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Brasil será o mercado emergente mais “quente” para investir em 2023, diz Brooks, do IIF

Economista-chefe do IIF, conhecido como "careca do Goldman", diz que, com transição de governo ordenada e resultado eleitoral incontestável, dólar pode cair abaixo de R$ 5

Foto: Shutterstock

Com o maior rendimento real de títulos soberanos de dez anos entre os principais mercados e, em caso de uma transição de governo ordenada e um resultado eleitoral incontestável, o Brasil será o país emergente “mais quente” para se investir em 2023, o que pode levar o dólar a cair para abaixo de R$ 5. A afirmação partiu de Robin Brooks, economista-chefe do Instituto Internacional de Finanças (IIF), em sua página no Twitter neste domingo (30).

Com mais de 200 mil seguidores que o chamam de “careca do Goldman”, em referência ao banco no qual trabalhou (Goldman Sachs), Brooks ficou conhecido por brasileiros por suas previsões sobre a taxa de câmbio.

Segundo o economista, investidores estrangeiros já ficaram mais otimistas com o Brasil neste ano, porque estão fugindo de autocracias como a Rússia, em guerra com a Ucrânia, e a China, e veem o Brasil como uma democracia mais estável. “Não é perfeita, mas funciona”, mencionou em sua página no Twitter.

Investidores têm retirado recursos da China após a reeleição de Xi Jinping para um terceiro mandato com maior poder, o que gerou preocupação com o aumento de intervenção estatal em empresas.

Desde a reeleição do líder chinês, em 23 de outubro, o índice da Bolsa de Shanghai cai 4,8%.

“Os mercados não se importam com quem ganhou no Brasil. Tudo o que eles querem é uma transição de poder ordenada e incontestável”, escreveu Brooks, no Twitter.

Se isso acontecer, o economista avalia que o real poderá cair rapidamente abaixo de R$ 5,00 e convergir para seu valor justo de R$ 4,50.

No entanto, se o resultado se transformar em uma “bagunçada contestação”, a percepção pode ser alterada.

Apesar de a votação no segundo turno ter sido conduzido de forma ordenada e pacífica, o presidente Jair Bolsonaro (PL) ainda não se pronunciou sobre o resultado eleitoral.

Nesta segunda-feira (31), o dólar comercial operava em leve alya de 0,23%, a R$ 5,31.

Contestação do resultado da eleição traz risco de sell-off

O banco suíço Julius Baer destaca que o risco de contestação do resultado eleitoral, seguido por manifestações e acusações de fraude do resultado, podem levar à venda generalizada (sell-off) dos ativos brasileiros.

O banco destaca que os investidores agora estarão atentos para saber quem serão os membros da equipe de governo do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT), principalmente o ministro da Fazenda, além de ter mais detalhes sobre sua agenda fiscal.

“Um ministro da Fazenda favorável ao mercado e mais visibilidade sobre a política fiscal nos ajudarão a reavaliar nossa visão”, apontou o banco, em relatório divulgado hoje.

O Julius Baer destacou ainda que o presidente eleito poderá encontrar dificuldade em aprovar as medidas com um Congresso dividido, com crescimento da base de Bolsonaro em 2023, e aliados do atual presidente ganhando as eleições em importantes estados, como Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais.

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