos dos investidores se voltam nesta sexta-feira (24) para a divulgação do PCE (Índice de Preços para Despesas com Consumo Pessoal) de janeiro, que é o indicador de inflação mais acompanhado pelo Federal Reserve. Por aqui, o mercado acompanha também a prévia da inflação de fevereiro.
O PCE será divulgado às 10h30 pela secretaria de estatísticas econômicas americana (BEA). A expectativa de analistas de mercado ouvidos pela Reuters é que o núcleo do índice (medida que exclui energia e alimentos) tenha avançado 0,4% em relação a dezembro e 4,3% na comparação anual.
O dado deve ajudar a calibrar as expectativas dos investidores para os juros americanos. O mercado passou a esperar uma taxa mais alta no final deste ano após o dado de inflação ao produtor de janeiro (PPI), que mostrou uma alta de preços bem acima do que era esperado.
Por outro lado, ontem o PIB (Produto Interno Bruto) anualizado dos Estados Unidos no quarto trimestre de 2022 foi revisado para baixo, o que deu um certo alívio aos mercados. O avanço no período foi revisto de 2,9% para 2,7%, mostrando uma desaceleração em relação ao terceiro trimestre, quando subiu 3,2%.
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Por volta das 8h15 desta sexta, os índices futuros americanos operavam em queda: o Dow Jones recuava 0,34%, o S&P 500 caía 0,45% e o Nasdaq perdia 0,76%. O índice europeu EuroStoxx 50 estava estável.
Por que isso importa?
Uma inflação elevada nos Estados Unidos sugere que o Federal Reserve, banco central do país, pode ser obrigado a manter os juros altos por mais tempo ou ser mais agressivo do que o previsto para controlar a alta dos preços. Juros altos são má notícia para as empresas e, consequentemente, para os preços das ações.
IPCA-15 e reunião de Lula com Prates
No Brasil, o dado mais importante do dia também é de inflação. Logo mais, às 9h, o IBGE informa o IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) deste mês, que deve mostrar uma aceleração em relação ao indicador de fevereiro por causa de reajustes nas mensalidades escolares e outros serviços.
Além disso, o aumento de 7,5% da Petrobras (PETR4) no preço da gasolina às distribuidoras, anunciado pela empresa no final de janeiro, deve pesar na alta de preços neste mês. Analistas ouvidos pela Reuters esperam uma alta de 0,72% no indicador, uma aceleração em relação ao aumento de 0,55% registrado em janeiro.
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O mercado monitora ainda reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente da Petrobras (PETR3, PETR4), Jean Paul Prates, que acontece às 9h de hoje no Palácio do Planalto. No encontro, ambos devem discutir a nova política de preços da estatal.
Na reunião do G20 em Bangalore, na Índia, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, possui uma agenda cheia de encontros bilaterais, entre eles o ministro de Finanças da França, Bruno Le Maire.