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Indústria cai 0,6% em agosto, com queda concentrada em poucas atividades

Oito de 26 tiveram taxas negativas, segundo o IBGE; setor ainda está abaixo do patamar pré-pandemia

Foto: Shutterstock

A produção industrial registrou queda de 0,6% em agosto na comparação com julho, eliminado a alta de 0,6% registrada no mês anterior, e se mantendo 1,5% abaixo de fevereiro de 2020, patamar pré-pandemia.

O recuo veio um pouco abaixo do esperado pelo mercado, que esperava uma redução de 0,7% do setor. Na comparação com agosto do ano passado, quando os efeitos da pandemia sobre a economia eram mais fortes, houve crescimento de 2,8%, segundo o IBGE.

De acordo com o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo, a produção mostrou melhora do ritmo ao longo deste ano, mostrando crescimento em cinco de oito meses.

“Nesse mês, volta a marcar queda na produção, mas com a característica de ser um recuo concentrado em poucas atividades, uma vez que somente oito das 26 apontaram taxas negativas”, afirmou o especialista no material de divulgação do levantamento.

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O maior impacto para a queda veio do setor coque, produtos derivados do petróleo e biocombustíveis (-4,2%).

“Houve uma perda disseminada entre os produtos desse ramo industrial, com redução na produção de óleo diesel, óleos combustíveis, gasolina, álcool, entre outros. Mas essa atividade, em comparações mais alongadas, mostra um comportamento positivo. Ou seja, esse comportamento de queda de agosto é algo mais pontual”, apontou Macedo.

Outras atividades que contribuíram bastante para o recuo foram indústrias de produtos alimentícios (-2,6%) e indústrias extrativas (-3,6%). “Esses três segmentos – derivados de petróleo, alimentos e extrativo – são os que mais pressionam a indústria como um todo. Juntos, eles respondem por cerca de 36% do setor industrial”, afirmou o especialista.

Do lado positivo, os destaques foram: veículos automotores, reboques e carrocerias (10,8%), máquinas e equipamentos (12,4%) e outros produtos químicos (9,4%).

“A atividade de veículos automotores eliminou a queda de 6% verificada no mês anterior; máquinas e equipamentos interrompeu dois meses consecutivos de redução na produção, período em que acumulou perda de 13,7%; e outros produtos químicos voltou a crescer após recuar 7,8% em julho”, acrescenta.

Na avaliação de Macedo, o setor ainda não conseguiu recuperar as perdas acumuladas durante a pandemia.

“Com esses resultados, o setor industrial ainda não recupera as perdas do passado recente e apesar da melhora no fluxo de insumos, matérias-primas e dos estoques, a situação permanece ainda distante da normalidade, o que afeta diretamente o custo de produção”, analisou.

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