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Com petroleiras na liderança, Ibovespa descola do exterior e recupera os 100 mil pontos

Índice fechou em alta de 1,36%, aos 100.269 pontos

Gabriel Bosa

Gabriel Bosa

Foto: Shutterstock

Ajudado pela alta do minério de ferro e do petróleo, o Ibovespa superou o exterior e retomou o patamar de 100 mil pontos, alcançado pela última vez no início do mês.

O principal índice da B3 fechou o pregão desta segunda-feira (25) em alta de 1,36%, aos 100.269 pontos, com R$ 13,65 bilhões em volume negociado. Com a performance de hoje, o saldo do índice no mês de julho passou para alta de 1,75%, enquanto a desvalorização acumulada desde o início do ano é de 4,34%.

A performance do Ibovespa foi superior a das bolsas internacionais, onde o mercado opera com cautela antes de decisões de política monetária e divulgações econômicas. Em Nova York, o S&P 500 teve alta de 0,13%, o Dow Jones subiu 0,28% e o Nasdaq recuou 0,43%. Na Europa, por outro lado, o índice Euro Stoxx 50 subiu 0,21%.

O que pesou nos EUA

Nos Estados Unidos, o mercado opera em compasso de espera antes da próxima decisão do Fomc (Comitê de Política Monetária do Federal Reserve, o banco central dos EUA), com especialistas apostando em uma nova alta de 0,75 ponto percentual na taxa de juros americana.

Dois dados de peso ainda serão divulgados nos EUA: na quinta-feira (28) sai a primeira leitura do PIB (Produto Interno Bruto), que deverá mostrar como o país vem reagindo ao aperto nos juros, e na sexta-feira será informado o PCE (Índice de Despesas de Consumo Pessoal) de junho, que é o índice acompanhado pelo Fed para tomar suas decisões.

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Os investidores americanos também estão olhando para a temporada de balanços do segundo trimestre, com empresas como Alphabet (GOOG34), Amazon (AMZO34), Apple (AAPL34) e Microsoft (MSFT34) devendo divulgar seus resultados nesta semana.

“Não acho que houve nenhuma questão específica para os mercados globais hoje, mas estamos num estado de aguardo por ser uma semana muito importante com vários indicadores relevantes, como a decisão da política monetária do Fed que sai na quarta-feira”, afirma Jennie Li, estrategista de ações da XP.

Economia doméstica

Por aqui, todos os olhos estão voltados para o IPCA-15 (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) de julho, que será divulgado amanhã, na esperança de que a redução do ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e a queda recente no preço da gasolina empurre o índice para baixo.

Em outra frente, os analistas de mercado ouvidos pelo Boletim Focus, pesquisa semanal feita pelo Banco Central, já esperam uma inflação de 5,30% em 2023, segundo dados divulgados nesta segunda. A projeção para inflação deste ano voltou a ser reduzida, de 7,54% para 7,30%.

Ao mesmo tempo, os analistas esperam agora um dólar de R$ 5,20 no final deste ano e do próximo (as expectativas anteriores para 2022 e 2023 eram, respectivamente, de R$ 5,13 e R$ 5,10).

As expectativas para a taxa básica de juros, a Selic, foram mantidas em 13,75%, no final de 2022, e 10,75%, no final de 2023.

Ao mesmo tempo, os analistas revisaram para cima suas projeções para o PIB de 2022. Agora, os especialistas esperam uma alta de 1,93% na atividade econômica, contra 1,75% do levantamento anterior.

Os dados para a atividade econômica neste ano têm sido revisados para cima pelos analistas após a divulgação de dados bons, como desempenho melhor que o esperado em serviços e queda da taxa de desemprego.

Em balanços, as principais divulgações desta semana, entre as empresas brasileiras, serão de Petrobras (PETR4), Vale (VALE3) e Ambev (ABEV3).

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Commodities dão fôlego ao Ibovespa

Os contratos futuros do petróleo tipo Brent, referência no mercado internacional, fecharam em alta com uma perspectiva de menor comercialização da commodity produzida na Rússia. Cada barril de petróleo fechou cotado a US$ 100,19, uma valorização de 1,84%. O mercado também avalia uma possibilidade de Moscou reduzir ainda mais o fornecimento de gás para a zona do euro.

Como resultado, as empresas do setor brilharam no pregão de hoje. No fechamento, as três maiores altas entre as ações do Ibovespa foram de Petrobras PN (PETR4), Petrobras ON (PETR3) e PetroRio (PRIO3), com ganhos de 4,67%, 4,32% e 4,15%, respectivamente. A 3R Petroleum (RRRP3) também foi bem, subindo 2,82%.

O minério de ferro, enquanto isso, teve alta de 7,08% na Bolsa de Dalian, a US$ 105,31 por tonelada, em meio a perspectivas de uma forte recuperação da economia chinesa no terceiro trimestre depois da notícia de que o governo irá criar fundos para prover apoio financeiro ao setor imobiliário.

Entre as empresas do setor, destaque para Gerdau (GGBR4), com alta de 2,02%, e Vale (VALE3), que avançou 1,85%.

Na avaliação de Nícolas Merola, analista de investimentos da INV, o desempenho positivo do Ibovespa é acompanhado de uma exposição grande que a economia brasileira possui com a China. Segundo ele, notícias positivas acerca de incentivos econômicos no gigante asiático animaram os mercados, fazendo o dólar também se desvalorizar perante o real.

Outros destaques do pregão

O Ibovespa também foi sustentado pelas ações de bancos, que subiram em bloco diante de expectativas positivas para a economia evidenciadas no Boletim Focus, segundo Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil. “Além disso, é um setor de segurança bastante descontado e um dos preferidos do investidor institucional que precisa se alocar em bolsa no Brasil”, completa.

Itaú (ITUB4) teve alta de 1,46%, Banco do Brasil (BBAS3) subiu 1,53%, Santander (SANB11) avançou 1,78% e Bradesco (BBDC4) teve ganhos de 1,35%.

A Weg (WEGE3) também ficou entre as maiores altas, com ganho de 3,04%. A empresa viu seus papéis recuarem mais de 6% depois da divulgação de seu balanço do segundo trimestre deste ano, entre quarta e quinta, mas ensaia uma recuperação desde o pregão de sexta-feira (22), quando avançou 2% no dia.

Na outra ponta, ações ligadas à economia interna e de tecnologia foram resposáveis pelas principais perdas de hoje. No fechamento, as maiores quedas do Ibovespa eram de Pão de Açúcar (PCAR3), IRB (IRBR3) e Petz (PETZ3), com baixas de 7,01%, 5,5% e 5,07%, nesta ordem.

Merola, da INV, avalia que esse movimento de queda de empresas mais ligadas aos andamento dos juros é uma antecipação do buy side, ou seja, agentes do mercado financeiro que buscam boas oportunidades de compra de ativos diante dos balanços referente ao segundo trimestre que serão apresentados por essas empresas.

Para o analista, os investidores estão pessimistas com os resultados. “Existe um temor do mercado de estar posicionado nesses papéis durante a temporada de resultados. Teremos uma pressão grande nessas empresas na linha de resultado financeiro, já que, com taxas mais altas, as que dependem de empréstimos e capital de giro sofrem muito”, afirma.

Criptomoedas

O Bitcoin (BTC) estendeu para esta segunda-feira o viés de baixa observado no mercado durante o fim de semana, período tradicionalmente marcado por mais volatilidade e baixa liquidez entre os investidores.

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A perda de fôlego ocorre após uma semana de fortes ganhos, com a maior cripto superando a faixa de US$ 24 mil pela primeira vez em mais de um mês, enquanto os mercados esperam a divulgação de importantes dados da economia americana, principalmente a direção dos juros e o PIB (Produto Interno Bruto), na quarta e quinta-feira, respectivamente.

Por volta das 16h45, o BTC registrava queda de 2,1% nas últimas 24 horas, negociado a US$ 21.901, conforme dados do Mercado Bitcoin disponíveis na plataforma TradeMap.

O clima negativo também derruba as altcoins, como são chamadas as criptos além do Bitcoin, com destaque para a queda do Ethereum (ETH), de 5,2%, cotado a US$ 1.467, segundo dados da Binance.

Apesar da desaceleração, a segunda maior cripto do mercado, a Ethereum, soma alta de 35% em julho com a expectativa de conclusão da atualização da blockchain, também chamada de a fusão (the merge, em inglês), em setembro.

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