Com petróleo, Petrobras (PETR4) dispara e Ibovespa fecha em alta de 0,83%

Commodity tem forte alta após Opep+ anunciar corte na produção de óleo

Gabriel Bosa

Gabriel Bosa

Foto: Shutterstock/19 STUDIO

Seguindo a valorização do petróleo, o Ibovespa fechou o pregão desta quarta-feira (5) em alta de 0,83%, aos 117.198 pontos, com as ações da Petrobras (PETR4; PETR3) entre as maiores altas do dia.

Com os ganhos de hoje, dia com R$ 23,88 bilhões em volume negociado, o saldo do Ibovespa para o mês de outubro passou para alta de 6,51%, enquanto a valorização acumulada desde o início do ano agora soma 11,81%.

A performance positiva da Bolsa brasileira não se repetiu no exterior. Em Nova York, o S&P 500 teve baixa de 0,2%, o Dow Jones subiu 0,14% e o Nasdaq avançou 0,25%. Na Europa, o índice Euro Stoxx 50 fechou com ganhos de 1,06%.

A baixa das Bolsas americanas ocorre após o relatório de empregos privados da ADP ter mostrado avanço nas contratações em setembro, com 208 mil novas vagas, esfriando as expectativas de uma moderação do Fed (Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos) no ritmo de alta de juros. Agora, os investidores estarão de olho nos dados do payroll, que serão publicados na sexta-feira (7).

Petróleo em alta

A Bolsa brasileira foi impulsionada pela alta das commodities, em especial o petróleo, com o Brent subindo 1,71%, para US$ 93,37 por barril, após a Opep+ (Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados) ter anunciado um corte de 2 milhões de barris por dia na produção da commodity, acima do esperado pelo mercado.

O objetivo da Opep+ com a decisão é elevar os preços do petróleo, que estavam em queda e operando perto de US$ 85 por barril antes dos rumores de que haveria redução na oferta.

Com isso, as ações de petrolíferas ficaram entre as maiores altas do dia. A 3R Petroleum (RRRP3) teve avanço de 3,49%, a Petrobras PN (PETR4) subiu 3,76%, a Petrobras ON (PETR3) teve valorização de 3,54% e a Prio (PRIO3) teve alta de 3,2%.

Outro fator por trás da valorização do Ibovespa foi a Vale (VALE3), que subiu 1,54%. De acordo com uma matéria do jornal inglês Financial Times desta quarta-feira (5), a Vale estaria em negociações para vender uma fatia de US$ 2,5 bilhões (cerca de R$ 13 bilhões) de seus negócios de metais.

O intuito da mineradora brasileira é levantar recursos enquanto a demanda por baterias segue aquecida em termos globais, ao passo que deseja aumentar sua produção de cobre e níquel. De acordo com o FT, montadoras e fundos soberanos do Oriente Médio estariam avaliando os ativos da Vale.

Em comunicado ao mercado divulgado logo após a matéria, a Vale admitiu que contratou assessores para “avaliar alternativas para destravar valor”, mas disse que nenhuma decisão foi tomada.

Eleições em foco

A corrida eleitoral também segue no radar, com o mercado de olho nas alianças conquistadas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e pelo atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Notoriamente, Lula trouxe os ex-presidenciáveis Ciro Gomes (PDT) e Simone Tebet (MDB) para o seu lado, enquanto Bolsonaro conquistou o apoio do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (NOVO).

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Na frente econômica, a produção industrial brasileira registrou queda de 0,6% em agosto na comparação com julho, eliminando a alta de 0,6% anotada no mês anterior, mas se mantendo 1,5% abaixo de fevereiro de 2020, patamar pré-pandemia. O recuo veio um pouco abaixo do esperado pelo mercado, que esperava uma redução de 0,7% do setor.

Criptomoedas

O Bitcoin (BTC) se mantém acima de US$ 20 mil nesta quarta-feira, mas perdeu fôlego após a disparada da véspera, em linha com o movimento observado nas Bolsas internacionais.

O clima global voltou a pender para o pessimismo após novos dados do mercado de trabalho americano indicarem mais contratações do que o esperado, além do aumento acima de 7% dos salários.

A notícia, que em outros tempos seria recebida como positiva pelo mercado, azedou o clima por indicar a pujança da maior economia do mundo apesar da escalada dos juros, o que pode levar o Fed (o banco central americano) a manter a agressividade no aumento das taxas nos próximos meses.

Por volta das 16h50, o BTC operava em queda de 1,4%, negociado a US$ 20.141, segundo dados disponíveis na plataforma TradeMap. Na mesma hora, o Ethereum (ETH) também operava com baixa de 1,6%, a US$ 1.351.

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